No Domingo Espetacular de ontem (6), Nubia Oliiver conversou com Roberto Cabrini e negou as acusações de que estaria envolvida com tráfico de mulheres para exploração sexual. Chorando, a modelo afirmou que também foi enganada e que seu nome teria sido envolvido na polêmica por conta de um mal entendido.
Nubia afirmou que foi procurada por Rodrigo Cotait, empresário acusado de chefiar o esquema, por mensagens no Instagram, para que divulgasse maquiagens para os seguidores. Ela diz que não fazia ideia dos crimes e que seu intermédio com outras meninas também era para publicidades. “Ele pediu para eu entrar em contato com meninas que queriam fazer as ações [publicitárias]. Eu recebi os produtos dele, as meninas também iriam receber. Obviamente eu iria ganhar a minha comissão“, falou.
“Eu passei algumas meninas para ele, mas era para maquiagem, ele queria explodir a marca dele. O [nosso] primeiro contato foi em 2019. Ele me abordou para fazer essa ação. Fui enganada, eu fui passada para trás, como eu não sabia, eu executei o meu trabalho… Se eu soubesse de qualquer coisa, jamais ia conversar com ele. Eu tenho uma filha. São 28 anos de uma carreira consolidada. Eu não jogaria isso no lixo por nada. Sou inocente“, disparou ela.
Ela admitiu que enviava fotos sensuais de mulheres para o empresário, mas disse que não via maldade nas imagens. “Até as minhas fotos são em poses sensuais. Todas nós, do meu círculo de amigas somos assim. Calcinha, sutiã. Se a pessoa estivesse de biquíni, eu não considero que isso seja uma foto pornográfica“, explicou. Nubia negou categoricamente que participava de um esquema de tráfico internacional de mulheres.
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— Domingo Espetacular (@DomEspetacular) June 7, 2021
“Realmente, se você colocar todas as conversas como foram colocadas, dá a entender que eu sou parte da quadrilha. Parece que estou indicando uma pessoa para ele por conta do que ele faz. Estou confirmando aqui que passei meninas para ele, mas para realizar trabalhos com maquiagem. Fiz transações desde 2019 e tudo está detalhado com os meus advogados“, alegou ela.
Em uma das mensagens, Rodrigo explicava que a garota abordada passaria uma tarde com o cliente, e que Nubia ganharia uma comissão por isso. “Nunca ganhei nada, os trabalhos não aconteceram com as pessoas que indiquei. Eu lembro que tinha uma comissão combinada entre nós“, afirmou Nubia. No final da conversa, usada como prova, Oliiver pedia que Cotait não citasse seu nome.
“Eu estava passando telefones particulares e as pessoas não iam gostar de saber que passei. Isso não quer dizer que geraria algo contra mim. Eu fazia isso para ele fechar os trabalhos com a maquiagem e eu ganhar a minha comissão“, explicou. Ela afirma que entrou em contato com três mulheres para que trabalhassem na divulgação das maquiagens, mas não consegue lembrar o nome de nenhuma delas.
“Eu entendo que toda a minha história nesse envolvimento dá o contexto de que eu sou uma pessoa envolvida no tráfico de mulheres. Mas jamais“, disse. Uma jovem identificada como Tatiane chegou a apontar a modelo como aliciadora, o que Nubia nega. “Até papagaio fala. Eu quero ver as provas que ela tem para comprovar isso. Ela precisa apresentar. Eu a conheço, é uma modelo. Não sei [por que ela me acusaria]. Encontrei ela há 6 anos, mas nunca falamos nada sobre prostituição“, alegou.
Em lágrimas, Nubia lamentou toda a situação. “Eu fui passada pra trás… Esse é o período mais difícil da minha vida. Só tive danos, perdi amigos, perdi material fotográfico que eu tinha investido dinheiro, perdi patrocinadores, seguidores. E ter feito minha filha passar por esse constrangimento. Pessoas me bloquearam, não queriam falar comigo, sofri ameaças nas redes sociais: ‘Vou te matar’, ‘Sua cafetina’, ‘Sua aliciadora’”, disse. Assista à entrevista na íntegra:
Entenda o caso
O “Fantástico” do dia 2 de maio exibiu uma matéria detalhando a “Operação Harém”, que investiga um complexo esquema de exploração sexual e tráfico de mulheres liderado por Rodrigo Otávio Cotait. De acordo com a reportagem, jovens e menores de idade eram selecionadas por ele nas redes sociais, depois filmadas no apartamento do empresário e negociadas com compradores no exterior. A cantora MC Mirella foi uma das vítimas, quando tinha apenas 17 anos.
Rodrigo escolhia as jovens no Brasil e as preparava para encaminhá-las para o exterior. Um de seus principais clientes era Wissam Nassar, empresário e dono de um dos maiores shoppings do Paraguai, que também é alvo das investigações. Em áudio interceptado pela polícia, o agenciador de Mirella supõe que a cantora teria dificuldade em comprovar que foi vítima da quadrilha, visto que foi paga, na ocasião, em dinheiro vivo: “Paguei em cash, a menina não tinha nem conta em banco, porque tinha 17 anos“.
Segundo a advogada da funkeira, Adélia Soares, sua cliente consta como vítima e testemunha no processo. “Essa quadrilha contratou ela, tentou levá-la. Então, houve realmente essa situação, mas acabou não sofrendo o crime, não se concretizou o crime”, explicou. A inquirição também aponta que, em 2019, a MC teria tentado convencer uma menina de 16 anos a participar do esquema pelo valor de dois mil reais. Após a negativa da garota, a proposta aumento para cinco mil. “Em momento algum, existiu essa questão de aliciamento. Inclusive, houve uma investigação que foi arquivada”, defendeu a representante.
Só pra lembrar que a @originalmirella foi vítima deste crime . #mcmirella #mirella #Fantastico pic.twitter.com/Y1Hc0Lz40j
— PLATINIR CAMILO (@PLATINIRCAMILO) May 3, 2021
Seis integrantes da quadrilha foram presos no Brasil, Espanha e Portugal durante a “Operação Harém”. A modelo Nubia Cassia de Oliveira, conhecida como “Nubia Oliiver”, é uma das investigadas pela Polícia Federal por suposta associação com a quadrilha, ajudando Rodrigo a recrutar novas vítimas. Em mensagens obtidas, a ex-Casa dos Artistas enviou fotos sensuais de outras mulheres ao agenciador e combinou um programa sexual com uma delas em troca de comissão.
“Te passei umas meninas aí pra te ligarem. Essas eu sei que são do Rio [de Janeiro]“, avisa ela.“Você acha que R$ 10 mil a gente consegue cobrar? Aí a gente dá R$ 5 mil para ela e divide R$ 5 mil”, indaga o rapaz. “Só não usa meu nome, porque como a gente é mais conhecida, não gera fofoca”, pede a mineira, em mensagem de voz.
Rodrigo, por sua vez, chegou a falsificar documentos para conseguir visto para alguns países. “Essa passagem aí é fake, tá? Eu que fiz em PDF. O hotel é de verdade. Agora, a conta? Eu posso criar uma aqui”, afirma, em áudio obtido pela reportagem. O empresário foi preso na última semana em seu apartamento em São Paulo, o mesmo onde recebia e gravava as garotas aliciadas.
Ele foi levado pela polícia e passou por audiência de custódia, mas mesmo diante de tantas provas, continuou negando o crime. “Sou solteiro, então recebo muitas mulheres na minha casa. Não me considero um fora da lei, um bandido”, declarou. A defesa de Cotait alegou que ele foi alvo de um pedido de prisão ilegal. Outras cinco pessoas foram presas e devem responder por “tráfico de mulheres para fins de exploração sexual”, “favorecimento da prostituição” e “falsidade ideológica”. Wissam Nassar, responsável por contratar as mulheres, também foi detido.
Equipe de MC Mirella se manifesta
Diante da repercussão do caso, MC Mirella publicou uma nota sobre o caso em suas redes sociais. Leia o posicionamento na íntegra abaixo:
“Nos últimos dias alguns veículos de imprensa noticiaram acerca de uma operação da polícia federal de Sorocaba denominada como ‘operação harém’, e vincularam o nome da Mirella.
Prezando sempre em trazer a verdade sem qualquer sensacionalismo ou fake news, queremos esclarecer a todos os fãs da Mirella que apesar do nome dela constar no processo (ação cautelar sob o número 5005318-56.2020.4.03.6110 e Inquérito 5003525-82.2020.4.03.6110) a mesma foi ouvida da condição de VÍTIMA e TESTEMUNHA, ou seja a Mirella não figura como investigada e nem está sendo acusada de qualquer crime, qualquer dúvida podem verificar o processo e o inquérito.
Inclusive, queremos aproveitar esse espaço para fazer um alerta a várias jovens que sonham com a carreira artística, pois como sabem, desde muito cedo a nossa Mirella sonhava se tornar uma estrela e aos 16 anos foi procurada por um empresário que lhe propôs um contrato para viajar e divulgar shoppings e marcas de maquiagens, graças ao bom Deus e a família atenta da Mirella, maiores danos não ocorreram, mas hoje sabemos que muitas garotas foram vítimas de crimes, esperamos que a justiça localize e responsabilize cada pessoa responsável por esses crimes.
Jovens, e principalmente pais e mães, fiquem atentos(as), acompanhem de perto da carreira dos seus filhos(as) para evitar a aproximação de pessoas mal intencionadas.
Sem mais, agradecemos o respeito e carinho de sempre com a nossa estrela”.