A foliculite é uma inflamação crônica ou aguda dos folículos pilosos, que estão espalhados por todas as regiões do corpo que possuam pelos. Normalmente incômodas, elas costumam surgir no rosto, nas axilas, nas costas, nádegas, virilha e também no couro cabeludo. Nesse sentido, torna-se importante entender mais sobre a foliculite no couro cabeludo. Em determinados casos, ela pode levar à perda definitiva dos pelos, no caso, do cabelo, bem como deixar cicatrizes eternas.
A foliculite no couro cabeludo pode acontecer com qualquer pessoa. É normal que o problema se manifeste mais em situações de imunidade baixa. Além disso, ela também afeta em maior número aqueles acima do peso, negros e asiáticos. Todavia, tanto homens e mulheres sofrem com sua ocorrência, mas as possibilidades de tratamento são diversas: basta, antes de mais nada, um diagnóstico correto e em antecedência. Dependendo de sua gravidade, o tratamento costuma ser feito com melhora da higiene e antibióticos, tanto locais quanto orais.
Para entender melhor sobre a foliculite no couro cabeludo, confira abaixo tudo que você precisa saber sobre o problema. Aprenda também sobre suas diferentes manifestações e formas de tratar a situação.
O que é foliculite?
Mas afinal, o que é foliculite? A ocorrência é uma inflamação da região próxima ao folículo pilar. Isso significa que ela pode afetar qualquer região que possua pelos. Ao acontecer no couro cabeludo, ela é denominada foliculite capilar. Suas causas costumam ser divididas entre infecciosas e inflamatórias. Na infecciosa, por exemplo, a invasão de um microorganismo no folículo piloso desencadeia uma reação inflamatória. As mais comuns são:
- Viral
- Fúngica
- Bacteriana
A diferença entre a foliculite inflamatória e infecciosa é que, mesmo que toda foliculite infecciosa possua inflamação, nem toda inflamatória possui um agente infeccioso. Existem ainda casos de desenvolvimento do problema sem contaminação, baseado na baixa imunidade, formato do pelo ou outras causas desconhecidas.
O que é foliculite capilar?
Nesse sentido, a foliculite capilar apresenta-se com as mesmas características de um quadro normal, mas no couro cabeludo. Ela não passa despercebida, já que é marcada por espinhas, casquinhas e feridas. Além disso, você ainda pode sentir coceira, dor, ter sangramento ou pus. Alguns casos são acompanhados de calvície definitiva e queda de cabelo, o que agrava o incômodo.
Causas da foliculite no couro cabeludo
Mesmo que existam muitas causas para a manifestação da foliculite no couro cabeludo, uma das principais é a infecção pelo Staphilococcus aureus (estafilococos). Todavia, muitos outros fungos e bactérias podem ser a origem do problema. Como os folículos do couro cabeludo são mais densos, quanto mais danos, maior a chance de desenvolver foliculite. Afinal, a região estará com a “imunidade” baixa. Outras possibilidades são:
- Transpiração excessiva
- Dermatite
- Condições inflamatórias (feridas)
- Uso de antibióticos constante
Já no caso da foliculite superficial, sua causa costuma estar relacionada à falta de higiene, atrito do uso constante de chapéus e bonés e também pomadas e cremes em excesso no local. Por outro lado, a foliculite profunda é uma infecção intensa nos folículos pilosos.
Foliculite capilar infecciosa
Nesse sentido, a foliculite no couro cabeludo ocorre por meio da contaminação da raiz do cabelo, causada por bactéria, vírus ou fungo. De forma que chegue ao folículo capilar, o agente precisa atravessar a barreira cutânea. Ela é enfraquecida após traumas da pele próximos ao fio de cabelo. Tais traumas, normalmente, costumam ser hábitos, como por exemplo:
- passar a mão ou coçar o couro cabeludo com frequência;
- raspar a cabeça;
- próteses capilares ou mega hair;
- arrancar casquinhas ou bolinhas que se formam na cabeça;
- tricotilomania, ou o hábito de arrancar cabelo;
- usar toucas, gorros e chapéus apertados.
Assim, quando a pele está lesionada, torna-se ainda mais fácil para um agente adentrar a região e infectar o folículo. É válido lembrar que infecções são contagiosas, ou seja, podem passar de uma pessoa para outra. Dessa forma, é essencial tomar cuidado a respeito do contato com outros. A seguir, confira as principais infecções associadas à foliculite.
1 – Por bactéria
A foliculite no couro cabeludo mais comum é causada pela infecção da bactéria Staphylococcus aureus, ou estafilococos. Essa bactéria faz parte dos microorganismos que vivem na superfície do corpo e da pele do couro cabeludo. Assim, quando está do lado de fora, a bactéria não causa muitos problemas. Todavia, após a lesão cutânea, ela é capaz de causar infecções com diferentes manifestações clínicas.
- Foliculite superficial: a mais comum de todas, normalmente faz com que se formem espinhas doloridas no couro cabeludo. Além disso, dependendo da quantidade de lesões, podem fazer surgir ínguas e caroços doloridos em suas orelhas e nuca.
- Foliculite capilar profunda: quando a bactéria é capaz de atingir uma região mais profunda do folículo, ela desencadeia, por exemplo, a sicose. O quadro é caracterizado por abscessos profundos e nódulos, áreas vermelhas, inchadas e com espinhas ao redor dos pelos. Normalmente, a ocorrência se manifesta na barba, mas também pode acabar no couro cabeludo.
- Furúnculo: furúnculos e carbúnculos também são consequências da foliculite capilar profunda. Todavia, eles costumam acometer também a glândula sebácea. No caso do furúnculo, a lesão fica bem localizada ao redor do fio. Ela precede inchaço, dor e vermelhidão. O centro da lesão, inclusive, acumula pus até que seja drenado espontaneamente.
- Carbúnculo: nesse caso, a infecção é ainda mais profunda que a do furúnculo. Ocorrendo na nuca, ela acompanha por ínguas dolorosas e febre.
2 – Fúngica
Todavia, mesmo que não seja tão frequente, você ainda pode acabar com uma contaminação do folículo capilar por fungos. Os fungos fazem parte da flora cutânea, mas causam menos infecções e inflamação. Assim, quando há a ocorrência, a foliculite fúngica costuma ser uma manifestação isolada, ou acompanhada de micose. Quando acompanhada de micose, a foliculite ocorre por fungos que já existem na terra, vindo do contato direto com pessoas já contaminadas ou gatos, cachorros e cavalos.
Foliculites capilares fúngicas isoladas são causadas por leveduras como a Candida sp e a Malassezia. Pessoas que estão acamadas, dermatite seborreica grave e imunossuprimidas são as mais afetadas pelo problema.
3 – Foliculite decalvante
Nesse caso, a foliculite se caracteriza como inflamação e destruição do folículo, que então é substituído por uma cicatriz. Sua causa ainda segue desconhecida. Além disso, por não se tratar de um quadro infeccioso, a foliculite decalvante não é contagiosa. Aqui, a bactéria não é o agente direto do problema, mas talvez o responsável por desencadear uma resposta inflamatória anormal do organismo.
Assim, ocorre sua destruição, formando fibrose e cicatriz da pele ao redor dos fios. O resto dos fios sai em pequenos tufos em um só óstio folicular, ou buraco. A situação se chama politriquia, ou “fios de boneca”. O aspecto da foliculite decalvante se apresenta como placas vermelhas endurecidas e inchadas, bem como de fios agrupados e envoltos por pus. O problema possui ocorrência maior em homens adultos e imunossuprimidos.
4 – Foliculite no couro cabeludo dissecante
Por outro lado, a foliculite dissecante, apesar de inflamatória, não é infecciosa e nem contagiosa. Grave, a foliculite faz parte de um grupo de reações inflamatórias intensas da pele. Isso inclui hidrosadenite e acne conglobata. Existe ainda a foliculite abscedante, que se caracteriza por nódulos flutuantes e abscessos interconectados, sendo as fístulas responsáveis por drenar secreção purulenta no couro cabeludo. Normalmente, a reação inflamatória costuma ser tão intensa que leva à queda de cabelo, além de fibrose dos tecidos e alopecia permanente.
Assim, existem ainda outras situações que podem acometer o couro cabeludo e causar a foliculite capilar. São elas:
- Foliculite actínica;
- Acne necrótica;
- Foliculite eosinofílica;
- Líquen planopilar;
- Erupção acneiforme;
- Foliculite por medicamento para quimioterapia.
Como tratar foliculite no couro cabeludo
Antes de mais nada, é essencial entender que um diagnóstico e tratamento precoce são a melhor chance de controlar a situação o mais rápido possível. Assim, pode se evitar uma piora do quadro ou novas manifestações. Todavia, medidas fundamentais para remediar a situação costumam ser melhorar de forma efetiva a imunidade e bloquear o que causa a foliculite. Isso pode ser feito por meio da prescrição de remédios por um profissional, como antibióticos e anti-inflamatórios tópicos ou orais. Determinados casos exigem tratamentos mais complexos.
Nesse sentido, em casos como a foliculite decalvante, o tratamento pode inclusive incluir pomadas e infiltração com corticoide e medicamentos com isotretinoína. A foliculite queloidiana pode até mesmo atingir casos onde é preciso realizar cirurgia para retirar os queloides que se formam. Casos como a dissecante são uma combinação de todos os tratamentos: drenagem de abscessos, antibióticos, isotretinoína, corticoide e cirurgia.
Prevenção da foliculite no couro cabeludo
Por fim, de forma que seja possível evitar uma situação de foliculite no couro cabeludo, medidas extras podem ser tomadas para fortalecer a barreira da região e também a imunidade. São elas:
- Não coçar ou mexer nas lesões;
- Lavar o cabelo diariamente, principalmente depois de suar;
- Não prender o cabelo com força;
- Ter cuidado na hora de aplicar cremes e óleos perto da raiz do cabelo;
- Evitar compartilhar pentes e escovas, toalhas e objetos de higiene pessoal no geral;
- Apenas entrar em piscinas e banheiras que estejam higienizadas;
- Usar shampoos suaves e de pH adequado;
- Evitar raspar cabelo com máquina 0 ou 1.
E aí, o que você achou dessa matéria sobre foliculite no couro cabeludo? Se te interessou, confira também Foliculite – O que é, o que causa e 8 hábitos para você acabar com ela
Fontes: Clínica Doppio, Juro Valendo, Médico Responde
Imagens: O Imparcial, Kanechom, Dr. Lucas Fustinoni, OPAS, BBC, Msd Manuals, SciELO, Sou Mamãe, Barbosa Souto