Príncipe Andrew é processado por abuso sexual em caso envolvendo vítima de Jeffrey Epstein; saiba detalhes

Príncipe Andrew é processado por abuso sexual em caso envolvendo vítima de Jeffrey Epstein; saiba detalhes


Mais um capítulo do escândalo envolvendo príncipe Andrew – filho da rainha Elizabeth II – e o bilionário pedófilo Jeffrey Epstein, que cometeu suicídio em 2019, após ter sido preso por um grande esquema de exploração sexual. Nesta segunda-feira (9), Virginia Giuffre abriu um processo contra o membro da realeza, afirmando que ele a agrediu sexualmente quando ela tinha 17 anos. A ABC News confirmou a informação, depois de consultar os registros do tribunal federal de Nova York.

O processo é aberto dois anos após a morte de Jeffrey Epstein, que aguardava julgamento em uma prisão da cidade norte-americana. “A vítima está empenhada em tentar evitar situações em que pessoas ricas e poderosas escapem de qualquer responsabilidade por suas ações”, disse o advogado David Boies em entrevista à emissora.

Em comunicado, Giuffre confirmou as palavras do advogado e disse que o processo está sob a guarda da Lei das Vítimas na Infância. Além das acusações de agressão sexual, a ação ainda afirma que a mulher foi traficada para o príncipe. “Estou responsabilizando o príncipe Andrew pelo que fez comigo. Os poderosos e ricos não estão isentos de serem responsabilizados por suas ações. Espero que outras vítimas vejam que é possível não viver em silêncio e medo, mas recuperar a própria vida falando e exigindo justiça”, explicou.

Nesse registro antigo, o príncipe Andrew aparece ao lado de Virginia Guiffre, quando ela ainda era menor de idade. Ghislaine Maxwell aparece ao fundo. (Foto: Reprodução/Metro)

“Não tomei essa decisão levianamente. Como mãe e esposa, minha família vem em primeiro lugar e eu sei que esta ação me sujeitará a mais ataques pelo príncipe Andrew e as pessoas ao seu redor. Mas eu sabia que se não prosseguisse com essa ação, eu desapontaria vítimas em todos os lugares”, acrescentou.  No ano passado, documentos escritos por Virginia sobre o período em que foi escravizada sexualmente por Epstein e sua cúmplice, Ghislaine Maxwell, vieram à tona. Segundo ela, quando tinha de 17 para 18 anos, Maxwell a enviou para o rancho de Epstein, onde passou dois dias a sós com o duque de York, que tinha 41 anos na época.

Jeffrey Epstein era amigo próximo do filho de Elizabeth II. Em abril deste ano, Andrew recusou uma proposta de US$ 7 milhões de dólares (cerca de R$ 38 milhões na cotação atual), para fazer uma entrevista sobre a amizade com o empresário usando o teste de polígrafo, o famoso aparelho que detecta mentiras.

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Acusação de “orgia com menores”

Esta não é a primeira acusação envolvendo o príncipe Andrew. Em junho de 2020, o The Mirror revelou que ele foi acusado na Justiça de ter feito “orgia com menores”. De acordo com os documentos obtidos, Andrew era o “indivíduo poderoso” com quem a “escrava sexual” de Jeffrey Epstein, Virginia Giuffre, foi obrigada a se relacionar em 2001, aos 17 anos.

O processo apontou ainda que o duque de York teria tido “uma orgia com várias outras garotas menores de idade”. Além disso, o príncipe também teria “pressionado o governo dos EUA a conceder um acordo judicial” a Epstein, quando este foi acusado de recrutar menores para prostituição, no ano de 2007.

Príncipe Andrew é um dos filhos da rainha Elizabeth II. (Foto: Getty)

Na época, Spencer Kuvin, advogado que defende as mulheres abusadas por Epstein há 10 anos, sugeriu que o membro da nobreza britânica deveria revelar logo tudo o que sabe. “O príncipe Andrew tem muito a responder, dadas essas novas revelações, e continuamos a pedir para que dê um passo à frente, seja homem e fale a verdade sobre o que ele sabe”, disse ele ao The Mirror.

“Se esconder atrás da monarquia é covarde e muito abaixo de sua posição, e ele francamente se tornou uma vergonha para a família real”, completou Kuvin sobre Andrew. A expectativa do advogado é que, em algum momento, consigam fazer Justiça nesse caso. “É nossa esperança que toda a extensão do esquema ilícito da pirâmide sexuais de Epstein continue a ser desvendada”, declarou.

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