Como tudo na vida, a internet tem seu lado bom e ruim. Nesse segundo é que se escondem os haters – pessoas que disseminam mensagens de ódio online, atingindo famosos ou anônimos, sem distinção. Xuxa Meneghel é alvo constante desses ataques, que se manifestam assim que a loira publica alguma nova foto nas redes sociais.
“Em questão de segundos eles já começam a meter pau, porque sabem que isso vai chamar mais a atenção do que dizer ‘eu te amo’, ‘eu te adoro’”, declarou ela, em reportagem exibida ontem (5) no “Fantástico“. Questionada pela jornalista Renata Capucci sobre o que levava internautas a destilarem veneno, a apresentadora, que ocasionalmente é chamada de “velha” e “acabada”, opinou: “Inveja, primeiro. Depois, acho que são pessoas mal amadas”.
“Essas pessoas não têm amor no coração, não conhecem a palavra ‘respeito’. Então, eu diria assim [para elas]: ‘Vai cuidar da tua vida. Vai lavar uma roupa, limpar um chão. Sai na rua, cuida de um cachorro, de um gato. Vai olhar pro céu’. Isso só pode acontecer se essas pessoas tomarem a coragem de cuidarem da vida delas mais do que da dos outros. Porque tem que ter coragem, né? É muito mais fácil cuidar da vida dos outros do que da dela”, continuou.
A rainha dos baixinhos afirmou que não mergulha no joguinho doentio dos haters, mas admitiu que é difícil se segurar. “Eu fico me coçando às vezes pra não entrar no nível da pessoa. Porque se eu entro no nível da pessoa, é o que eles querem. E é bem desagradável, porque aí realmente é uma guerra”, avaliou.
Gretchen é outra artista que sofre ataques diários. Ela, por sua vez, não só responde a comentários desse tipo, como também expõe para seus milhões de seguidores, o perfil de quem os fez. “Tiro print só do comentário e da carinha da pessoa, aí compartilho e ponho minha resposta em cima, pra verem quem são essas pessoas. Já que eu tô velha como eles dizem, eu não tenho mais filtro, posso falar tudo”, disparou a cantora. Essa, entretanto, não é a melhor maneira de lidar com a situação.
De acordo com o psicólogo Yuri Busin, o rebuliço causado por uma resposta reforça a necessidade do hater de continuar fazendo aquilo, porque ele começa a sentir que tem poder. “O ideal é não responder ao hater nunca”, afirmou o profissional, que ainda apontou a razão por trás dos ataques. “Toda tristeza mal resolvida internamente sai muitas vezes como uma raiva do próximo. Quando a gente vai e expressa nossa raiva escrevendo, falando ou brigando, a gente tem um pico de adrenalina, e adrenalina é igual a prazer”, explicou.
O “Fantástico” entrevistou também dois haters, numa tentativa de entender o que os motiva a disseminar ódio. “Quando aparece algo no meu feed e me chama atenção, eu vou lá e comento. Eu poderia ir lá e tentar fazer o bem ou uma crítica construtiva, mas eu acho mais divertido ser maldosa. Sarcástica, debochada, irônica”, disse uma mulher, cuja identidade não foi revelada. “Se a pessoa ficar deprimida, eu acho mais divertido ainda. Eu quero que ela sinta mesmo como é ruim ser o que ela é”, completou. Surreal…
Um homem que tem o mesmo comportamento acrescentou: “Falo palavras pejorativas. Acontece uma coisa e eu fico com raiva, aí pego aquele impulso e acabo falando coisas que não são legais. Só que a gente acaba se entretendo, se divertindo com aquilo. Vai ter gente que vai me ver como doente, um sociopata. Vai ter gente que me vê como um palhaço ou alguém que quer atenção. Mas se o que eu digo te incomoda, o problema não tá em mim. Tá em você que não aceita a verdade”.
Assista à reportagem completa: