Nesta segunda-feira (7), a ex-participante do “De Férias com O Ex”, Sarah Fonseca, usou suas redes sociais para denunciar um caso de racismo que teria sofrido em uma padaria de Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro. No vídeo postado pela influencer, ela chora e diz que um segurança teria cometido injúria racial contra ela, que estava acompanhada pelo namorado e a família dele, todos estrangeiros.
“Acabei de sofrer racismo por esse cara agora, em Ipanema. Meu namorado estava sentado com os pais, fui conversar com ele e ele me mandou sair, achou que eu estava pedindo dinheiro ou perturbando eles. Tem noção do que é isso? Que vergonha!“, disse ela no registro. O homem foi filmado, mas sua imagem está borrada na postagem. Ao fundo da gravação, é possível ouvi-lo negando as acusações de Sarah.
“Eu fiquei em choque, me senti humilhada na frente de todos! Eu não consigo descrever a raiva que eu tô sentindo. Ele achou que eu estava fazendo o quê? Por que eu deveria sair? Depois que eu me exaltei e gritei com ele, ele começou a dizer que eu estava enganada, que não era nada daquilo. Normal, né? Nunca é injúria racial. Deve ser coisa da nossa cabeça. Já estou em contato com advogada e já estou fazendo o BO. Isso não vai ficar assim!“, escreveu ela na legenda.
Para a coluna de Leo Dias, do Metrópoles, a jovem deu mais detalhes do episódio. “Eu estava indo pra essa padaria com meu namorado, a mãe dele e o marido. No meio do caminho, eu decidi voltar pra casa porque estava com dor de cabeça. Voltei tudo e quando cheguei em casa, reparei que a chave não tava comigo e não tinha como eu entrar. Voltei o caminho todo e fui até a padaria que seria nosso destino. Vi eles sentados numa mesa na calçada, atravessei a rua e fui logo na direção deles na mesa“, contou.
“Só consegui dizer uma frase ou mal completar: ‘I forgot the key with you’ (Esqueci as chaves com você). Meu namorado, a mãe e o marido dela são gringos. Todos da Alemanha. Eles não falam português. Assim que mal terminei a frase, o segurança já apareceu super rápido ao meu lado pedindo pra eu sair. Como se eu estivesse pedindo dinheiro ou importunando eles. Logo perguntei por que ele estava lá e o que ele queria comigo. Ele não pediu desculpa em nenhum momento. Ele estava lá para me retirar dali. Meu namorado que não fala português ficou sem entender nada enquanto eu discutia com esse funcionário da padaria, que parecia ser o segurança“, continuou ela.
Fonseca disse que, depois disso, eles se levantaram para irem embora. “Assim que levantaram, pedi para ficarem no canto porque continuei discutindo com o funcionário e comecei a gravar sobre o ocorrido. Ele ficou sentado e não fez questão alguma de entender o problema ou pedir desculpa. Até quando vamos ser vistos assim? Eu me senti muito humilhada porque tudo aconteceu muito rápido. Eu mal cheguei e já fui abordada. Na frente de todos que estavam no local e principalmente do meu namorado e família. Um absurdo isso!“, lamentou.
Ela também responsabilizou o estabelecimento. “A padaria não instruiu seu funcionário. Ele agiu com injúria racial comigo. Se fosse uma pessoa branca se aproximando da mesa, ele não teria feito nada! E eu ainda perguntei pra ele: isso tudo só por que eu sou preta? Mal sabia ele que eu já fui cliente desse mesmo lugar várias vezes. Eu já me sentei naquele local. Eu sou moradora da região. A cor da minha pele precisa definir minha atitude? Precisa mesmo definir quem sou? Inacreditável“, finalizou Sarah.
Estabelecimento se pronuncia
Com a repercussão, a padaria Baked emitiu um comunicado lamentando o ocorrido, e declarando que o funcionário não pertence ao seu quadro. De acordo com o estabelecimento, o segurança seria contratado pela associação de lojistas da rua. “A Equipe Baked ficou ciente nas últimas horas que um episódio de discriminação ocorreu hoje em nossa loja, envolvendo prestador de serviços do bairro e uma de nossas clientes. Acreditamos que essa situação é extremamente grave, e estamos completamente indignados. Gostaríamos de esclarecer que o segurança em questão não é funcionário contratado da Baked, e sim um prestador de serviços para a rua, e de maneira nenhuma ele nos representa“, escreveram.
“Já entramos em contato com a associação de lojistas informando o ocorrido, para que sejam tomadas as medidas necessárias o quanto antes! Acima de tudo gostaríamos de prestar todo o nosso apoio a Sarah, e já entramos em contato com a mesma para que possamos a auxiliar em quaisquer medidas que sejam necessárias. Temos vídeos, testemunhas e funcionários à disposição para o que ela precisar. Lamentamos muito que um ato como esse possa ter acontecido, principalmente em nossa loja, e reiteramos que tal postura é totalmente contrária aos valores da empresa. A Baked repudia toda e qualquer discriminação!“, concluiu a equipe.