Uma reflexão de desaniversário

Uma reflexão de desaniversário

Uma reflexão de desaniversário

Foto: Lan Gao | Unsplash

Completei 36 anos recentemente, no dia 26 de maio. Quando começo a pensar nisso, fico que nem a criancinha do meme: “como vim parar aqui, meu Deus, eu só tenho 6 anos”. Ok, talvez dê pra adicionar aí uns 10 a mais. Na minha cabeça, acho surreal não ter mais 16. Nem 26. Agora são 36.

Minha vó sempre dizia que, depois dos 18, a vida passava voando. E é verdade. Pra mim, tá cada vez mais rápido. Deve ser por isso que não consigo evitar, a cada volta do sol, pensar sobre como vim parar aqui. É sempre um momento de recolhimento e de reflexão. Dizem que aniversários trazem também renascimento, mas é engraçado como eu acabo olhando só para trás – talvez na tentativa de mapear o caminho desde que parti (ou cheguei?).

Isso me deixa um pouco melancólica, o que teoricamente não é algo que as pessoas esperam para essa data. Afinal, o desejo é sempre de “feliz aniversário”, né? Muita gente gosta e quer comemorar. Veja, eu fico contente de estar por aqui mais um ano, claro que fico. E espero estar por muitos ainda. O que me pega mesmo é a vontade inevitável de juntar cada pequeno recorte da vida para entender o que ela foi, é e ainda pode ser pra mim.

Pensando bem…

Mas será que dá mesmo para costurar tudo isso e terminar com algo consistente? Agora, enquanto escrevo, penso que não. Se os momentos são efêmeros, nós também somos. Então talvez o segredo seja me render ao fato de que eu, assim como qualquer pessoa, estou pulverizada no passado, no presente e no futuro também – e que isso já forma uma grande existência.

Isso me leva a crer que não deveria me preocupar tanto em juntar as peças ou refazer o trajeto. Melhor me deixar simplesmente ser – mesmo que às vezes eu não me lembre exatamente do que fui ou não consiga visualizar o que ainda serei. E tem algo de bom aqui que não tem em nenhum outro lugar. ??

[Um lembrete para a Thais do futuro, que é a Thais do presente, mas também do passado. E para você também, que passa pela mesma encrenca mental a cada assoprar de velinhas.]

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