Nesta quinta-feira (15), a Polícia Militar do Rio de Janeiro prendeu Bruno de Souza Rodrigues, principal suspeito da morte do ator Jeff Machado. Segundo o g1, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) estava monitorando o produtor há cerca de uma semana no Morro do Vidigal, na Zona Sul carioca.
Bruno era considerado foragido desde 1º de junho e foi encontrado no “Bar do Neguinho”. Ele foi detido pelos policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), após denúncia dos próprios traficantes da comunidade e pelo rastreio de uma conexão wi-fi usada por ele. Segundo a delegada Ellen Souto, responsável pela investigação, o rapaz estava na parte mais alta do Morro.
“Ele estava circulando pela cidade, chegou a ir em Mesquita, Ipanema, Leblon, mas há cinco dias estava na parte alta do Morro do Vidigal e durante esses dias, ele entrou e saiu da comunidade diversas vezes, com livre acesso. Diante dessas informações, confirmadas ontem, decidimos fazer essa operação”, explicou.
Segundo ela, não houve qualquer resistência por parte do produtor: “Não houve resistência nenhuma, então, o que nós sabíamos é que ele estava na comunidade há uns cinco dias. Recebemos informação de que ele estava andando por diversos bairros da Zona Sul”.
O Setor de Inteligência da Polícia Civil ainda apontou que, após ser indiciado, Bruno passou pela cidade de Mesquita, na Baixada Fluminense, e pela casa de um amigo em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, mesma área onde os restos mortais de Jeff foram encontrados. “O que temos que apurar agora é saber se houve um favorecimento pessoal, se alguma pessoa o apoiou nessa nova fase dele de foragido e se alguém permitiu a entrada dele na comunidade”, explicou a delegada.
João Maia, advogado de Bruno, garantiu que nem ele ou sua equipe sabiam onde o cliente estava escondido. “Não sabíamos onde ele estava, soubemos pela imprensa. A defesa estudava a apresentação dele, mas o problema é que os requisitos da prisão temporária não foram apresentados pela delegada, então, a defesa acreditava que a prisão poderia ser revertida, como continua acreditando”, justificou. Assista ao momento da prisão:
A Polícia Militar prendeu na manhã desta quinta-feira (15) o produtor Bruno de Souza Rodrigues, suspeito de matar o ator Jeff Machado. https://t.co/WpHD5XiuWn #g1 pic.twitter.com/uY9LA1L11m
— g1 Rio (@g1rio) June 15, 2023
URGENTE: Bruno de Souza Rodrigues, suspeito de assassinar o ator Jeff Machado, foi preso pela polícia no Vidigal pic.twitter.com/k9oE6B7Yig
— Voz das Comunidades 📰 (@vozdacomunidade) June 15, 2023
A investigação das autoridades aponta que Bruno teria enganado o ator ao se apresentar como assistente de produção, prometendo um papel fixo no elenco de uma novela da TV Globo por R$ 18 mil. Após o assassinato, o suspeito também teria tentado vender parte do patrimônio de Jeff Machado.
O produtor já trabalhou na Globo, mas foi demitido após a emissora atestar fraudes. “Bruno de Souza Rodrigues foi empregado desta empresa, tendo sido desligado em 2018, por justa causa, por, sem o conhecimento da empresa, prometer falsamente a atores a participação em programas da emissora, mediante solicitação de pagamento em dinheiro”, afirmou o documento emitido pelo canal.
Relembre o caso
Em 22 de maio, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) encontrou o corpo de Jefferson Machado da Costa, que estava desaparecido desde 27 de janeiro, em uma casa. Segundo o g1, foi possível identificar o ator através de análise das digitais de Jeff. A família passou a desconfiar depois de uma ONG entrar em contato para informar o suposto abandono dos cães que pertenciam ao ator.
Até Jeff ser dado como desaparecido, uma pessoa fazia contato com a mãe do ator, apenas por mensagem de texto. Mas, segundo ela, as mensagens não se pareciam com a forma que o filho escrevia. Depois de quatro meses, os restos mortais do ator da novela “Reis”, da Record, foram encontrados em um baú concretado em uma casa em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Ainda segundo o portal, o baú pertencia ao ator e foi retirado da sua própria casa.
Por conta do tempo de decomposição do corpo, o Instituto Médico Legal (IML) do Rio declarou que o resultado do exame de necropsia foi indeferido. Jeander Vinícius da Silva Braga e Bruno de Souza Rodrigues são suspeitos do crime e alegaram que havia uma terceira pessoa envolvida no assassinato de Jeff, identificada como Marcelo. As autoridades, no entanto, descartaram a possibilidade.
Jeander foi preso no dia 2 de junho. Ambos estão sendo investigados.
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