No sábado (26), o Padre Júlio Lancellotti, da paróquia de São Miguel Arcanjo, em São Paulo, recebeu um bilhete com ameaças. Segundo a Secretaria de Segurança Pública Estadual, um idoso de 72 anos confessou neste domingo (27), que foi o responsável pelo envio da mensagem. Após a repercussão, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania se manifestou sobre o caso. As informações são do g1.
“Padreco de merd*, pensa que aqui é partido político. Defensor dos direitos dos bandidos. Petista vagabund*. Usa o povo para te favorecer. Seu dia de reinado aqui vai acabar. Pode esperar”, dizia o bilhete. Conhecido especialmente por seu trabalho ajudando pessoas em situação de vulnerabilidade, esta não é a primeira vez que o religioso é alvo de ameaças.
Quando encontrou o bilhete, o próprio padre entrou em contato com o secretário-executivo da SSP, Osvaldo Nico Gonçalves, para informar sobre a mensagem. As câmeras de segurança da igreja flagraram o momento em que homem deixou o papel no local.
O idoso responsável foi encaminhado ao 8º Distrito Policial, no Brás. Em depoimento, ele alegou que conhecia o padre e que “não pretendia fazer, efetivamente, mal a ele”. O caso foi registrado pelas autoridades como injúria e ameaça. A partir de agora, Julio Lancellotti tem seis meses para representar criminalmente contra o autor.
Nas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, lamentou as ameaças sofridas pelo religioso. “Minha solidariedade ao Padre Júlio Lancelotti, que faz um forte trabalho cristão em São Paulo. Esclareço que, no caso da ameaça por ele sofrida, a princípio a competência legal é estadual. De todo modo, vamos colher mais informações e estudar medidas cabíveis”, escreveu.
Minha solidariedade ao Padre Júlio Lancelotti, que faz um forte trabalho cristão em São Paulo. Esclareço que, no caso da ameaça por ele sofrida, a princípio a competência legal é estadual. De todo modo, vamos colher mais informações e estudar medidas cabíveis.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) August 27, 2023
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania também emitiu uma nota de repúdio sobre o bilhete e as demais ameaças ao padre. Segundo o comunicado, o órgão se colocou à disposição para proteger Julio Lancellotti. “O ministro Silvio Almeida ligou para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, após chegar neste domingo de viagem à África em que integrava comitiva do presidente Lula. O governador informou ao ministro que a polícia prontamente identificou o autor da ameaça, e o encaminhou às autoridades competentes.”, diz a nota.
“Infelizmente, não é a primeira vez que o religioso é ameaçado por causa do trabalho que realiza com pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade. É inadmissível que um homem com sua trajetória e importância social continue sendo alvo de atos criminosos por parte de quem se opõe à luta pela justiça social. O MDHC se coloca à disposição para adoção de todas as medidas necessárias visando à proteção do Padre Júlio, que reconhecemos como grande defensor dos direitos humanos das pessoas em situação de rua”, conclui o texto enviado ao g1.
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