Exclusivo! Elenco de “Anderson Spider Silva”, da Paramount+, fala sobre representatividade e explora “homem por trás do lutador”; assista

Questionado sobre viver um “ídolo vivo”, William Nascimento admitiu que o contato próximo a Anderson, que foi produtor da série, foi imprescindível para sua performance. “Primeiramente, eu sempre fui fã do Anderson. É algo que já facilitou bastante, mas ter o contato dele comigo, me mandando mensagem, me incentivando, tirando minhas dúvidas, foi fundamental também para a criação do meu personagem”, explicou ele.

Se o lado emocional e psicológico de Silva foi “fácil” de decifrar, a parte física foi um desafio maior, admitiu Nascimento. “Foi bem difícil, porque eu não tinha feito luta na minha vida. Então foi a partir de Anderson que eu comecei a lutar. Eu treinava 4 horas por dia, de manhãzinha, 6 horas da manhã, eu já estava na academia treinando. E eu tinha outras atividades ao decorrer do dia, preparação de elenco e por aí vai. Mas eu treinava 4 horas por dia de muay thai, boxe, jiu-jitsu, capoeira, e eu tinha musculação ainda de noite, porque eu precisei emagrecer, perder peso, ficar mais fininho para poder interpretar o Anderson. Eu mergulhei de cabeça”, contou o ator.

Larissa Nunes, que dá vida para Dayane Silva, esposa do lutador, também encontrou seus desafios: elevar e representar cultura preta brasileira em um projeto de escala mundial. “É uma baita responsa. É uma responsabilidade muito grande, um privilégio, de poder contar uma história que é nossa, uma história brasileira e que se estende para além da comunidade preta em geral. Mas acho que a gente está contando uma história que possa inspirar o Brasil como um todo. Tem uma relevância por ser uma história de superação e que não vitimiza enquanto personagens pretos”, destacou a atriz.

“Apesar de a gente ter muitas produções audiovisuais acontecendo, ‘Anderson Spider Silva’ tem um diferencial por ser uma série que fala sobre o afeto como uma premissa para a gente conquistar as coisas. Uma premissa para realizar os sonhos. É importante ter uma rede de apoio. É importante que as pessoas reconheçam que pessoas pretas também têm redes de apoio relevantes e importantes. Assim, a figura da tia Edith, a figura do tio Benedito, a própria figura da Dayane na história tem esse suporte de poder contar essa vivência e poder atravessar esses desafios com relevância. Então pra nós, para gente que tem essa coragem de poder contar isso hoje, é extremamente bonito de se ver”, acrescentou Larissa.

O sentimento foi ecoado por Seu Jorge, que interpreta o tio Benedito na série. ” Acho que isso tende a ajudar muito a inspirar muito novas gerações, a homenagear gerações anteriores, antecessoras, pessoas de relevância, pessoas importantes, e a gente ter realmente o nosso pertencimento, pertencer. Então acho que, pensando, o cinema, a arte, ela nos dá essa possibilidade. Vou colocar assim, eu sou uma pessoa extremamente realizada ao longo desses anos, todas as ideias, todas as coisas, elas foram se aproximando de mim. Eu fui batalhando por elas e fui me encontrando com um jeito de fazer. Eu vejo muita semelhança na trajetória do Anderson nesse sentido. A gente escolhe, “eu quero fazer” e tudo, mas muitas das vezes, somos escolhidos. Eu acho que no nosso caso, nós, corpos negros que também vivemos num país onde tem uma estrutura que nunca nos permitiu realmente estar colocando nossas vidas, nossas histórias como referência. Hoje, a gente ter esses espaços através do streaming para as nossas narrativas, para nossas falas, é de extrema importância”, ressaltou o artista.

Por fim, para além da representação e da retratação de sua ascensão ao topo do universo do MMA, Anderson Silva confessou que a série foi a oportunidade perfeita para levar seus admiradores para “atrás da cortina”, permitindo que ele humanizasse a figura forte de “Spider”. “É importante contar coisas que talvez algumas pessoas não gostariam de contar da sua vida pessoal. Foi importante. Foi muito gratificante poder humanizar o cara por trás do lutador, mostrar os dramas, os defeitos, as falhas, mas principalmente o amor. O carinho, a cumplicidade com a família. (…) Eu acho que a série, ela tem essa responsabilidade. Não de mostrar o ídolo, mas mostrar o ser humano por trás do ídolo, o cara falho, o cara com sentimento e que teve essa rede de apoio, que teve a família como suporte, que sempre esteve ali, unido com a família e que fez tudo com muito amor, cara. E isso é o que está me deixando muito feliz. Poder mostrar isso para as pessoas”, concluiu.

Com cinco episódios – sendo que o primeiro deles está disponível gratuitamente na plataforma de streaming Paramount+ – a produção explora duas etapas da vida de Silva: a adolescência em Curitiba, quando ainda era um jovem “briguento” e que não levava desafora para casa, e também a ascensão no MMA, já na fase adulta.

A direção da série é assinada por Helder Fruteira e Caito Ortiz (O Roubo da Taça). O elenco conta com Seu Jorge, Tatiana Tibúrcio como Tia Edith, Douglas Silva como Max Silva, Larissa Nunes como Dayane Silva, Dudu Azevedo dando vida a Rodrigo Minotauro e Milhem Cortaz como Santiago. O bate-papo completo do Hugo Gloss com as estrelas você confere abaixo:

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