A morte misteriosa de uma mãe e seu filho, em Goiânia, nesta segunda-feira (18), surpreendeu os moradores da cidade. Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e sua mãe, Luzia Tereza Alves, de 86, passaram mal depois de uma refeição em uma confeitaria e morreram em um intervalo de algumas horas. A investigação, no entanto, não encontrou nenhuma irregularidade na comida.
O caso repercutiu por causa de uma publicação da filha de Leonardo. Ele trabalhava na Polícia Civil como assistente de gestão administrativa e era lotado na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores de Goiás. Em seu Instagram, Maria Paula Alves lamentou a perda do pai e da avó, e descreveu o atendimento que eles passaram. Segundo ela, os dois teriam apresentado vômito, diarreia e dores abdominais após comer “um alimento comprado em um estabelecimento famoso e bem credificado”.
“Vomitou sem parar, por horas, buscou atendimento médico e, quando eu soube da situação, já havia ocorrido uma série de complicações que acabaram levando a óbito. Entre o primeiro sintoma até seu último suspiro não teve nem 12 horas”, relatou Maria Paula. “Minha vovó passou mal junto com meu pai, foi internada no mesmo momento, mesma UTI, aguentou mais tempo mas hoje de madrugada foi acompanhar o meu papai no céu”, acrescentou sobre a avó.
Apesar de Maria dar ênfase ao fato de não saber o que teria acontecido com os parentes, muitos internautas apontaram que eles teriam sido vítimas de envenenamento e acusaram a responsável pelo estabelecimento. A confeiteira Mariana Perdomo, entretanto, se defendeu através de uma nota nas redes sociais e garantiu que 346 mil unidades dos produtos da mesma categoria foram comercializadas e nenhuma ocorrência similar foi registrada.
“A primeira coisa a dizer é que nos solidarizamos com a família enlutada. Nossos advogados vêm prestando todos os esclarecimentos para elucidar os fatos, bem como colaborando com as investigações, para permitir que essa família saiba a causa exata dos óbitos de seus entes queridos. Ver tantas inverdades a respeito da Perdomo Doces serem veiculadas é imensamente triste. Não apenas pela injustiça, mas pela responsabilidade com os mais de 200 pais e mães de família que empregamos e com nossos clientes, que sempre nos honraram com sua confiança”, escreveu a doceira.
Polícia investiga o caso
O Procon de Goiás foi acionado após as mortes e agentes foram à loja na própria segunda-feira. No entanto, nada de errado foi encontrado. “Os profissionais verificaram informações contidas nas embalagens, datas de fabricação e validade, acomodação e refrigeração dos doces e, nesta ocasião, não foi constatada nenhuma irregularidade nos produtos fiscalizados”, explicou o órgão.
Já a Polícia Civil trabalha com a hipótese de duplo homicídio. De acordo com o Extra, o delegado Carlos Afama apontou que só irá se pronunciar amanhã e ainda não há nenhum suspeito.
Filha volta a se manifestar
Devido à repercussão da notícia, Maria Paula voltou ao Instagram para esclarecer que não queria levantar suspeitas contra a confeiteira. “A minha introdução apenas foi um aviso do que tinha acontecido, foram fatos, apenas fatos, antes de declarar minha dor, meu amor, minha saudade. Quando falo que ele ‘comeu comida de um lugar famoso e bem credificado e passou mal’ é um fato, em que não estou acusando/culpando ninguém e sim falando ‘Caramba! Por que raios aconteceu isso?’, ‘A vida é efêmera!’. Não apontei o dedo. Nem mesmo coloquei nome, causa, etc. Não tenho ideia, ainda, do que houve”, disse ela.
“Logo no inicinho de tudo, eu fui atrás do contato da proprietária da loja, contei o ocorrido e repeti um milhão de vezes a ela que queria apenas ajudar a prevenir que mais alguém passasse por isso, para retirar todos os produtos daquele lote, para alertar, para ajudar o máximo de pessoas possíveis, e que não estava apontando, culpando, processando ou algo do tipo. Ela inclusive esteve o tempo todo prestativa comigo para tudo que eu precisasse”, acrescentou. Leia a íntegra:
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