Namorada de motorista de Porsche presta depoimento, diverge de testemunhas e revela desentendimento

Namorada de motorista de Porsche presta depoimento, diverge de testemunhas e revela desentendimento


A namorada de Fernando Sastre de Andrade Filho, condutor do Porsche que causou o acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, prestou depoimento à polícia nesta terça-feira (9). Acompanhada de quatro advogados, a mulher falou por quase duas horas com os agentes do 30º Distrito Policial (DP), em Tatuapé, em São Paulo. Ela negou que o namorado tenha ingerido bebida alcoólica antes de assumir a direção.

Testemunhas escutadas anteriormente pelas autoridades afirmaram que Fernando bebeu “alguns drinks” e tinha sinais de embriaguez, e dirigia bem acima dos 50 km/h permitidos para a via. Segundo a namorada, ele não ingeriu bebida alcoólica porque, durante os oito anos de relacionamento do casal, eles sempre combinaram que quando um dos dois bebe, o outro fica sóbrio.

Segundo a mulher, ela e o empresário teriam encontrado com um amigo, Marcus Vinicius Machado Rocha, e a namorada dele em um restaurante horas antes do acidente. Ela alegou que o casal de amigos estava em outro carro. Apenas Marcus e a companheira de Fernando teriam bebido na ocasião, porque o condutor do Porsche e a namorada do amigo iriam dirigir os automóveis.

A namorada de Fernando Sastre de Andrade Filho saiu da delegacia escondida em um casaco após prestar depoimento. (Foto: William Santos/ TV Globo)

Após o jantar, os quatro amigos teriam ido para uma casa de pôquer, onde Fernando, de acordo com a namorada, também não bebeu. Ele estava ganhando dinheiro com o jogo e não queria deixar o local, mas a moça queria ir embora. O casal teve uma discussão que perdurou até o momento em que os dois decidiram sair da casa de pôquer.

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A mulher, então, optou por não voltar para casa no carro de Fernando. Com isso, Marcus teria ido para o banco do carona do Porsche para ir embora com o amigo. A namorada do motorista do carro de luxo voltou junto com a companheira de Marcus, que conduzia o outro veículo. O desentendimento do casal foi gravado por câmeras de segurança na rua onde fica a casa de pôquer.

A namorada de Fernando não comentou no seu depoimento sobre os sinais de embriaguez, voz pastosa e andar cambaleante que seu namorado apresentava, como foi pontuado pelas testemunhas. Ela também não citou se o companheiro dirigia em alta velocidade ou não.

Divergências nos depoimentos

Todavia, a versão da história contada pela mulher difere do que foi dito pela namorada de Marcus à polícia. De acordo com a parceira do amigo, os quatro colegas haviam bebido “drinks” no restaurante, sem especificar se eram bebidas alcoólicas. Depois disso, eles foram para a casa de pôquer, onde não sabe se Fernando e Marcus beberam mais.

Na hora de ir embora, ela afirmou que a namorada do condutor do Porsche brigou com ele porque estava “alterado”. Marcus se ofereceu para dirigir o veículo de luxo, mas Fernando não deixou. Por isso, o amigo teria ido no banco do carona. Sobre a alta velocidade, a namorada de Marcus disse que o automóvel “acelerou” e ela acabou perdendo o carro de vista. Ela ainda teria emprestado seu celular para a namorada de Fernando ligar para ele. Assim, elas souberam que o acidente havia acontecido.

O acidente

A colisão aconteceu por volta das 2h20 de domingo (31), na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, e foi registrada por câmeras de segurança. Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros em parada cardiorrespiratória, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada no Hospital Municipal do Tatuapé com traumatismos múltiplos. Como apontou o boletim de ocorrência, Marcus que estava como carona no carro de luxo ficou ferido e foi encaminhado para um hospital da região. Confira o momento da colisão:

Ao portal g1, os advogados de defesa alegaram que Fernando não fugiu do local e apontaram que ele foi liberado pelos policiais militares para ser encaminhado ao hospital. Ele foi indiciado por homicídio por dolo eventual, lesão corporal e fuga do local do acidente. Fernando responde aos crimes em liberdade. A Justiça já negou dois pedidos de prisão temporária do empresário. Leia mais detalhes, clicando aqui.

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