Conselheira que buscou criança revela reação de influencer, suspeito de maus-tratos, que a deixou revoltada

Conselheira que buscou criança revela reação de influencer, suspeito de maus-tratos, que a deixou revoltada


Nesta quarta-feira (26), a conselheira tutelar Grazielle Araújo Ramos informou que o influenciador Igor de Oliveira Viana fazia caretas zombando da filha de 2 anos, com paralisia cerebral. Ele e Ana Vitória Alves dos Santos, mãe da criança, estão sendo investigados por crimes contra a criança, incluindo maus-tratos.

“Ele debochou muito dizendo que graças a mim, agora ele vai ficar mais famoso do que ele já é. Ele chegou a fazer caretas imitando a criança. Aquilo ali foi de um absurdo tão grande, me revoltou de uma forma tão grande que não sei nem explicar a indignação que senti”, declarou Grazielle ao g1.

No boletim de ocorrência, consta que Igor também foi debochado quando a polícia e o Conselho Tutelar foram até a casa dele para retirar a criança de seus cuidados. Segundo a conselheira, o influenciador agiu de forma “cínica, irônica, debochando o tempo inteiro e rindo da situação”, com ela e com os agentes da polícia.

Guarda da criança

O Conselho Tutelar retirou a menina de casa e a levou para a casa da avó paterna. Ao site, Grazielle explicou que a guarda da menina será definida depois de um trâmite na Justiça, que garante defesa a Igor e Ana Vitória. “Somente depois de todo o processo legal, o juiz irá definir se a criança irá ficar com ele, com a mãe, com os avós”, disse ela.

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Briga nas redes e doação de dinheiro

Os influenciadores são separados e concordaram, informalmente, que o pai teria a guarda da criança. Desde então, Viana compartilha com seus milhares de seguidores, a rotina com a filha. Ele também utiliza suas plataformas para angariar fundos que, supostamente, seriam revertidos para os cuidados com a menina. Porém, de acordo com a delegada Aline Lopes, os pais dela fingiam brigas para comover os seguidores e ganhar mais engajamento na internet.

“Eles estavam juntos até pouco tempo. Nesse último mês, eles se separaram e essa separação se deu de forma amigável, mas eles estariam chamando uma briga pública entre os dois, de forma a gerar mais engajamento. Tudo que acontecia com ela, a exposição, o desvio, aconteceu enquanto morava com a mãe também. Então, ainda que ela não seja autora direta, se ficar comprovado que ela não atuou para impedir o que o pai vinha fazendo, ela também pode ser responsabilizada pelos mesmos crimes, mas na forma omissiva”, pontuou a responsável pelo caso.

Igor, por sua vez, negou as acusações e xingou os seguidores. Em um áudio obtido pela Polícia Civil, ele – que na web se identifica como “Pai da Soso” e “servo do Deus vivo” – ironizou aqueles que o apoiaram financeiramente. “Se eles (seguidores) foram trouxas, a culpa não é minha”, disparou.

Igor postou vídeo supostamente debochando de decisão do Conselho Tutelar (Foto: Reprodução/Tik Tok)

 

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“Eu não considero que eu desviei o dinheiro, até porque as pessoas enviavam o dinheiro para minha conta, minha filha não tem Pix. Se eles foram trouxas, a culpa não é minha. Eu não sou obrigado a usar o dinheiro que eles mandam especificamente com a minha filha. Eu também tenho necessidades a serem supridas, sou um ser humano”, destacou.

O advogado Daniel Louredo Cardoso, que representa Ana Vitória, relatou que ela já se apresentou na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) para prestar esclarecimentos. “Informamos ainda que para proteção da integridade da menor S.A.V, bem como por se tratar de inquérito policial que tramita sob sigilo, a defesa e os envolvidos estão impedidos de prestar informações mais detalhadas sobre a investigação. Ressaltando que todas as provas necessárias a elucidação dos fatos serão fornecidas a autoridade policial que preside o inquérito”, declarou em comunicado.

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Com o andamento do inquérito, Igor e Ana Vitória devem ser intimados a depor e prestar esclarecimentos sobre as denúncias. Até lá, o influenciador está proibido de mostrar a filha nas redes sociais. Ele é suspeito de constrangimento de menor, estelionato, discriminação à pessoa com deficiência e apropriação de bens proventos de pessoa com deficiência. Clique aqui para saber os detalhes.



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