Estava eu assistindo a uma apresentação da WGSN – empresa de previsão de tendências – quando me deparei com o seguinte termo: beleza emocional. Você já ouviu falar disso? Eu nunca tinha ouvido e, depois de uma breve explicação, ainda intrigada, fui pesquisar mais. O que entendi divido com você a seguir!
Beleza emocional
De acordo com a exposição, em 2025 entraremos de vez no que o bureau chama de “era da beleza emocional”. Essa nomenclatura sugere que nossos pensamentos, sentimentos e emoções – sejam eles positivos ou negativos – são externalizados por meio da pele. Como pessoa de pele sensível e com rosácea, que é uma condição inflamatória, posso afirmar que isso faz todo sentido. Dia desses mesmo, depois de passar por um período complicado com minha depressão, vi a vermelhidão tomar conta do meu rosto. Ao passo que, quando estou numa fase mais tranquila, minha pele demonstra isso também.
E não é só minha concordância empírica que sustenta todo o conceito. Na apresentação que vi, entraram brevemente alguns dados de pesquisas científicas compilados pela Aveeno, marca especializada em peles sensíveis, que achei muito interessantes. Busquei mais a fundo e encontrei o conteúdo completo, em inglês. O primeiro ponto a me chamar a atenção é que a empresa entende a sensibilidade não como uma característica da pele, mas como um estado dela.
A maioria de nós recebe milhões de estímulos todos os dias. Nossa pele é tanto um receptor quanto um reator a esses estímulos, refletindo nosso bem-estar emocional e físico. Como resultado, o que pensamos, sentimos e vemos pode desempenhar um papel significativo no que aparece em nossa pele.
É de se pensar, então, que temos uma via de mão dupla quando pensamos em pele, especialmente quando ela se apresenta sensível. Os fatores que desencadeiam o aumento da sensibilidade, fenômeno percebido por 71% dos adultos segundo uma das fontes do documento, podem ser:
- Físicos (radiação UV, calor, frio e vento);
- Químicos (cosméticos, sabonetes, água e poluentes);
- Hormonais (ciclo menstrual);
- Psicológicos (estresse).
Estresse e pele sensível
Infelizmente, o estresse é uma parte inevitável da vida que levamos hoje – e levaremos no futuro, de acordo com a análise da WGSN (risos nervosos). E nossa pele está constantemente respondendo às pressões que sofremos no dia a dia – seja de maneira muito visível ou mais silenciosa e gradual. No conteúdo da Aveeno, há alguns exemplos – retirados de uma pesquisa científica – dos efeitos que o nosso psicológico pode trazer à pele:
- O cortisol, hormônio do estresse, pode causar a superprodução de sebo (óleo), possivelmente levando a acne;
- O estresse afeta o sistema imunológico, tornando a pele mais reativa e sensível, o que pode provocar erupções cutâneas, urticária e vermelhidão;
- Ele pode exacerbar inflamações existentes como eczema, psoríase e rosácea, levando a crises;
- Ao nos sentirmos nervosos ou ansiosos, podemos cutucar a acne ou coçar nossa pele, resultando em um ciclo que se autoperpetua.
Mente x pele
Até esse ponto, já deu para entender que mente e pele estão intimamente conectadas. Para você ter ideia, estima-se que 1/3 dos pacientes com doenças dermatológicas (como acne, dermatite atópica, psoríase e rosácea) tenham distúrbios psicológicos ou psiquiátricos. A informação vem de divulgação científica também. Fora que o próprio diagnóstico pode causar uma série de emoções, como tristeza, ansiedade e raiva, intensificando condições de saúde mental pré-existentes. E aí já dá para imaginar o que acontece, não é? Uma grande retroalimentação que leva à piora dos dois quadros.
Se você está se perguntando se há alguma saída, acredito que ela esteja justamente na ideia de beleza emocional que o bureau apresentou. Isso porque, segundo o documento da Aveeno, uma rotina de skincare gentil, mas consistente, pode elevar a autoestima, manejar o estresse e aumentar a autoconfiança de uma pessoa. É por isso que veremos cada vez mais marcas trazendo produtos não somente eficazes no tratamento das questões de pele, mas feitos para melhorar nosso bem-estar como um todo.
Um exemplo
Durante a exposição, a WGSN deu alguns exemplos de empresas que já fazem parte da tendência. Um que me chamou a atenção foi a Faace, marca britânica de cuidados com a pele, que diz:
A vida é complicada, o skincare não precisa ser.
Ou seja: os produtos são simplificados para que a consumidora possa escolher a melhor opção de acordo com cada momento. Cansaço? Época do mês? Muito exercício? Essas e outras instabilidades comuns à vida da mulher se traduzem em itens com embalagens coloridas e uma comunicação pra lá de divertida. Um dos carros-chefes da marca é o hidratante Stress Faace, feito para um rosto “esgotado/com sede/seco/oprimido/que precisa de um momento de calma” – em inglês as expressões são mais legais, mas o que importa é que o bom humor está presente em tudo. Um sorrisinho, pelo menos, eles conseguem arrancar de você.
E aí, gostou de saber mais sobre beleza emocional? É um conteúdo diferente, né! Porém, gostei de trazê-lo por aqui e, a partir de agora, ficarei de olho nas marcas por aí para ver se estarão seguindo esse conceito!