O comerciante Igor Peretto descobriu a traição da esposa, Rafaela Costa, após ver uma ligação dela na central multimídia do carro de seu cunhado e sócio, Mario Vitorino. As informações constam nos depoimentos dos envolvidos à Polícia Civil, e foram divulgadas pelo g1 nesta quarta-feira (20).
Igor tinha 27 anos e foi assassinado no apartamento de sua irmã, Marcelly Peretto, em Praia Grande, no dia 31 de agosto. Mario é o principal suspeito de ter esfaqueado a vítima 11 vezes. Todos foram presos por envolvimento no crime. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) concluiu que o trio premeditou a morte do comerciante, porque ele era um “empecilho no triângulo amoroso”.
Traição descoberta
No dia do crime, conforme o relatório do setor de investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande, Mario levava Igor para a casa da mãe dele depois de uma festa. Foi quando apareceu no painel do carro uma ligação do contato “Rafaela Cunhada”. Em depoimento, o cunhado explicou que Peretto começou a exigir satisfações sobre o motivo da chamada naquele horário, “ficando muito exaltado e nervoso”.
Ele também revelou ter mandado uma mensagem para Rafaela que dizia: “Deu merda”. De acordo com Mario, Igor percebeu que ele enviou o texto e apagou a conversa com a mulher. Diante da situação, o comerciante teria obrigado o cunhado a dirigir até o apartamento de Marcelly para contar que eles estavam tendo um caso.
Como apontou o relatório, os dois casais estavam em uma festa e Rafaela combinou com Mario de levar Marcelly para casa. Dentro do apartamento, elas teriam tido um envolvimento amoroso. Até o momento, o que se sabe é que Igor não tinha conhecimento da infidelidade da esposa com a irmã antes de morrer.
Por outro lado, de acordo com as investigações, Mario levaria Igor para a casa da mãe dele e, ao final, passaria a noite com Rafaela. Nesta hora, ela já teria deixado Marcelly no apartamento. Porém, durante este trajeto, a vítima descobriu a traição pela central multimídia do carro. O suspeito alegou, ainda, que a ligação teria sido feita pela irmã de Igor, uma vez que estaria usando o celular de Rafaela.
Todavia, Peretto não acreditou na versão e começou a dizer que iria “matar [Mario] se descobrisse a traição”. Mario também relatou que Igor ficou mais nervoso porque sua esposa não atendia as chamadas e não respondia as mensagens. A todo momento, segundo o acusado, o comerciante falava que ele era “talarico” e a esposa uma “piranha”.
Últimas palavras
Conforme testemunhas, Igor Peretto declarou seu amor para Rafaela Costa antes de morrer. “Vocês sabem o quanto eu amo aquela mulher, [o] quanto sou louco por ela. Vocês tudo contra mim, tudo armando contra mim. Eu era o único que não sabia de nada”, teria afirmado ele, como consta no inquérito da corporação e em uma denúncia do MPSP.
A ação no Ministério também aponta que a vítima manifestou sua decepção com a irmã e o cunhado. “Do que adiantou eu fazer tudo? Eu me esforço tanto, eu fiz isso sempre por todos, seus traíras, p*rra”, teria acusado.
Crime premeditado
Uma denúncia do Ministério Público apontou que o trio premeditou o crime, sendo que Mario desferiu as facadas, Rafaela atraiu Igor e, junto de Marcelly, incentivou o cunhado a matá-lo. O órgão levou em conta a respectiva descrição para elaborar a denúncia por homicídio qualificado.
O MPSP também acredita em uma “vantagem financeira” que eles teriam com o óbito do empresário. O órgão, inclusive, chegou a listar como cada um deles seria beneficiado. Mario poderia assumir a liderança da loja de motos que tinha em sociedade com Peretto, enquanto Rafaela receberia a herança. “Marcelly, que se relacionava com os dois beneficiários diretos, igualmente teria os benefícios financeiros”, completou.
A Justiça de Praia Grande (SP) converteu as prisões do trio, de temporárias para preventivas, após a denúncia feita pelas promotoras Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bená Perez Fernandez, do MPSP. Clique AQUI e saiba mais detalhes do caso.
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