Rafa Kalimann se pronuncia após acusações de intolerância religiosa por trecho de vídeo que viralizou: “Distorcido e replicado intencionalmente”

Rafa Kalimann se pronuncia após acusações de intolerância religiosa por trecho de vídeo que viralizou: “Distorcido e replicado intencionalmente”

Rafa Kalimann se pronunciou após ser acusada de cometer intolerância religiosa durante o desfile da Imperatriz Leopoldinense, em comemoração ao Dia Nacional do Samba, no fim de semana. Em entrevista ao hugogloss.com, nesta segunda-feira (2), a influenciadora detalhou os bastidores do caso e desabafou sobre uma “distorção intencional” de trecho do desfile.

Para o próximo ano, a Imperatriz Leopoldinense terá como enredo “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, que conta a história da saga de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô. Evangélica, a atriz acabou criticada depois que internautas a acusaram de não cantar a palavra “Exu” em um vídeo, que viralizou nas redes sociais.

Outros internautas chegaram a reunir mais vídeos de Rafa cantando normalmente a palavra em diversos momentos da apresentação, mas a celeuma já estava criada. Confira:

Após a repercussão, Kalimann se pronunciou e desabafou sobre “apenas um trecho” de sua participação ter sido “entendido como verdade absoluta”. “É possível me ver cantando o samba-enredo completo em muitos outros vídeos que eu e a escola compartilhamos, mas infelizmente acabou sendo replicado de maneira distorcida e intencional. Mais uma vez, sou alvo de ofensas e suposições feitas a partir de um pequeno trecho, um recorte que não mostra quem eu sou“, declarou.

Sou cristã. E minha fé me ensina diariamente a importância de coexistir com diversas religiões. É uma honra poder desfilar na Imperatriz Leopoldinense e, junto a ela, contar a saga de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô, uma jornada linda que ensina valores profundos como humildade, resiliência, perdão e respeito mútuo. Eu canto o samba enredo inteiro da minha escola a plenos pulmões porque minha arte está a serviço de todas as histórias, sobretudo as que precisam ser contadas e que não são as minhas“, esclareceu a influenciadora.

Musa da Imperatriz Leopoldinense, Rafa Kalimann lamenta corte de apresentação que gerou ataques nas redes (Foto: Victor Chapetta/AgNews)

Rafa disse que “espera de coração” que as pessoas aprendam “a valorizar as diferenças e enxergar no outro uma oportunidade de diálogo e entendimento, ao invés de julgamento”. Questionada sobre os ataques, ela lamentou que, através de um vídeo de 15 segundos, o público tenha definido “mais uma vez quem eu sou, meus valores e minhas crenças”.

As pessoas viram um vídeo de 15 segundos, e com base nele definiram mais uma vez quem eu sou, meus valores e minhas crenças. Novamente vejo situações como essa acontecer. Definiram também o que não posso fazer, e onde não posso estar. Por quê? Porque ainda julgam tão facilmente uma pessoa sem conhecer todo o contexto? Eu fico triste, sim, mas nada me impedirá de desfilar com o meu melhor para a minha escola que foi tão acolhedora e amorosa comigo“, reforçou.

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Ódio nas redes

Embora tenha sido bastante atacada, a influenciadora apareceu cantando normalmente, em outros trechos, a palavra “Exu”. Ela refletiu sobre esses vídeos não ganharem a mesma tração na internet. “Já não é de hoje que as críticas sempre ficam mais pesadas e cruéis quando são direcionadas a mim, buscam por qualquer possibilidade de distorção, assim como manchetes sensacionalistas e motivos para duras críticas, como se esperassem ansiosos por um grande erro meu. E de verdade não entendo por que provoco tanto ódio nas pessoas“, comentou.

Nesse caso é muito claro que, se estou ali, se aceitei o convite, se canto todo o samba-enredo, eu tenho todo o entendimento do tema e optei por estar por inteira, não seria uma palavra que mudaria isso. Tenho consciência que o tema religião por si só gera grandes debates, mas nada justifica o que as pessoas têm falado sobre mim“, rebateu.

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Respeito pelas religiões 

A atriz também esclareceu que em nenhum momento cogitou não desfilar pela Imperatriz Leopoldinense por conta do samba-enredo por ser evangélica. “Não cogitei não desfilar, acredito que desrespeitoso seria se eu recusasse o convite por ser de outra religião. A escola também não cogitou que eu não desfilasse, mesmo sabendo a minha religião. O convite chegou até mim com o mesmo entusiasmo que recebi no ano anterior“, afirmou.

Minha reflexão foi sobre ser respeitosa com a crença de muitas pessoas e ter um entendimento claro do enredo. Já me viram falar sobre religiões africanas muitas vezes, mas anulam isso. O que aprendi com a minha crença e a busca por entendimento espiritual nesses últimos anos é que posso sim cantar sobre Exu, sobre Oxalá e tudo o que significa o poder de Deus na vida das pessoas. Eu sou uma pessoa que acredita no bem, e respeito todas as religiões. Todas“, ressaltou Kalimann.

Por fim, ela ainda rebateu quem não a “respeita” e a ofende, “dizendo que ‘surfo na onda’ e que não é meu lugar”. “Eu aproveito o espaço que me é dado para mostrar que sou uma mulher livre, e que respeito e admiro as religiões e o poder transformador que todas elas têm, assim como quero que a minha seja respeitada“, concluiu.



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