O desaparecimento do fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, desde o final de novembro, tem mobilizado amigos, parentes e até mesmo a Interpol em busca de seu paradeiro. Em uma reportagem do Fantástico, exibida neste domingo (8), vieram à tona, as últimas mensagens trocadas entre o mineiro e o amigo, o estudante de moda francês Alexandre Callet, conhecido como Alex.
De acordo com a reportagem, Flávio havia concluído um trabalho na capital francesa e estava de férias quando desapareceu. Em uma troca de mensagens, ele relatou a Alex que havia caído na Ilha dos Cisnes, localizada no meio do Rio Sena. Flávio afirmou ter aguardado por socorro durante três horas, até ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros.
Após o resgate, Sousa foi levado ao hospital com suspeita de hipotermia, devido ao tempo prolongado na água. O acidente ocorreu em 26 de novembro, data em que ele deveria retornar ao Brasil, após passar quase um mês na França.
Nas mensagens obtidas pelo dominical da TV Globo, Flávio chegou a mostrar a pulseira do atendimento de emergência do hospital onde foi internado, a cerca de 10 minutos do local da queda. “Eu perguntei: ‘Como assim? Como você conseguiu se machucar desse jeito?’ Ele respondeu: ‘Não sei, só sei que caí’”, contou Callet.
Flávio também detalhou a gravidade do acidente. Em um dos textos enviados ao amigo, escreveu: “Os bombeiros disseram que tive sorte de estar vivo. Não consegui sair da água. Fiquei muito tempo lá. Eu bebi demais e fiz uma besteira enorme”.
Horas após receber atendimento médico, Flávio foi liberado e tentou remarcar seu voo para o Brasil. “Me liberaram ao meio-dia, o horário do meu voo. Fui na imobiliária que me alugou o apartamento pra pedir ajuda. “Quero ficar pelo menos um dia a mais até conseguir um novo voo”, escreveu ele para Alex.
O fotógrafo também demonstrou preocupação com seus pertences, que haviam ficado no apartamento alugado na capital francesa. “Eu disse que, qualquer problema, ele podia ir lá pra casa. E aí ele me respondeu: ‘Não, não se preocupe, eu me viro’”, relatou o estudante de moda.
Ainda segundo a reportagem, Flávio conseguiu negociar com a imobiliária e foi transferido para outro apartamento, onde passou a noite. O último contato aconteceu após ele chegar ao novo local e colocar as roupas molhadas para lavar. Em mensagem, ele disse a Alex: “Vou tentar dormir. Estou exausto”.
Essa foi a última vez que Flávio se comunicou com amigos ou familiares. Alex relatou ao programa que tentou falar com o fotógrafo no dia seguinte ao acidente, mas não obteve resposta, o que despertou sua preocupação.
“Comecei a achar tudo muito bizarro. Voltei pro apartamento alugado, tentei digitar a senha da fechadura digital, mas não deu certo. Aí depois liguei pra imobiliária, e eles disseram: ‘Olha, a gente não sabe onde ele tá. Mas um senhor que trabalha num restaurante atendeu o celular do Flávio’”, conta Alex.
O restaurante em questão ficava às margens do Sena, próximo ao local da queda, onde o celular foi encontrado. “Entrei em pânico e fui direto pra delegacia”, afirmou Alex.
Em uma tentativa de localizar o fotógrafo, Alex procurou dois amigos de Flávio: Lucien, sócio do fotógrafo que está no Brasil, e Rafael, que reside em Paris. Juntos, eles foram ao Consulado Brasileiro para solicitar o apoio das autoridades.
“O que a gente quer é o acesso à câmera porque Paris é uma das cidades mais vigiadas do mundo. E a gente fala desse lugar aqui, precisamente, porque o restaurante que o celular foi encontrado está desse lado. Então se houve alguma passagem do Flávio por aqui, a passarela toda é monitorada”, afirmou Rafael.
Esse caso do fotógrafo brasileiro desaparecido em Paris é muito intrigante, e o último diálogo com o amigo é ainda mais! #Fantástico pic.twitter.com/OutErWox2t
— Bruno Guzzo® (@BrunoGuzz0) December 9, 2024
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