Brian Thompson, CEO da seguradora UnitedHealthcare, foi morto a tiros na última quarta-feira (4) em Manhattan. Dias após o assassinato, a polícia da Pensilvânia identificou e prendeu o principal suspeito de envolvimento no crime.
O ataque ocorreu em frente ao hotel Hilton Midtown, em Nova York, onde Thompson participava de uma conferência de investidores da UnitedHealthcare. Um homem encapuzado e mascarado disparou contra ele antes de fugir de bicicleta.
Investigadores encontraram cartuchos de bala na cena do crime com as palavras “negar”, “defender” e “depor”. A polícia acredita que isso seja uma referência ao livro “Delay, Deny, Defend (2010)”, de Jay Feinman, que aborda estratégias de seguradoras para evitar pagamentos de indenizações. Essa ligação sugere que o crime pode ter sido um protesto contra as práticas abusivas de empresas do setor, frequentemente acusadas de negar cobertura para tratamentos médicos essenciais, entre outras situações.
O suspeito fugiu do local em uma bicicleta e desapareceu no Central Park. Posteriormente, uma bolsa contendo várias notas do jogo Banco Imobiliário foi encontrada no parque.
Nesta segunda-feira (9), em coletiva de imprensa, a comissária da NYPD, Jessica Tisch, anunciou a prisão de Luigi Mangione, de 26 anos. Ele foi localizado em um McDonald’s em Altoona, Pensilvânia, após um funcionário avisar as autoridades. Durante a abordagem, a polícia encontrou uma “arma fantasma” de 9 milímetros em posse do suspeito, compatível com a arma usada no assassinato de Thompson.
Além disso, foram apreendidas identidades falsas, incluindo uma usada para se hospedar em um albergue após o crime, e um manifesto de três páginas criticando a indústria de seguros de saúde. “Até agora, a informação que estamos recebendo de Altoona é que a arma parece ser uma arma fantasma que pode ter sido feita em uma impressora 3D, capaz de disparar uma bala de 9 mm”, disse Joseph Kenny, chefe dos investigadores de Nova York.
As investigações também revelaram uma conta no X (antigo Twitter) associada a Mangione, onde ele se descreve como residente de Honolulu, Havaí, e graduado em ciência da computação pela Universidade da Pensilvânia.
Kenny informou, ainda, que Mangione nasceu em Maryland, tem conexões com São Francisco, na Califórnia, e viveu recentemente em Honolulu. Ele não possuía antecedentes criminais.
Funcionários da NYPD e do gabinete do promotor distrital de Manhattan viajaram para a Pensilvânia para interrogar Mangione, que enfrenta acusações de porte de arma no estado e aguarda extradição para Nova York, onde pode ser acusado de homicídio.
Embora o motivo do crime ainda não tenha sido totalmente esclarecido, Kenny afirmou que o manifesto sugere um “sentimento de hostilidade do suspeito em relação às corporações americanas”.
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