A dupla Chicó e João Grilo está de volta para uma nova aventura – após mais de vinte anos! “O Auto da Compadecida 2” chega aos cinemas no dia 25 de dezembro, e a equipe do hugogloss.com bateu um papo incrível sobre a continuação deste clássico do audiovisual nacional. Selton Mello, Matheus Nachtergaele, Taís Araújo, Virgínia Cavendish, Fabiula Nascimento e Humberto Martins contaram detalhes das gravações e a abriram o jogo sobre a emoção de retornar com uma história que se tornou tão importante para os brasileiros.
Decisão sobre a continuação
Por que fazer “O Auto da Compadecida 2”? Essa era a grande questão em torno do filme, já que o primeiro é tão consolidado na memória e na vida do público. Porém, Selton Mello foi certeiro na resposta e contou como recebeu a proposta do cineasta Guel Arraes: “Quando o Guel [Arraes] falou da ideia de como seria, o que seria assim uma história pro ‘2’… Bom, são brilhantes, né. Guel Arraes, Jorge Furtado, João Falcão, Adriana Falcão, são craques no roteiro, craques esses que já tinham feito o ‘1’. Muito maduros, muito rodados e com muitas cartas na manga. Escreveram um negócio extraordinário, a gente ficou emocionado e achou que fazia sentido”.
Resposta às comparações com o longa original
“Às vezes, as pessoas falam assim: “Pô, mas vocês querem fazer uma continuação… Nunca vai ser melhor que o ‘1’.” A gente concorda. A gente não quis fazer um para ser melhor que o ‘1’, não. A gente não quer fazer esse para ser melhor. O ‘1’ será o ‘1’. Ele é eterno e sempre será eterno. Esse é uma chance mágica e linda de se divertir de novo, se emocionar de novo com esses personagens. Esses super-heróis brasileiros. E chamar o público para essa dança gostosa, para essa celebração”, explicou o ator.
Matheus Nachtergaele, por sua vez, disse que o filme é uma maneira de celebrar o cinema brasileiro. “Apesar de ser muito social e o quiprocó muito inteligente e tal, é acessível. É uma comédia acessível, carinhosa, quase ingênua. Então é para se deleitar. É para a família inteira ir para o cinema, para se deleitar. Para gostar de ser brasileiro. E a gente está num ano bom do cinema. Então acho que vai ser um Natal bonito”, afirmou.
O astro ainda comentou sobre o texto do filme, que na verdade é uma homenagem ao homem simples do país: “A gente não tem muita chance de improvisar no ‘Auto da Compadecida’. O Guel quer um respeito muito grande ao texto, inclusive… termos típicos, OK. Mas erros crassos de português, não. Porque o armorial de Ariano Suassuna é o respeito pelo simples, é o embelezar e eternizar o simples. Então a gente respeita muito o texto. Então, mesmo essas palavras mais locais são ditas ipsis litteris, como elas foram escritas, sabe? As poucas vezes que eu tentei errar o português no ‘Auto’, eu tive um diretor dizendo: ‘Não. Faz direito’. O português não é para debochar do homem simples, é para homenagear o homem simples”.
A reviravolta de Rosinha
Uma das personagens que surpreendem na continuação é Rosinha, interpretada por Virgínia Cavendish. Após tantas mudanças, e inclusive uma separação de Chicó, ela aparece mais forte e menos ingênua. Para a atriz, essa diferença veio por meio de um amadurecimento. “Eu acho que ela é um bom exemplo para que todas as mulheres olhem mais para si, e que busquem outras coisas além do… Aquela coisa que se fala da cara metade. Eu acho que isso é uma cilada para nós mulheres. A gente tem que ter um amor que seja uma coisa muito importante para a gente. Mas tem muitas outras coisas fundamentais e estruturais para a gente se sentir viva e plena nessa vida”, declarou.
Encontro das Compadecidas
Em “O Auto da Compadecida 2”, a Nossa Senhora é interpretada por ninguém menos que Taís Araújo. A estrela substituiu Fernanda Montenegro, que viveu a personagem no longa original. Taís revelou que teve um encontro bem especial com a veterana, no qual as duas conversaram sobre a mãe de Jesus justamente dentro de uma igreja.
“Eu conversei com a Dona Fernanda sobre isso, mas não foi exatamente sobre o filme. A gente conversou sobre Nossa Senhora. E foi dentro de uma igreja. Foi engraçado. Engraçado, não… Foi curioso. Não foi nada engraçado, foi numa missa de sétimo dia, foi horrível. Mas ao mesmo tempo… A gente estava sofrida, mas ao mesmo tempo era bonito ser dentro de uma igreja”, disse ela.
“E a forma com que foi, eu me ajoelhei ao pé dela, ela estava sentada, eu me ajoelhei e fiquei conversando com ela. Fiquei ali conversando com ela um tempão antes da missa começar. As pessoas estavam chegando. Era a missa de uma pessoa muito querida para nós duas. Então a gente ficou ali um tempão conversando. Ela foi absolutamente amorosa e generosa comigo, como ela costuma ser”, relembrou Thaís.
Emoção em adentrar a amada história
Outros atores que foram uma adição ao elenco do longa foram Humberto Martins e Fabiula Nascimento, que vivem Coronel Ernani e Clarabela, respectivamente. Eles comentaram sobre o que sentiram ao realizarem um trabalho tão importante. “Foi uma emoção meio grande, assim. Dei uma chorada, aí eu falei ‘Opa, peraí, você está vendo o filme. Calma, é um trabalho igual você já fez. Calma, volta, volta, volta’. Porque realmente tem muito do emocional, muito da admiração de ser fã mesmo de um negócio. De repente você está lá dentro. Uma coisa que eu nunca imaginei”, disse a atriz.
“Eu tenho essa coisa da Fabiula, mas eu sou mais pragmático no ponto que eu estou da minha caminhada até aqui. Bateu sim, mas profissionalmente. (…) Mas não tirando o efeito impactante da importância, da honra de fazer parte, claro. Imagina! Imagina é uma honra estar dentro. Bateu, bacana, bateu gostoso”, comentou Humberto.
Assista à entrevista completa abaixo:
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