Polícia expõe mensagens de mulher presa por bolo envenenado que matou três no RS: “Não vou para o paraíso”

Polícia expõe mensagens de mulher presa por bolo envenenado que matou três no RS: “Não vou para o paraíso”

As autoridades gaúchas revelaram detalhes sobre o caso de Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar quatro membros de sua própria família em Torres, no Rio Grande do Sul. A polícia forneceu novas informações em uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (10), destacando mensagens trocadas por Deise que indicam uma possível premeditação nos crimes.

Segundo as autoridades, em novembro, antes das mortes serem descobertas, Deise enviou uma mensagem a um familiar não identificado: “Quando eu morrer, cuida do meu filho e reza bastante por mim, pois é bem provável que eu não vá para o paraíso”. Esta e outras mensagens são agora peças centrais para a Polícia Civil, conforme relatado pelo UOL.

Deise também tentou desviar a investigação após a morte de seu sogro, Paulo dos Anjos, no ano passado. “Acho que não faria nada [para investigar a morte], pois pode ter sido várias coisas, intoxicação alimentar, negligência médica, a banana por estar contaminada pela enchente, ou a hora dele mesmo, sei lá”, escreveu em outra conversa.

A delegada Sabrina Deffente explicou na coletiva como Deise tentou manipular a situação após a morte do sogro, tentando cremar o corpo rapidamente. Mais tarde, ela utilizou as enchentes como possível causa para a contaminação das bananas que ele havia comido. “Não tem volta, polícia, nem perícia que possa nos ajudar a desvendar. Acho que precisamos rezar mais, aceitar mais, e não procurar culpados onde não tem”, enviou ela à Zeli.

Foto antiga mostra suspeita do crime sorrindo com sogra (Foto: Redes Sociais)

Marguet Mittmann, diretora do Instituto-Geral de Perícias, afirmou que é “impossível este caso se tratar de intoxicação alimentar, contaminação natural ou degradação de qualquer substância”. A análise forense confirmou que Paulo também foi vítima de envenenamento, corroborando a natureza premeditada dos crimes. A polícia relatou que ela pesquisou e fez quatro compras de veneno em cinco meses.

Para a delegada, o caso trata de uma assassina em série. “Ela pesquisou veneno, receita de veneno que fosse inodora, sem cheiro, sem gosto. E, com base nas pesquisas, chegou a uma composição química, que ela tentou montar”, explicou.

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Deffente reforçou a gravidade dos crimes, afirmando que há “sérios indícios de que ela tenha feito outros envenenamentos, que serão apurados também”.

“A cada prova técnica que nós encontrávamos nos dados do celular da acusada, era uma surpresa para todos nós. A gente não tem dúvidas de que se tratava de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídios em série, e que durante muito tempo não foi descoberta e tentou apagar provas que pudessem levar a atribuição de culpa ela”, finalizou.

Comportamento em interrogatórios

Segundo o delegado Marcos Veloso, Deise demonstrou uma “postura fria, com respostas sempre na ponta da língua” durante os interrogatórios, onde frequentemente “esboça sorrisos”, revelando uma tranquilidade perturbadora.

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Deise Moura dos Anjos foi presa por suspeita de ser a responsável pelo crime (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

A motivação dos crimes, de acordo com a polícia, seria “motivo fútil”. Veloso pontuou que mesmo por interesse patrimonial, “o preço de quatro vidas não pagaria o que ela queria”.

Até o momento da coletiva, a defesa de Deise, composta pelos advogados Manuela Almeida, Vinícius Boniatti e Gabriela Souza, não havia se manifestado sobre as novas acusações. Anteriormente, eles declararam que estavam avaliando a situação e que se manifestariam no momento adequado.



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