Após modelo desfigurar rosto de mulher em restaurante dentro do Jockey Club de SP, Justiça toma decisão sobre caso

Após modelo desfigurar rosto de mulher em restaurante dentro do Jockey Club de SP, Justiça toma decisão sobre caso

A Justiça de São Paulo condenou a modelo Fernanda Bonito a três anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto por desfigurar o rosto da consultora imobiliária Milka Borges.

A agressão aconteceu em janeiro de 2020, dentro do banheiro de um restaurante de luxo no Jockey Club de São Paulo. Segundo trechos da decisão da juíza Fernanda Helena Benevides Dias, da 10ª Vara Criminal de SP, divulgados pelo g1, apesar de Fernanda ser ré primária e poder recorrer em liberdade, a gravidade do seu ato não foi ignorada.

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A juíza Dias explicou em sua sentença: “Restou comprovado que quem iniciou a agressão verbal e física fora a ré [Fernanda Bonito], que xingou e partiu para cima da ofendida. A vítima estava de cócoras quando atingida por um copo de vidro, de modo que se agressão houve por parte desta, já havia cessado. Portanto, o que teria tido se caracteriza como vingança e não autodefesa”.

A magistrada também ressaltou a premeditação e crueldade envolvida na ação de Fernanda. “A ré agiu por motivo fútil, consistente em negar-se a pegar a fila do banheiro por seu namorado ser o dono do restaurante. Demais disso, atingiu o rosto da vítima, que estava abaixada, pegando seus pertences, agindo, assim, com recurso que impossibilitou a defesa da ofendida. Não bastasse, empregou meio cruel, consistente no arremesso de uma taça de vidro no rosto da vítima”, concluiu a juíza.

Milka Borges, a vítima, expressou alívio e gratidão pela decisão judicial. “A gente está muito feliz com a conclusão do processo. Foi uma tormenta que passei e continuo passando todos esses anos. Até hoje ainda faço fisioterapia e terapia para reduzir os danos da agressão. Muitas sequelas vieram no meu rosto, tem a questão psicológica e moral também… Mas é com muita alegria que recebemos essa decisão”, disse ela.

“Creio que ela não vai ser presa com essa condenação, mas a intenção é a de que ela saiba que os nossos atos têm consequências, e outras pessoas vejam isso como exemplo. É um alívio saber que a Justiça é feita, mesmo sendo demorada. Que a gente possa ter paciência e perseverança. O processo é lento, árduo e dolorido, mas nos faz crescer”, emendou.

Carolina Fichmann, advogada de Milka, também comentou a sentença. “Foram cinco anos de luta na Justiça para provar que o caso foi gravíssimo e precisava de uma resposta para a sociedade. Embora a gente considere que a pena foi baixa, não é uma questão da Justiça, mas da lei em vigor no país. A sentença da juíza é irretocável e é vitória da verdade contra a prepotência. Não existe mais espaço na sociedade brasileira para arrogância. A igualdade é soberana”, concluiu.

Além da condenação criminal, o processo de indenização continua em tramitação na Justiça Cível. Na ação, que também envolve Rodrigo Lima, esposo de Fernanda e proprietário do restaurante onde ocorreu a agressão, Milka busca o ressarcimento de aproximadamente R$ 800 mil gastos em tratamentos médicos para recuperar os movimentos do rosto.

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Relembre o caso

O conflito começou quando Fernanda Bonito tentou furar a fila do banheiro feminino do restaurante, levando a uma briga física com Milka Borges. Segundo relatos, Fernanda, exaltada, empurrou outras pessoas na fila, incluindo Milka. A situação escalou rapidamente quando a modelo arremessou um copo de vidro contra a consultora, causando-lhe ferimentos graves que necessitaram de 90 pontos e deixaram sequelas permanentes no rosto da vítima.

O restaurante Iulia, onde ocorreu o incidente, expressou em nota o seu pesar pelo ocorrido e ressaltou que a agressora não tinha vínculos societários com o estabelecimento.



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