A Polícia do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar possíveis falsificações de documentos no processo em que Adele é ré. A cantora, o produtor Greg Kurstin, a gravadora XL Recordings e a distribuidora Universal Music são acusados pelo compositor brasileiro Toninho Geraes de plagiar a canção “Mulheres” na música “A Million Years Ago”.
Os documentos em questão são as procurações dos réus, entregues à Justiça pela Universal Music Publishing. Advogados de Toninho apontaram diversos erros nos papéis. Na queixa-crime registrada pelos profissionais e obtida pelo portal Splash UOL, é relatado que as procurações foram entregues com atraso, devido a um “pequeno problema” ocorrido durante a audiência.
Além disso, os documentos apresentam “rasuras e entrelinhas inseridas à mão”, além de frases que misturam inglês e português. De acordo com o advogado de Geraes, a assinatura consta como “São Paulo, 19 December de 2024”, o que causou estranheza, pois não há registros de que Adele, Greg e Beggars tenham viajado ao Brasil para assinar o documento.
“É falso porque, em primeiro lugar, não há nenhuma notícia de que Adele, Greg e Beggars tenham vindo ao Brasil para assinar o documento, quanto mais no dia da audiência, como está indicado“, explicou Fredimio Biasotto Trotta, advogado de Toninho.
Outro ponto questionado é que a lei exige que a versão em inglês do documento seja uma tradução juramentada, o que não foi feito. A queixa-crime também destaca que a defesa não apresentou uma proposta de conciliação, que era o objetivo da audiência emergencial solicitada pelos próprios réus.
Os advogados de Toninho apontaram que a procuração de Adele possui “rasuras evidentes, com riscos e rabiscos feitos à mão“. Eles compararam a assinatura da cantora com autógrafos e outras caligrafias disponíveis e o juiz concluiu que havia divergências.
Fredimio acredita que, diante dos fatos apresentados, há a necessidade de abrir um inquérito policial para que as “autoridades competentes possam investigar o caso, apurar a materialidade dos possíveis delitos (como falsidade documental, ideológica, uso de documento falso e fraude processual) e identificar a autoria e eventuais cúmplices“.
Relembre o caso
A batalha judicial entre Adele e Toninho Geraes se arrasta por três anos. O compositor brasileiro afirma que a canção “Million Years Ago”, lançada por Adele em seu álbum “25” de 2015, contém similaridades melódicas com seu samba “Mulheres”, gravado por Martinho da Vila em 1995. A decisão judicial ganhou força quando Fredímio Trotta, advogado de Geraes, apresentou um vídeo comparativo das duas músicas.
Toninho pede indenização de R$ 1 milhão.
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