Influenciadora faz comentário racista sobre ‘desodorante de pele negra’, é criticada, e piora ainda mais as coisas com desculpa usada

Influenciadora faz comentário racista sobre ‘desodorante de pele negra’, é criticada, e piora ainda mais as coisas com desculpa usada


A influenciadora Isadora Farias foi acusada de racismo nas redes sociais, depois de postar um vídeo em seu Instagram nesta quinta-feira (21), falando sobre higiene pessoal. A jovem contava que tem problemas com o odor das axilas, quando afirmou usar produtos para a pele negra, sob a justificativa de que tais desodorantes seriam mais potentes.

Isadora gravou os stories de dentro de uma farmácia e comentava as dificuldades que tem com o mau cheiro, quando soltou a fala racista. “Quem me segue há mais tempo sabe que eu tenho sério problema com ‘cecê’, eu tenho que passar desodorante bom. Inclusive, às vezes, eu compro de pele morena a negra porque o negócio aqui é punk“, disse ela, dando a entender que o odor causado por bactérias seria mais forte na população negra. Um completo absurdo.

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A fala de Isadora repercutiu muito nas redes sociais, resultando em diversas críticas à influencer. Diante dos comentários negativos, a moça voltou aos stories de seu perfil para se retratar. “Antes de falar qualquer coisa eu quero pedir perdão, que é mais do que desculpas, pra todas as pessoas que se sentiram ofendidas com aquilo que eu falei. Eu não sou essa pessoa racista, eu amo os negros, eu amo todas as pessoas e trato as pessoas com igualdade“, afirmou. Na sequência, ela tratou de piorar as coisas com o argumento usado.

Quem me conhece sabe, quem me segue e me conhece pessoalmente sabe da minha conduta, do meu caráter, das minhas crenças e eu jamais falaria qualquer coisa de maneira racista ou para ofender qualquer que seja a pessoa. Eu tenho amigos negros, colegas de trabalho negros, convivo com pessoas negras e por isso quero deixar mais uma vez registrado as minhas sinceras desculpas por esse mal entendido“, finalizou Farias.

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Entre muitos perfis de luta antirracista que repercutiram o vídeo de Isadora, o Africanize tentou explicar de forma didática o problema na fala da jovem. “Por qual motivo o cheiro de suor ainda é tão atribuído à população negra de forma tão peculiar? Há pesquisas que falam que a origem do termo vem de uma propaganda de sabonetes nos Estados Unidos, em que a propaganda do produto exaltava a capacidade de combater o B.O.: ‘body odor’ (ou o odor corporal)“, escreveu.

Na década 40, o produto começou a ser comercializado no Brasil com a mesma estratégia, ‘abrasileirando’ e traduzindo ‘B.O.’ para C.C., o cheiro do corpo. Diante disso, temos um outro aspecto atribuído a isso, principalmente com a popularidade do termo, que instintivamente foi atribuído ao cheiro de suor especificamente da população preta em geral“, pontuou.

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Quantas vezes já ouvimos de maneira pejorativa alguém dizendo, que pretos têm um ‘cheiro forte’, que o suor é específico, muito particular, trazendo até uma repulsa, e aí popularmente o termo acabou sendo atribuído ao significado ‘Cheiro de Crioulo ou Caatinga de Crioula’. Sempre fomos orientados a se preocupar com o cheiro, para não ser alvo de piadas pejorativas“, relembrou. Confira:

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