O que você sabe sobre mioma uterino? O nome pode até assustar, mas sua ocorrência é mais comum do que o imaginado. Também conhecido como fibroma de útero ou leiomioma, o mioma é um tumor benigno. Capaz de afetar 50% das mulheres no geral e 70% em seu período reprodutivo, é extremamente provável que você conheça alguém que já lidou com um.
Apesar de seu fator benigno, o mioma acarreta em diferentes sintomas que devem ser monitorados com cuidado. Existem motivos variados para seu aparecimento, a causa em sua maioria desconhecida, e a lesão se comporta de forma anômala em cada organismo.
Assim que apontado, é preciso realizar acompanhamento médico responsável, de forma que seja possível tratá-lo. Mesmo que a palavra “tumor” acione alguns alarmes, seu tratamento é viável, e a partir do diagnóstico, torna-se mais fácil escolher como remediar o problema.
O aparecimento da lesão pode ocorrer em mais de uma região do útero, e assim que especificado, é possível realizar o tratamento específico e avaliar sua gravidade. Confira abaixo tudo aquilo que você precisa saber sobre o mioma uterino.
O que é o mioma uterino?
O mioma é um tumor benigno que surge no miométrio, uma das camadas do útero, a mais rica em células musculares. Com tamanho que varia entre alguns centímetros ou absolutamente microscópico, é comum que a lesão sequer provoque sintomas. Quando existentes, porém, eles se manifestam em forma de sangramento, cólica, sensação de peso na região pélvica, dores durante as relações sexuais, anemia, constipação intestinal e até mesmo dificuldade para engravidar.
Apesar dos sintomas, a maioria das mulheres que possuem o mioma não os sentirá por toda a duração de sua vida fértil. Logo após, o tumor deve regredir assim que atingida a menopausa e a diminuição dos níveis hormonais: esse é o caso de 75% delas. Os outros 25%, porém, devem apresentar pelo menos uma das características do tumor, mesmo que de baixo impacto. O mioma uterino pode surgir em várias regiões diferentes, mas três delas são de ocorrência maior.
1 – Subseroso
Costuma se manifestar na parte externa do útero, além de formar uma protuberância para fora dele. Quando minúsculos, seu fator externo faz com que os sintomas associados com dores como cólica sejam mínimos e elimina a possibilidade de infertilidade. Apesar disso, caso o mioma ultrapasse 5cm, a probabilidade de comprometer a gravidez é maior, além de aumentar o efeito de peso na região pélvica, afetando a bexiga e estimulando a urgência miccional.
2 – Intramural
Aparece nas paredes internas do útero, distorcendo seu formato e gerando cólicas fortes quando maiores que 5cm. Quando há distorção do útero, a probabilidade do tumor interferir na gravidez torna-se maior, reduzindo suas chances.
3 – Submucoso
O mioma submucoso se desenvolve dentro da cavidade do útero, logo abaixo do endométrio. Por estar nessa região, onde o embrião se implanta, esse tumor é o mais associado aos casos de infertilidade e sangramento.
Como diagnosticar o mioma uterino?
Antes de seguir com qualquer tratamento, é imprescindível procurar a ajuda de um médico. Isso deve acontecer após a manifestação de alguns dos sintomas mais comuns, como sangramento menstrual mais intenso do que o normal e desregulado, cólicas, prisão de ventre ou anemia.
Posteriormente, deve ser realizado o exame de toque ginecológico, de forma que seja possível avaliar a situação dos órgãos genitais femininos, com o auxílio da palpação do abdômen, que permite analisar o contorno do útero no caso do mioma externo.
Em contrapartida, quanto aos exames específicos feitos durante a consulta além do de toque, em caso de anomalia, é recomendado realizar ultrassom abdominal ou transvaginal. Outros ainda mais característicos são aqueles que auxiliam na avaliação da cavidade uterina, como a histerossonografia, a histeroscopia e a histerossalpingografia.
Tratamento do mioma uterino
Após realizados os exames, existem alguns caminhos possíveis quanto ao tratamento da lesão. Primeiramente, é preciso decidir com seu médico de confiança a gravidade do problema: casos mais leves não necessitam de medidas mais drásticas, além de ser preciso avaliar se o mioma pode continuar aumentando de tamanho.
Uma das soluções mais eficientes, para quem não deseja engravidar, é realizar o procedimento da inserção do DIU, um dispositivo intrauterino que libera hormônios, pois ele interfere na menstruação e a interrompe.
Sob o mesmo ponto de vista, outras opções possíveis para tratar o caso são medicamentos prescritos, tanto orais quanto injetáveis, como anti-inflamatórios sem hormônios, drogas inibidoras de hormônio e progestágenos, esteróides que podem ser tanto sintéticos quanto naturais, presentes nos anticoncepcionais.
Quanto aos casos associados com infertilidade, onde o tumor pode interferir na gravidez e na implantação do embrião, é recomendado retirar completamente o mioma por meio de uma miomectomia, ou uma cirurgia de remoção do mioma. A operação é consideravelmente fácil e pode ser realizada por meio de histeroscopia, onde nenhum corte é feito. Além disso, existe ainda a laparotomia, a laparoscopia e até mesmo a embolização das artérias uterinas.
Opções de prevenção do mioma uterino
De forma que o mioma uterino não se torne um problema a ser lidado, é possível prevenir o aparecimento da lesão com algumas precauções, mesmo que nenhuma delas seja 100% efetivas devido à natureza incerta do tumor. São as chamadas prevenções primárias e secundárias, hábitos de vida que auxiliam no bem-estar e na saúde de modo prolongado.
1 – Tenha uma alimentação balanceada
Existem estudos que apontam que o alto consumo de gordura e carne vermelha aumenta as chances de desenvolver um mioma uterino. Todavia, inserir verduras, legumes, frutas e carnes magras no cardápio da semana auxilia nos níveis de antioxidantes do organismo, responsáveis por proteger o útero de possíveis lesões como essa.
Evitar doces, massas, açúcar refinado em excesso e pão branco também ajudam a manter o equilíbrio. Como resultado, os picos de insulina provocados por eles não desequilibram a homeostase e não aumentam os riscos de um mioma.
2 – Pratique exercícios físicos
Você sabia que movimentar o corpo regularmente pode reduzir seu processo inflamatório? Logo, exercícios não apenas previnem o desenvolvimento de um mioma, mas também de tumores pré-malignos e malignos.
3 – Reduza o consumo de álcool
Como nada em excesso é benéfico, o álcool também não deixa outra alternativa. Dessa forma, ingeri-lo é ruim para todos os órgãos do corpo, além de aumentar o risco de proliferações celulares, que causam os tumores.
4 – Consulte um médico
Em primeiro lugar, é de extrema importância manter as visitas ao ginecologista regulares. Com seus exames de prevenção em dia e conversas com um médico, você estará informada a respeito do que acontece dentro de seu próprio organismo, além do diagnóstico precoce oferecer mais opções para remediar o problema antes que ele sequer aconteça.
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Fontes: Vida Bem Vinda, Tua Saúde, Instituto de Saúde da Mulher
Imagens: Dr. Eduardo Miyadahira, Febrasgo, Casa e Jardim, Women’s Health Brasil, Veja, Infinita