O que você sabe sobre foliculite? As bolinhas vermelhas, por vezes amarelada no centro, são uma inflamação que atinge muitos diariamente. Normalmente acompanhadas por inchaço e coceira, sua presença pode ser extremamente incômoda. É comum que a foliculite se manifeste no rosto, virilha e cabeça, todavia, o problema também pode surgir nas pernas, nádegas e braços. Caso o uso de roupas apertadas e a raspagem dos pelos seja muito grande, do mesmo modo, é possível esperar o surgimento da inflamação.
Em termos gerais, a foliculite é a inflamação dos folículos pilosos, a estrutura onde crescem os pelos do corpo. Geralmente ocasionada por bactérias e o constante atrito de roupas apertadas, é possível resolver o problema por meio de higienização diária. Contudo, existem casos onde é necessário que seja feito acompanhamento médico, de forma que cremes ou pomadas específicas possam ser recomendadas.
Pelo fato de sua aparência ser semelhante à acne, devido à vermelhidão e ao pus presente no centro, é comum que a inflamação seja confundida com as espinhas. Apesar disso, os dois não estão relacionados, mesmo que a maior propensão à oleosidade também possa causar a foliculite.
Existem dois tipos de foliculite: a superficial e a profunda. Confira abaixo de que forma o problema pode se manifestar e as diferentes formas das duas possibilidades do caso.
Tipos de foliculite
Divididos entre a superficial e a profunda, é importante entender de que forma a foliculite está se manifestando, assim, é possível traçar a melhor estratégia para se livrar do problema. Apesar disso, a foliculite superficial e seus tipos costuma ser a mais comum, pelo fato de afetar apenas a parte superior do folículo piloso. Abaixo, as diferentes apresentações da foliculite superficial:
1 – Estafilocócica
A foliculite estafilocócica é um dos tipos mais comuns da doença, e é causada pela infecção do folículo piloso por bactérias Staphylococcus aureus, os conhecidos estafilococos. Dessa forma, o quadro é responsável por inflamação com pus e coceira, independente da região do corpo, desde que tomada por pelos.
Assim, a manifestação da foliculite estafilocócica só ocorre quando um ferimento permite que a bactéria penetre o organismo, infectando o folículo piloso e formando colônias na pele.
2 – Pitirospórica
Do mesmo modo, a foliculite pitirospórica é ocasionada por uma infecção. Nesse caso, ela ocorre pelo fungo Pytirosporum ovalle, o Malassezia, alojando-se nas regiões mais úmidas do corpo. Seu formato é de papulopústula, logo, é extremamente parecido com a acne. Sobretudo, a foliculite pitirospórica se manifesta na região das costas, braços e peito.
3 – Foliculite por pseudomonas
Essa manifestação do caso também é conhecida por foliculite da banheira quente. Ela é transmitida por pseudomonas, as bactérias que proliferam em banheiras de hidromassagem, por exemplo, ou ambientes aquáticos no geral que não possuam níveis de pH e cloro bem regulados. A foliculite da banheira quente afeta áreas extensas do corpo, surgindo como erupções cutâneas cheias de pus que coçam bastante. É comum que a infecção apareça entre 8 horas a 5 dias após a exposição às pseudomonas.
4 – Pseudofoliculite da barba
Por fim, outra das foliculites superficiais é a chamada coceira de barbeiro, uma inflamação que normalmente apenas afeta homens. Seu aparecimento é mais comum sobretudo em homens negros adultos, no rosto e no pescoço. Todavia, mulheres que se depilam constantemente com cera quente também podem desenvolver a pseudofoliculite, geralmente na virilha e nas axilas.
No caso da foliculite profunda, porém, existem ainda:
5 – Foliculite eosinofílica
A manifestação no formato de manchas inflamadas e feridas com pus normalmente acomete pessoas com HIV. Ela surge no rosto e também nos braços, coçando bastante, espalhando-se pelo corpo e deixando manchas escuras. Contudo, não se sabe exatamente o que ocasiona o surgimento da doença, mas é possível envolva o Malassezia, fungo da foliculite pitirospórica.
6 – Sycosis barba
Do mesmo modo que a estafilocócica, a doença é ocasionada pela bactéria Staphilococcus aureus. As lesões normalmente surgem na região da barba, em toda a área após barbear. Seu formato é o de pústula ou de crostas, deixando a pele avermelhada. Quanto mais se barbeia, maior é a piora do quadro, deixando até mesmo cicatrizes.
7 – Foliculite Gram-negativa
Por outro lado, existe sim um quadro da foliculite associado à acne. Esse é o caso da foliculite gram-negativa, que surge após o uso de antibióticos para tratamento de acne ingeridos por um longo tempo. O uso constante desse tipo de medicamento altera a flora bacteriana, e seu aparecimento é mais comum no nariz, espalhando-se pelo rosto. Após cortar o uso do medicamento, as lesões somem de forma significativa, mas a piora do caso pode ser grave.
8 – Furúnculos e carbúnculos
Outra das infecções ocasionadas pelo estafilococos, a inflamação de furúnculos e carbúnculos pode ser extremamente dolorosa, ficando avermelhada e inchada. Quanto mais pus dentro da ferida, mais dolorida torna-se a lesão. É possível até mesmo que cicatrizes surjam após o aparecimento desse tipo de foliculite.
A secreção é formada por um acúmulo de bactérias, leucócitos e células mortas, tornando-se um abscesso. O carbúnculo, por sua vez, é um aglomerado de furúnculos. Seu surgimento é comum na parte de trás das coxas, nas costas, ombros e pescoço. Normalmente, o pus é drenado espontaneamente após alguns dias. Além disso, portadores de diabetes e idosos possuem mais propensão a desenvolver o quadro.
Tratamento da foliculite
Antes de mais nada, o tratamento da foliculite, dependendo da gravidade do caso, pode ser extremamente simples. Apesar disso, é essencial que ele ocorra durante as primeiras fases do problema, de forma que se torne ainda mais fácil resolvê-lo, além de impedir que se alastre para outras regiões do corpo. Para casos mais comuns, é recomendado higienizar a região com sabonetes antissépticos. Por outro lado, cada parte do corpo pode precisar de um tratamento diferente.
1 – Nas pernas
Sobretudo, é comum que a foliculite que surge nas pernas seja ocasionada por bactérias que penetram o organismo por meio de pequenas feridas, como a depilação. Além disso, o uso de roupas muito apertadas intensifica o atrito do tecido na pele, o que dificulta o crescimento do pelo e o deixa encravado, outro dos sintomas do aparecimento da infecção.
Assim, para tratar a inflamação nas pernas, é preciso higienizá-las bem, lavando a pele com sabão neutro e água morna. Em casos mais graves, um dermatologista pode receitar pomadas antibióticas específicas, que devem ser ministradas de 7 a 10 dias.
2 – No rosto
Os homens possuem maior propensão para desenvolver quadros de foliculite no rosto, devido às complicações constantes da raspagem dos pelos da barba com lâminas. As inflamações são normalmente vermelhas e coçam bastante, podendo até mesmo infeccionar. Para tratá-las, é possível substituir a lâmina pelo barbeador elétrico, que evita infecções. Existe ainda a possibilidade de consultar-se com dermatologistas para que cremes específicos sejam receitados.
3 – Virilha e nádegas
Inicialmente, a foliculite que afeta a região da virilha e das nádegas é normalmente a por pseudomonas, principalmente em pessoas que frequentam regularmente banheiras de hidromassagem e piscinas, permitindo que a infecção do fungo se alastre na pele úmida, causando inflamações.
Nesse caso, é importante manter a pele sempre bem seca assim que sair da água, além de aplicar pomadas receitadas por um médico. Em casos mais graves, corticoides e antibióticos antifúngicos também devem ser ministrados. Outra solução para o problema é evitar a depilação com lâminas, que pode causar infecções.
4 – Axilas
Assim como a foliculite que surge no rosto, a inflamação nas axilas ocorre pela depilação constante com lâmina, o que normalmente resulta em pelos encravados. O tratamento envolve a substituição da lâmina por outras opções de depilação e o uso de medicamentos anti-inflamatórios ministrados por um dermatologista.
E aí, o que você achou dessa matéria? Se te interessou, confira também Foliculite na virilha, o que é? Causas, tratamento e prevenção
Fontes: Tua Saúde, Dráuzio Varella, Minha Vida, Derma Club
Imagens: Freepik, Tend Skin, Casa Saudável, Lorena Dermatologista, Derma Club, Dr. Lucas Fustinoni, Vix