A comediante norte-americana Kathy Griffin usou suas redes sociais nesta segunda-feira (2), para contar que foi diagnosticada com câncer de pulmão. Ela atualizou os fãs sobre seu estado de saúde, informando que seria necessária uma cirurgia para remover parte do órgão. Em entrevista à ABC News, Griffin ainda revelou os motivos que a levaram ao vício em remédios e a uma tentativa de suicídio no ano passado.
“Eu tenho câncer. Estou prestes a fazer uma cirurgia para remover metade do meu pulmão esquerdo. Sim, tenho câncer de pulmão, embora nunca tenha fumado!”, anunciou. “Os médicos estão muito otimistas, pois está no estágio um e contido no meu pulmão esquerdo. Espero que não haja quimio ou radioterapia depois disto e que eu tenha uma função normal com a minha respiração. Devo estar de pé e funcionando normalmente em um mês ou menos”, continuou a humorista de 60 anos.
Em seu comunicado, Kathy acrescentou que já está vacinada contra a Covid-19 e que “as consequências poderiam ter sido ainda mais graves”, caso não estivesse. “Por favor, mantenha-se sempre atualizado sobre os seus checkups médicos. Vai salvar a sua vida”, pediu. Ela foi uma das primeiras celebridades norte-americanas a ser hospitalizada por complicações do coronavírus, ainda no início de 2020.
Um representante da artista disse à People que, segundo os médicos, ela já saiu da cirurgia de remoção de parte do pulmão e tudo ocorreu muito bem. Estamos na torcida para que ela se recupere logo!
Vício em remédios e tentativa de suicídio
Griffin é pioneira no stand-up feminino. Com seu álbum de estreia, o “For Your Consideration”, de 2008, foi a primeira mulher a chegar ao topo das paradas de comédia da Billboard. A humorista lançou outros cinco álbuns e apareceu em vários programas de TV, até que em 2017 tudo desandou… Ela foi fotografada com um objeto que representava a cabeça decepada e ensanguentada do então presidente Trump. Kathy se desculpou rapidamente, mas o gesto acabou lhe custando um emprego na CNN norte-americana e muitas críticas dos compatriotas conservadores.
Em entrevista à ABC News divulgada hoje, ela revelou que as tantas críticas e ameaças a levaram ao vício em analgésicos e a uma tentativa de suicídio no ano passado. “Quero dizer, ameaças de morte legítimas com tudo, desde online, que são as fotos da casa no Google, o endereço. As pessoas apareceram na casa dos pais do meu marido. Eles localizaram a minha irmã quando ela estava morrendo de câncer no hospital e ligaram pra ela… Eu atendi a chamada, porque por acaso estava visitando”, contou.
A comediante foi sincera, revelando que tudo foi contribuindo aos poucos para a sua “ruína”, principalmente a falta de trabalho: “Pensei: ‘Bem, eu nem sequer bebo… Grande coisa, tomo uns comprimidos de vez em quando, quem não toma? Além disso, a minha idade foi uma grande parte. Quer dizer, quem se afunda e tenta tirar a vida aos 59? É quase uma piada e a propósito, um dia, tudo isto será comédia. Confia em mim… Eu estava rindo para me manter viva. E o que descobri foi que se não consigo fazer os outros rirem, então não há propósito para viver. Não há razão para que eu viva”.
“Comecei a pensar cada vez mais no suicídio à medida que entrei no vício da pílula, e isso se tornou quase um pensamento obsessivo. Comecei a me convencer de que era realmente uma boa decisão. Coloquei meu seguro de vida em ordem. Organizei tudo com antecedência. Escrevi a nota [de suicídio], a coisa toda”, admitiu.
Apesar do momento difícil, ela revelou que está sóbria a mais de um ano, mas que a desintoxicação foi um período complicado. “Foram meses. Os tremores, o suor, eu estava tão instável. Como quando eu escovava os dentes, o meu marido tinha que segurar os meus quadris para eu não cair. Eu ia a duas reuniões de Zoom por dia, e os clínicos apareciam sempre para fazer testes de urina. E, todos os dias, o meu objetivo era testar limpo”, finalizou.
IMPORTANTE: Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais ou considerando o suicídio, ligue para o ‘Centro de Valorização da Vida’ pelo número 188. O CVV realiza apoio emocional, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, clique aqui.