Recentemente, o Texas, estado norte-americano, aprovou uma nova lei anti-aborto, a mais rígida das últimas cinco décadas. Neste final de semana, Billie Eilish se apresentou no palco do festival de música Austin City Limits, na capital do estado, e usou seu espaço para se manifestar contra o novo projeto, com direito a discurso de protesto e apoio do público presente no local.
“Quando eles tornaram esta m*rda uma lei, eu quase não quis fazer este show, porque eu queria punir este lugar por permitir que isso aconteça aqui. Mas lembrei que vocês seriam as vítimas, e vocês merecem tudo de melhor no mundo. Precisamos pedir que eles calem a porr* da boca. Façam isso. É o meu corpo, a p*rra da minha escolha”, disse a artista. Assista:
“my body my fucking choice” – billie eilish pic.twitter.com/5ia0QIPgq4
— billiebabycutie (@billiebabycute) October 3, 2021
Em seu Instagram, Billie compartilhou fotos da apresentação e disse que foi uma de suas preferidas. “A noite passada foi louca para c*ralho. Uma das minhas favoritas”, escreveu. O evento ainda continua no próximo final de semana, com encerramento previsto para o dia 10 de outubro. Miley Cyrus, também conhecida pelo ativismo, é outra cantora que deve passar pelo palco do festival.
Entenda a lei
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu não interferir no vigor da nova lei anti-aborto do Texas. Segundo o G1, a lei foi assinada em maio pelo governador Greg Abbott e proíbe o procedimento a partir de quando for detectado batimento cardíaco no feto, o que ocorre por volta das seis primeiras semanas, período em que nem sempre as mulheres sabem que estão grávidas. Não há exceções para casos de estupro e incesto. Antes, o prazo permitido era entre 22 e 24 semanas. Além disso, a lei ainda permite que qualquer cidadão texano processe médicos em 24 clínicas que praticam o aborto e ganhe até US$ 10 mil (mais de R$ 54 mil na cotação atual).
A lei é a mais restritiva no país desde a legalização do aborto, lá em 1973, e passou a ser válida no dia 1° de setembro. Clínicas que realizam abortos e entidades que lutam pelos direitos das mulheres nos EUA pediram ao máximo tribunal americano que reavaliasse a validade da lei. Na votação dos juízes, que são conservadores em sua maioria, a contagem foi de cinco votos a favor da manutenção do projeto e quatro votos contra.
Ainda de acordo com o G1, na última sexta-feira (1º), o governo do presidente Joe Biden pediu a um juiz federal que bloqueie rapidamente a nova lei. Segundo o governo dos Estados Unidos, o texto anti-aborto é uma “afronta aberta à Constituição nacional”.