Durante sua participação no Podcats nesta segunda-feira (14), Carlinhos Maia se abriu sobre um assunto traumático em sua vida. Com o apoio de seu ex, Lucas Guimarães, o comediante contou que sofreu uma série de abusos sexuais durante a infância.
O assunto foi puxado por Guimarães, que é apresentador do programa ao lado de Camila Loures. Na hora, ele perguntou se Maia havia aprendido algo a partir episódios dolorosos. Depois de ficar alguns instantes em silêncio, o influenciador começou a abordar o assunto, mas informou que não se sentia confortável em falar a respeito. “Eu nunca falei de fato sobre isso, mas o Lucas sempre falou muito internamente, entre a gente“, pontuou.
[Gatilho: Abuso sexual]
Com a ajuda do ex, ele continuou: “Isso acontecia muito. Não sei se pela situação da vila, pela situação daquele momento que eu vivi ali. Minha mãe tinha uma vendinha e ela ia trabalhar e eu ficava vendendo. Então, isso acontecia muito, de pessoas próximas“.
“Era muito frequente. Acontecia muito, muito… Uma fase da minha vida, aconteceu muito. Eu era muito criança, eu ficava sozinho lá [na venda]. Então, os meninos mais velhos, os homens mais velhos da rua, sabe? Minha mãe é surda, o povo chacoteava. Meus pais ficavam trabalhando. Imagina uma criança ter que ficar sozinha em casa e ter que trabalhar vendendo as coisas da casa“, desabafou.
Carlinhos contou que seus abusadores também roubavam coisas da loja da família. Sua mãe, sem saber, achava que era ele quem consumia os produtos. “Minha mãe chegava em casa e me dava uma pisa porque achava que eu tinha comido as pipocas, as coisas. E eles levavam, ameaçavam, ‘se você contar, eu vou dizer pro seu pai que você faz isso com a gente‘”, afirmou.
Depois, o influenciador prosseguiu dizendo que ainda encontra essas pessoas em sua cidade natal: “São pessoas que hoje, inclusive, eu até vejo quando vou na vila. Gente que é casada“. “Tem episódios, assim, na minha cabeça, de ser quatro pessoas. Real! Sem mentira. Não é para comover ninguém, não, porque isso não é história bonita de comoção. Mas, imagine, isso acontecia comigo e isso é uma parada que acontece com tanta gente, né?“, recordou.
“Esse é um dos meus traumas de pegar crianças no colo. Eu disse, ‘meu Deus, eu não posso virar isso que eles fizeram comigo’, sabe? Então trazem uma criança pra ficar no meu colo, eu já tiro logo. Eu não sou pedófilo, isso eu tenho certeza. Não é sobre isso. Mas é que era tanta coisa que acontecia comigo quando eu era criança, que eu abomino“, concluiu. Por fim, ele reiterou que acreditava estar pronto para falar do assunto, mas que ainda não queria se aprofundar nisso. Veja o relato:
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