Na última terça-feira (10), uma gestante morreu após ser atingida por um monitor cardíaco, enquanto era transportada em uma ambulância da Prefeitura de Sacramento. A jovem Kamily Priscila, grávida de sete meses e meio, estava sendo encaminhada para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba, quando a tragédia ocorreu.
Segundo informações do jornal Estado de Minas, Kamily teve um mal-estar e então acionou o serviço de emergência. No caminho para a unidade de saúde, o motorista do veículo realizou uma manobra brusca e foi quando o monitor caiu na cabeça da jovem.
“O equipamento é preso com um velcro, que se soltou com a manobra. Me disseram que uma enfermeira ainda tentou amortecer a queda do objeto, mas não conseguiu”, disse o médico Marcelo Sivieri, designado pela Prefeitura para acompanhar o processo de investigação, ao g1.
Após o ocorrido, o motorista concluiu o trajeto até o HC-UFTM. Apesar de chegar com vida à unidade, Kamily infelizmente não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O bebê, por sua vez, foi salvo e passa bem. Ainda de acordo com Sivieri, a jovem de 20 anos sofria de pré-eclampsia, condição que eleva a pressão arterial e, em casos mais graves, causa convulsões.
Negligência
O pai da vítima, Marcelo Antônio de Oliveira, revelou que o avô da jovem faleceu na noite de 9 de janeiro. Abalada pela perda, Kamily passou mal e foi levada para a Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, onde recebeu atendimento médico e foi liberada para voltar para casa.
“No meu entender, ela deveria ter sido transferida desde o início, porque desde o começo da gravidez já sabiam que era de risco”, declarou Marcelo. No dia seguinte, Kamily passou por uma consulta em um posto de saúde, quando teve um novo mal-estar e foi encaminhada novamente à Santa Casa.
No entanto, devido à piora significativa no quadro da jovem, que teve convulsões, ela precisou ser transferida para o HC-UFTM. Marcelo revelou que nenhum familiar conseguiu acompanhá-la na ambulância, e ele foi até Uberaba de carro. O pai esperou por horas, até ser informado sobre a tragédia.
Ainda no dia 10, Kamily passou por uma cesariana para a retirada do bebê. Dois dias depois, na quinta-feira (12), ela teve a morte cerebral constatada pelos médicos. A família autorizou a doação de seis órgãos. “Pensei que, já que estava perdendo uma vida, vou pelo menos poder salvar outras seis”, disse o pai.
Até então, Marcelo aguarda a retirada de documentos para decidir se vai registrar um boletim de ocorrência. “Eles erraram, e precisam responder pelo erro”, acrescentou o pai. A Prefeitura local e a Polícia Civil abriram um inquérito para investigar se houve alguma negligência por parte dos profissionais na ambulância.
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