Em dezembro, o elenco de “Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes“, aguardada adaptação do fenômeno de RPG, esteve no Brasil! E Bruno Rocha, o Hugo Gloss, bateu um papo incrível com as estrelas Chris Pine, Hugh Grant, Regé-Jean Page e Justice Smith, que revelaram detalhes dos bastidores da trama e contaram mais sobre a experiência de encarnar personagens que marcaram a cultura nerd.
A história narra a jornada do ladrão encantador Edgin (Pine) e um bando improvável de aventureiros que armam um plano épico para recuperar uma relíquia perdida. No entanto, a aventura toma rumos perigosos e inesperados quando eles encontram as pessoas erradas e precisam impedir um ser das trevas de liberar o mal sobre o mundo.
O balanço perfeito
O longa traz o universo rico do lendário jogo de RPG para a tela grande. No entanto, segundo Pine e Grant, o maior desafio foi balancear a expectativa do fandom, enquanto criavam uma história que apela, também, para o público que nunca interagiu com D&D. “Acho que o importante é que tentamos fazer um filme acessível aos fãs e às pessoas que nunca jogaram ‘Dungeons & Dragons’. Portanto, mesmo que você não tenha jogado e não saiba nada sobre isso, não deixa de ser um grande e divertido mundo de dragões e criaturas, com efeitos malucos e uma história que é boa e comovente. Por isso, acho que foi importante garantir que os fãs realmente gostassem, mas também que as pessoas que não sabiam sobre esse universo pudessem gostar também”, apontou Chris.
Justice Smith, por sua vez, enfrentou o desafio com um mergulho completo no universo do RPG. “Existem esses livros, que são enormes e didáticos e estão cheios de contexto histórico e detalham todas as classes, todas as raças de qualquer personagem em potencial que possa existir no mundo de ‘Dungeons & Dragons’. Então, muito da preparação foi estudar esses livros. Por sorte, tivemos aquela quarentena de duas semanas…”, brincou ele, aos risos. “Eu passei esse tempo pesquisando esses livros e criando uma história de fundo para o personagem que fosse baseada nas tradições já estabelecidas. E isso é basicamente o que você faz quando joga o jogo também”, acrescentou.
“E, também, é ótimo porque, como ator, um monte da lição de casa já foi feita para você. Se você precisar fazer alguma pesquisa, há muito material para mergulhar e dar asas à sua imaginação. Mas, como você estava dizendo, é tudo sobre o que você faz quando você pega essa informação e faz algo novo. E acho que é isso que John e Jonathan (Jonathan Goldstein e John Francis Daley, os diretores do longa) certamente fizeram com este filme. Eles meio que trabalharam algo com o qual claramente se importam imensamente. E você tem que chegar com respeito porque as pessoas adoram isso… Este material, este mundo”, observou Regé-Jean Page.
“E dá para perceber, no filme, que os cineastas adoram esse mundo. Há muito do coração deles ali, eles são inteligentes, são muito, muito engraçados, mas não têm medo de serem honestos. A preocupação é que você se importe com os personagens do filme, que você se importe com aquele mundo enquanto ainda mantém uma leviandade ao seguir com a história. A sensação que o filme dá é a de que você está jogando o jogo. É caótico, e os personagens cometem erros, e o humor vem deles descobrindo coisas sobre si mesmos e uns sobre os outros. O que é uma grande vantagem”, continuou.
Efeitos especiais
Quando se trata de histórias recheadas de criaturas fantásticas e um mundo onde o menor dos detalhes importa, é comum em Hollywood o uso de telas verdes para trazer isso à vida. No entanto, em “Honra Entre Rebeldes”, o caso foi exatamente o contrário: em uma tentativa de garantir a fidelidade ao universo do jogo original, a equipe criou quase tudo do zero.
Para Hugh Grant, que faz sua “estreia” nos longas de fantasia, os efeitos práticos foram imprescindíveis para a qualidade do filme. “Na verdade, havia pouquíssima tela verde no filme. Essa é uma das coisas das quais nos orgulhamos. Muitos dos monstros e efeitos especiais são reais, feitos por engenheiros incríveis”, elogiou o astro. “Quando ele (Chris Pine) afunda no chão, criaram uma espécie de areia movediça e é incrível. Não é apenas um monte de efeitos especiais tediosos e intermináveis como vemos em tantos outros filmes. Este é algo mais palpável”, avaliou.
Smith, que estrelou produções como “Jurassic Park”, afirmou que as criações são motivo de orgulho para a equipe. “Há esse movimento recente nesses filmes estilo blockbuster, em que eles tentam fundamentar a fantasia na realidade o máximo possível. E esta tem sido minha experiência na maior parte dos filmes grandes com computação gráfica que fiz. Quando você está atuando no set, geralmente está atuando no cenário com algum tipo de fantoche ao invés de apenas uma tela verde, sabe? E isso é muito revigorante porque, como ator, você quer que seja o mais envolvente possível. Neste filme, a quantidade de detalhes que entrou em… Meu Deus, eu queria muito dar spoiler!”, declarou o ator.
Claramente animado com o longa, que só chega aos cinemas em abril, Justice fez mistério sobre o que vem por aí. “Eu simplesmente gosto dos personagens, das criaturas. Eu queria falar especificamente sobre aquela cena do mercado de peixes”, disse ele. “É. Não podemos falar sobre isso”, brincou Page. “Foi tão envolvente! O ambiente era incrível, incrivelmente imersivo. Direi apenas que os cheiros eram incrivelmente convincentes”, entregou Smith.
“Mas quando o Justice fala ‘fantoches’, é importante esclarecer que essas são algumas das tecnologias mais avançadas que já vi. Não estamos falando de marionetes ou fantoches, mas sim de criaturas animatrônicas que são uma combinação de desempenho humano e dispositivos robóticos incríveis. E há momentos em que você está falando com essas criaturas totalmente fantásticas que não poderiam existir no mundo e elas parecem completamente reais no set”, relatou Page, impressionado.
Easter eggs
Durante o painel da San Diego Comic-Con 2022 dedicado ao filme “Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes”, os diretores Jonathan Goldstein e John Francis Daley revelaram que incluíram, em meio a vários easter eggs da franquia de RPG de mesa, algumas referências à adorada animação dos anos 1980 “Caverna do Dragão”.
O desenho foi sucesso no Brasil durante anos e, quando questionados sobre a inclusão de tantas alusões na trama, as estrelas do novo longa destacaram a importância de satisfazer os fãs.
“Eu acho que é ótimo. Reforço que o objetivo desses grandes filmes é garantir, especialmente se você está lidando com algo como ‘Dungeons & Dragons’, que reúne muitos fãs, é garantir que as pessoas fiquem satisfeitas. Que apareçam as feras, os ursos-coruja, os cubos gelatinosos e todas essas coisas que vêm da tradição de ‘Dungeons & Dragons’. E também, você sabe, um pouco dos personagens de desenhos animados”, disse Chris. “Mas também que, se você não sabe nada sobre isso, entenda o filme e possa se divertir. Então, talvez os easter eggs sejam para os fãs mais intensos que conseguem ter momentos de astúcia quando assistem ao filme”, pontuou.
Transformação nos personagens
Na trama, Chris Pine interpreta Edgin, um ladrão que, segundo seu intérprete, é um ótimo planejador e um homem muito charmoso. Para trazê-lo à vida, Pine escolheu uma abordagem não-tradicional: ao invés de pesquisar sobre ele, o ator preferiu se aprofundar no jogo de D&D. “Não houve pesquisa para o personagem propriamente dito. Mas obviamente eu queria entender o jogo. Então, acabei jogando com minha família e com meu sobrinho, que é um grande jogador de D&D e se divertiu muito. Jogamos com o elenco, o que foi muito divertido só para entender do que se tratava o jogo. Eu acho que o que é realmente divertido sobre o jogo é que ele é tão criativo e imaginativo e tem muito a ver com o que fazemos como atores também. É apenas improvisar e, você sabe, brincar e se divertir”, contou.
“E então eu acho que ‘Dungeons & Dragons’, de muitas maneiras, é ótimo para crianças. Acho que não consigo imaginar por que toda criança não está jogando isso na escola primária. É uma ótima maneira de nivelar as diferenças entre os nerds, os atletas, os bobalhões e os valentões. Porque, em algum nível, você está apenas se divertindo e todo mundo está na mesma, de igual para igual por assim dizer. E, como adultos, acho que é provavelmente o melhor “drinking game” do mundo e de todos os tempos. É uma ótima desculpa para dividir uma garrafa de vinho e dar boas risadas jogando ‘Dungeons & Dragons’”, acrescentou.
Grant, por sua vez, usou sua própria experiência nas telonas para viver Forge Fitzwilliam, um dos principais antagonistas do filme que é, além de malvado, um alívio cômico para a trama. “Bem, eu tenho interpretado personagens desagradáveis por cerca de 20 anos, e eu gosto disso. Interpretar pessoas boas é tão chato e tão difícil, você não acha?”, brincou ele. “É muito mais fácil ser o cara ‘ligeiramente mau’. E eu não sei o porquê, mas o público sempre, ao longo da história, sempre foi atraído pelo vilão”, concluiu, aos risos.
Produzido pela Paramount Pictures com a eOne, “Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes” tem direção de Jonathan Goldstein e John Francis Daley, e conta com um elenco estrelado por Pine, Grant, René-Jean, Smith, bem como Michelle Rodriguez, Sophia Lillis, Chloe Coleman e Daisy Head. O longa chega aos cinemas no dia 13 de abril e promete muita aventura para o público. Confira o bate-papo completo abaixo:
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