Atualmente em liberdade condicional, Elize Matsunaga está sendo investigada pela Polícia Civil de Sorocaba (SP). Segundo o g1, a mulher foi denunciada pelo uso de documentos falsos para conseguir um emprego na cidade. Elize Matsunaga foi presa em 2012, pela morte do marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, e solta em maio do ano passado.
A mulher está morando em Franca, onde trabalha como motorista de aplicativo, e foi levada para prestar depoimento no 8° Distrito Policial de Sorocaba. Na tarde desta segunda-feira (27), Elize negou a falsificação dos documentos e foi liberada.
No final de 2022, Elize teria participado do processo seletivo para atuar em uma construtora e precisava apresentar atestado de antecedentes criminais. Cumprindo pena em regime aberto, ela teria mostrado o documento com o nome de solteira: Elize Araújo Giacomini. De acordo com a publicação, o documento usado no processo seria de outro funcionário e ela teria apenas colado seu nome por cima.
“A Polícia Civil identificou que Elize Matsunaga usava documento falso em Sorocaba. Infelizmente, a reincidência criminal é uma das realidades com as quais nossas polícias se deparam. Ela havia sido solta na progressão de pena, que se demonstra entrave para segurança pública”, confirmou o Secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite.
Ao g1, o advogado Luciano Santoro, representante de Elize Matsunaga, confirmou a versão apresentada pela cliente em depoimento. “Nem teria qualquer motivo para tanto, já que seu processo não transitou em julgado e ela poderia ter a certidão de antecedentes sem apontamentos”, disse.
Segundo o jornal O Globo, Elize foi denunciada pela ex-patroa e pode voltar à prisão. Durante as investigações, a polícia teria encontrado fotos e vídeos dela tomando bebidas alcoólicas na praia durante o dia, o que viola a condicional do regime aberto. “Prática de crime no curso do aberto dá regressão. Caso ela seja condenada pelo crime novo, essa nova pena será acrescida ao que faltava. Só depois deverá ser fixado pelo juiz o regime adequado”, explicou o promotor Luiz Marcelo Negrini, que acompanha a execução penal dos presos do regime fechado de Tremembé.
Emprego em Franca
Recentemente, Ulisses Campbell, jornalista e autor da biografia “Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido”, revelou que a mulher está atuando como motorista de aplicativo em São Paulo.
Segundo o perfil “Mulheres Assassinas”, do escritor, Elize usa um Honda Fit para trabalhar e tem nota 4,80 dada pelos usuários do serviço, de um total de cinco estrelas. Na foto de identificação do motorista, ela aparece com o cabelo mais curto e, de acordo com relatos, usa máscara e óculos para trabalhar, o que dificultaria o reconhecimento dos clientes. Elize é bacharel em Direito, formada em contabilidade e tem curso técnico de enfermagem. Em Franca, para cumprir os 16 anos restantes da pena, ela comprou, à vista, um apartamento de dois quartos.
A exemplo de Suzane von Richthofen, sua ex-colega de prisão que também foi beneficiada com progressão de regime, Elize abriu um ateliê de costura. Enquanto Suzane comercializa sandálias customizadas, Matsunaga produz roupas para pets. Ambas participavam de oficinas de artesanato e costura no presídio, atividades voltadas à ressocialização. De acordo com a Lei de Execução Penal, cada três dias de trabalho do preso resultam em um dia a menos na pena, além da remuneração.
Relembre o caso
Elize Matsunaga foi condenada pela morte do marido, Marcos Matsunaga, presidente do grupo Yoki. O crime aconteceu no dia 19 de maio de 2012, num duplex em que o casal morava com a filha, em São Paulo. O empresário foi morto com um tiro de pistola e teve seu corpo esquartejado em sete partes. Os resquícios do corpo foram ensacados e espalhados próximos de Cotia, na região metropolitana de São Paulo.
Em junho daquele ano, Elize teve sua prisão preventiva decretada e foi detida na Penitenciária de Tremembé. Já em dezembro de 2016, um júri popular condenou a técnica de enfermagem pelo assassinato do marido, além dos crimes de destruição e ocultação de cadáver, com um agravante da impossibilidade de defesa da vítima – visto que o tiro teria sido disparado de uma curta distância.
Pelo crime, ela havia sido condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas por confessar a autoria teve sua pena reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça em 2019. Do total de 16 anos e três meses, a mulher cumpriu dez e teve autorização da Justiça para cumprir o restante em liberdade. O caso rendeu uma série documental na Netflix.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques