Jennifer Aniston acha que parte do humor de “Friends” não será mais considerado apropriado pelo público jovem. Durante a estreia de seu novo filme com Adam Sandler, “Mistério em Paris“, nesta terça-feira (28), a estrela se abriu sobre o fenômeno dos anos 90.
“Há toda uma geração de pessoas, crianças, que agora está voltando aos episódios de ‘Friends’ e os considerando ofensivos”, disse Aniston à Associated Foreign Press. A veterana ainda analisou algumas passagens do sitcom estrelado por ela, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David Schwimmer. “Houve coisas que nunca foram intencionais e outras… bem, deveríamos ter pensado nisso, mas não acho que houve uma sensibilidade como há agora”, acrescentou.
Segundo a atriz, a comédia foi afetada pelas novas preocupações do público. “A comédia evoluiu, os filmes evoluíram. Agora é um pouco complicado porque você tem que ter muito cuidado, o que torna muito difícil para os comediantes, porque a beleza da comédia é que nós tiramos sarro de nós mesmos, tiramos sarro da vida”, apontou a intérprete da inesquecível Rachel.
Ela continuou: “[No passado] você podia brincar sobre um fanático e rir – isso era histérico. Era sobre educar as pessoas sobre como as pessoas eram ridículas. E agora não temos permissão para fazer isso. Todo mundo precisa de graça! O mundo precisa de humor! Não podemos nos levar muito a sério. Especialmente nos Estados Unidos. Todo mundo está muito dividido”.
Recentemente, “Friends” foi criticado por sua falta de diversidade. No ano passado, Marta Kauffman, autora que co-criou o seriado, doou US$ 4 milhões (cerca de R$20,5 milhões, na cotação atual do dólar) para a Brandeis University para estabelecer uma cadeira no “Departamento de Estudos Africanos e Afro-Americanos” da escola. Mais tarde, ela disse ao Los Angeles Times como os comentários sobre o programa a inspiraram na doação.
“Aprendi muito nos últimos 20 anos. Admitir e aceitar a culpa não é fácil. É doloroso olhar-se no espelho. Estou envergonhada por não saber o que fazer 25 anos atrás”, disse ela ao jornal. “Foi depois do que aconteceu com George Floyd que comecei a lutar contra o fato de ter comprado o racismo sistêmico de maneiras que nunca havia percebido. Esse foi realmente o momento em que comecei a examinar as maneiras pelas quais participei para corrigir o curso”, concluiu.
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