Passageiros teriam tentado abortar viagem do submarino Titan antes de implosão

Passageiros teriam tentado abortar viagem do submarino Titan antes de implosão


Em uma nova entrevista divulgada nesta segunda-feira (3) pela revista The New Yorker, o ex-conselheiro da OceanGate revelou que os tripulantes do submarino Titan perceberam um erro no veículo e tentaram abortar a missão antes do terrível acidente que tirou a vida de todos. Segundo Rob McCallum, os passageiros tentaram entrar em contato com a superfície pouco antes da implosão catastrófica.

“O relatório que recebi imediatamente após o evento — muito antes da identificação do problema — foi que o submarino estava afundando a cerca 3,5 mil metros”, disse McCallum sobre os documentos que recebeu pouco depois do sumiço do submarino. O profissional explicou que o submersível “perdeu peso”, o que significa que o mergulho foi abortado e, em seguida, teve a comunicação com sua nave-mãe cortada.

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McCallum, que também conduz uma empresa responsável por viagens aos destroços do Titanic, esclareceu usar submarinos que podem chegar a 5,8km de profundidade e são aprovados pela DNV, entidade marítima que regula o serviço — ao contrário da OceanGate, que está envolvida em várias polêmicas acerca da efetividade de suas embarcações.

Através de um email compartilhado pela revista, outro ex-funcionário da empresa alertou sobre problemas de “controle de qualidade e segurança” do Titan. O homem, que não se identificou, afirmou que a organização ignorou uma carta assinada por 38 empresários, exploradores de águas profundas e oceanógrafos sobre a “abordagem experimental” do veículo.

Antes de embarcar na expedição que resultou na morte do britânico Hamish Harding, presidente da empresa Action Aviation; o paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente da Engro, e seu filho Suleman; bem como o experiente mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions, os passageiros assinaram um documento que isentava a companhia de qualquer responsabilidade pelo acidente. Hoje foi liberada a última foto dos membros da família Dawood na hora de entrar no submersível.

 

“Eu, [nome da pessoa] reconheço que me inscrevi voluntariamente para participar de uma operação submersível organizada pela OceanGate Expeditions”, diz um trecho do termo, disponibilizado pelo TMZ. Em outro momento, o termo afirma que “uma parte da operação será realizada dentro de um submersível experimental. A embarcação não foi aprovada ou certificada por qualquer órgão regulador e pode ser construída com materiais que não foram amplamente usados em submersíveis ocupados por humanos.

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Contudo, segundo especialistas jurídicos ouvidos pela agência Reuters, mesmo com a assinatura do termo, os familiares das vítimas podem processar a empresa responsável pela viagem. “Se houver aspectos do projeto ou construção desta embarcação que foram mantidos em sigilo ou se ela foi operada conscientemente, apesar da informação de que não era adequada para este mergulho, isso iria absolutamente contra a validade dos termos”, explicou Matthew D. Shaffer, profissional de direito marítimo. Saiba mais detalhes, clicando aqui.

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