Na noite desta segunda-feira (3), a menina Isabela da Silva Nascimento, que foi sequestrada em Santo Amaro, na última sexta (30), foi encontrada pela Polícia Militar. Segundo nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP) ao g1, a garotinha foi deixada próximo a um comércio na região de Santo André, no ABC Paulista.
Ao portal, a investigação confirmou que Isabela foi entregue por um homem a um dos funcionários do comércio na Rua Calecute, na região da Vila Luzita. O suspeito teria informado que a criança estava em situação de abandono. No entanto, o dono do estabelecimento reconheceu a menina e pediu a ajuda de uma vizinha, antes de acionar as autoridades.
De acordo com a SSP, o caso de Isabela foi registrado como encontro de pessoa na 6ª DP Santo André. Na sequência, foi realizado o exame de corpo de delito e ela então foi entregue aos pais. Segundo o UOL, ela está “bem, mas assustada” após o ocorrido.
Investigação
A investigação em torno do desaparecimento continua e está sendo conduzida pela 11ª DP de Santo Amaro. Segundo Marcel Druziani, delegado responsável pelo caso, uma mulher chamada Sandra é considerada a principal suspeita pelo crime.
“A família veio da Bahia há cinco meses. A senhora trabalha vendendo balas na região de Santo Amaro, para ajudar nos gastos da família. Passou a conhecer uma pessoa de nome Sandra. E, muito amável, foi se aproximando, oferecendo vantagens, fraldas, alimentos, roupas e ganhando a confiança da senhora”, explicou Druziani.
A mãe de Isabela, Evanisa Vieira da Silva, teria conhecido a mulher na rua e, na sexta-feira (30), havia combinado de encontrá-la para receber uma cesta básica. Sandra teria ficado brincando com Isabela e com o irmão da menina, quando a mãe deles atravessou a rua para comprar cigarros. Assim que Evanisa retornou, Isabela já havia desaparecido. Sandra alegou para ela que criminosos teriam arrancado a criança de seus braços. O filho de Evanisa, porém, presenciou tudo e contou a real versão para a polícia.
“O menino presenciou e disse que Sandra colocou a criança no carro. Dentro do carro prata havia outra mulher e um senhor careca”, detalhou o delegado. “A mãe não tem endereço nem telefone da Sandra e acreditava que aquela lojinha [na qual comprou cigarro] seria da Sandra, mas não era. Já foi checado”, acrescentou.
A polícia está trabalhando com mais de uma linha de investigação, entre elas a de tráfico humano. “Talvez, em um primeiro momento, seja adoção ilegal, mas não é descartada possibilidade de tráfico para qualquer outro fim”, reforçou o delegado. Até o momento, não foram confirmadas prisões relacionadas ao rapto da menina. Entretanto, a Polícia Civil chegou a enviar duas viaturas para o endereço que acreditava ser da suspeita.
Desde o ocorrido, claro, a suspeita desapareceu. A polícia está usando imagens para identificá-la, pois acredita que a sequestradora tenha outro nome. O delegado confirmou que Sandra teria pedido a Evanisa que lhe entregasse a criança, mas a mãe negou.
Ele revelou, ainda, que Evanisa disse que “estava nervosa e não sabia o que falar” ao registrar a denúncia. “Nunca se descarta nada até o fim da investigação. A Sandra teria oferecido dinheiro para que a mãe desse a criança, mas a mãe nunca aceitou”, detalhou.
Erlandia, tia de Isabela, disse que a irmã está tão nervosa que “não fala coisa com coisa“. Em entrevista ao portal, ela recordou que Sandra já rodeava a família há um tempo, aproximando-se logo que Evanisa começou a vender balas no farol, há cerca de cinco meses.
A mãe de Isabela teria falando com frequência da suspeita, relatando que “Sandra levou fraldas” e que a “Sandra era legal”. Erlandia, no entanto, nunca viu Sandra.
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