O caso da fisioterapeuta que viralizou nesta terça-feira (15) ao fazer dancinha com um recém-nascido no bolso do uniforme será investigado pela polícia. A Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, abriu inquérito para investigar o episódio, que aconteceu no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen.
A investigação foi aberta ontem (15), de acordo com o g1. A delegada Vivian de Andrade Mattos afirmou que a polícia vai identificar a mulher que aparece no vídeo e coletar depoimentos. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instalou um procedimento sobre o caso. O promotor de Justiça não irá se manifestar porque a investigação está em segredo e envolve um menor de idade.
O MPSC também informou que uma denúncia foi enviada ao promotor da Infância e Adolescência Diego Rodrigo Pinheiro na madrugada desta terça (15). Na parte da tarde, um vereador do município fez outra denúncia sobre o caso junto ao Ministério Público. O delegado Angelo Frageli disse que não houve pedido do MPSC para a abertura do inquérito policial. “Caso o bebê tenha sofrido algum tipo de risco em relação à saúde ou vida por essa ação, há eventual crime. Caso não, vejo como falta disciplinar grave. A exposição do infante a situação vexatória também pode constituir crime”, afirmou Frageli.
O hospital disse que o fato foi isolado e informou que as medidas jurídicas estão sendo tomadas “com o maior rigor possível“. A instituição não divulgou informações sobre o estado de saúde do bebê. “O Hospital Marieta vem a público manifestar sua completa indignação e repúdio com a conduta inapropriada e criminosa praticada e registrada em vídeo postado nas redes sociais por uma fisioterapeuta de empresa contratada, prestadora de serviços na instituição, manipulando indevidamente um recém-nascido”, disse em nota.
“Todas as medidas jurídicas – criminais, ético-administrativas e cíveis – estão sendo tomadas com o maior rigor possível, inclusive com apuração de colaboradores que filmaram ou participaram dessa cena lastimável, sem defender a criança. Com 380 partos mensais em média, o Hospital Marieta tem no respeito e na humanização ao recém-nascido e às parturientes sua premissa de trabalho há várias décadas. Este ato isolado não pode manchar a imagem de centenas de profissionais que atuam na unidade e zelam diariamente cuidando dos bebês“, concluiu.
A profissional foi afastada das funções pela empresa terceirizada que a contratou. “Estamos estarrecidos com o absurdo da situação e informamos que a profissional foi imediatamente afastada de suas funções e medidas cabíveis serão tomadas, frente a decisões do órgão regulamentador da profissão (CREFITO) e junto ao hospital”, declarou a Vitalle Fisioterapia.
Além disso, o Conselho Regional de Fisioterapia de Santa Catarina, o Crefito10, suspendeu a mulher de forma cautelar e abriu um processo ético disciplinar sobre a atitude dela. “O Departamento de Fiscalização do CREFITO-10 já se dirigiu ao hospital onde ocorreram os lamentáveis fatos com o intuito de apurar a autoria. Ato contínuo, caso comprovado se tratar de profissional fisioterapeuta, ocorrerá a suspensão cautelar do exercício profissional até a conclusão do processo ético disciplinar competente”, informou.
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Em nota, a Secretaria de Saúde de Itajaí explicou que a gestão da conduta da fisioterapeuta não cabe ao órgão por se tratar de um hospital privado. “A Secretaria de Saúde de Itajaí irá solicitar ao Hospital Marieta Konder Bornhausen informações sobre quais medidas estão sendo adotadas em relação ao caso para garantia do bom atendimento à população itajaiense. No entanto, ressalta que a instituição é estadual e possui gestão privada, não cabendo à Secretaria o gerenciamento de condutas e avaliação dos profissionais contratados”, esclareceu.
Vídeo
No vídeo que circula nas redes sociais, a fisioterapeuta estava com o uniforme da unidade de saúde enquanto dançava e cantava com o recém-nascido dentro do bolso. Ela fazia um viral do TikTok, ao som da música “Desenrola Bate Joga de Ladin”. O vereador Osmar Teixeira foi um dos primeiros a compartilhar o vídeo, cobrando por medidas. “Conversei com a diretora-chefe do hospital, que está trabalhando para identificar quem é esta profissional e garantiu que as medidas serão tomadas. Nós também vamos acompanhar esse caso, que com certeza deve ser enviado ao Ministério Público. Quem faz isso não é um profissional, isso é um absurdo”, relatou Osmar, que é membro da comissão de saúde da Câmara Municipal.
Funcionária dança com bebê no bolso – vereador aponta medidas cabíveis pic.twitter.com/ibYpVZZ2NR
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