Reynaldo Gianecchini contou que foi confundido com um homem-bomba durante viagem a Israel. No podcast “Sem Nome Pode”, apresentador por Klara Castanho, o ator contou que sempre teve o sonho de conhecer o local e resolveu ir sozinho, mas teve um contratempo ao deixar o país. O artista ainda destacou que não é fácil entrar no país por conta das questões de segurança nacional, mas que teve problemas para deixar Israel por causa das suas roupas.
Na dinâmica, Klara pediu para eles escolherem contar algo entre “perrengue”, “climão”, “amizade” e “exagero”. Gianecchin escolheu falar sobre sua ida para Israel. “Meu sonho era ir para Israel. Primeira vez eu fui sozinho. Cheguei lá foi tudo lindo. Entrei, não é tão fácil de entrar [lá], é um país que tem muita segurança, mas eu entrei até que bem, o problema foi a saída”, iniciou.
“Nunca imaginei que na saída que fosse mais difícil. Quando fui embora eu tinha ganho umas roupas incríveis, destruidinhas. Sabe aquela modinha que tava tudo destruído? Meio ralada. Tinha uma camisa meio quadriculada, que eu falei: ‘Que maneira’. E eu não me toquei direito, mas tinha uma foto que era na verdade um homem encapuzado”, continuou.
A distração do ator fez com que usasse roupas que chamaram atenção no aeroporto. “Fui também um cachecol que comprei lá, todo quadriculado, que lembra muita a coisa árabe, o que assusta um pouco eles também. Enfim, eu entrei no aeroporto, um cara lá na frente, antes de entrar na virada da porta, o cara olhou para mim e pregou um negócio na minha mala. Eu falei: ‘O que será que é?’“, contou.
“A partir daquele momento nunca mais me deixaram dar três passos sem eu dar 50 mil depoimentos. Dificultaram horrores minha vida, pegaram toda minha mala, escanearam roupa por roupa, levaram para um lugar e ficavam fazendo as mesmas perguntas o tempo todo, durante horas e horas, aí eu passava de um lugar, dava mais 10 passos, passava por outro lugar, vinha mais gente me perguntar”, explicou.
O artista contou para Klara que a situação o deixou abalado. “Eu fiquei com vontade de chorar, achei que eu ia ser preso. Aí eu falei: ‘Por que eles estão cismando comigo?’. E eles tentando achar alguma coisa. Depois eu vi que parecia para eles um símbolo do terrorismo na minha camiseta, com aquele cachecol, eles juraram que eu era um homem-bomba. Fui entender só depois, mas quase perdi meu voo. Deixaram embarcar na última hora. Juro, demorou umas 3h30m para chegar lá no embarque“, revelou.
“Você entendeu o que tinha de errado ou alguém te falou?”, Klara quis saber. “Ninguém me falou. Depois eu fui me tocar. Eles ficavam tentando achar coisas que fossem suspeitas, mas eu tava com a consciência limpa. No começo eu falei: ‘Gente, tudo bem, vou responder’. Mas teve uma hora que começou a ficar grave porque eu vi que eles não queriam me liberar. Aí comecei a ficar preocupado”, confessou o ator. “Nossa, aquele perrengue foi f*da“, analisou. Assista:
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No podcast, o ator também revelou como foi impactado pelo ensinamentos de Zé Celso Machado, que faleceu este ano, até hoje. “Me fiz mais popular na televisão, mas eu comecei no teatro. Quando eu resolvi que eu queria descobrir essa profissão, que na verdade era minha grande vocação porque desde criança eu fazia teatro e não entendia que aquilo poderia ser profissional”, começou.
“Fui para o Zé Celso fazer um teste pra uma peça, quando eu entrei no Teatro Oficina, e o Zé me dirigiu, cara, aquele dia foi inesquecível. Ele e o teatro é quase uma coisa só. Foi lindo. Ele queria tirar de mim o que desse, queria fazer o teste, então queria também me provocar artisticamente. Fui indo, fui indo. Eu saí de lá com a certeza que era aquilo que eu queria fazer pro resto da minha vida. Eu devo ao Zé essa certeza no profissional”, explicou.
Assista ao episódio completo:
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