A ex-jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei, Walewska Oliveira, faleceu na noite desta quinta-feira (21), aos 43 anos. A notícia foi confirmada pela Polícia Civil de São Paulo, sem informações sobre a causa da morte. Com a repercussão, colegas da jogadora se manifestaram sobre o momento de luto, e Paula Pequeno pediu respeito aos familiares, além do fim das especulações. Walewsca estava em São Paulo para a divulgação de sua biografia.
Segundo o Portal Metrópoles, o registro da ocorrência aponta que a atleta teria caído do 17º andar do prédio em que morava na Bela Vista, região central da capital paulista. O caso foi registrado como “morte suspeita” no 78º Distrito Policial de São Paulo, nos Jardins. No momento da queda, de acordo com o relato de testemunhas, ela estava no salão de festas do local, enquanto o marido estaria no apartamento do casal. A polícia investiga o caso.
Ainda na noite de ontem, entretanto, perfis especializados em vôlei chegaram a noticiar a suposta causa da morte, gerando revolta em fãs e amigos da atleta. Nas redes sociais, Paula pediu responsabilidade com as notícias sobre a tragédia. “Gente, pelo amor do senhor, é um momento muito delicado, está todo mundo destroçado, todo mundo arrebentado com uma noticia dessa! E todo mundo fazendo publicação pra conseguir seguidor no Instagram. Um pouquinho de respeito”, disparou.
Ela lembrou, ainda, que a causa da morte será investigada pelas autoridades. “Ninguém vai saber o motivo, ninguém vai saber a causa ainda até que haja uma investigação, até que trace um roteiro do que pode ter acontecido, analisar o corpo todo. Vamos esperar as coisas acontecerem como tem que ser. Respeitem, pelo amor de deus. O mundo do vôlei, o Brasil inteiro, a família, estão todos desesperados, em luto e sofrendo”, completou a ex-ponteira. Assista:
Paula Pequeno falando…. pic.twitter.com/73xEzmtjFe
— Minasfã💙/CélineDion✨ (@macrisEgattaz) September 22, 2023
Ela também se emocionou ao publicar uma despedida para a amiga de quadra. Juntas, elas conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. No texto, Paula Pequeno mencionou a relação próxima de ambas e reforçou a admiração que tinha pela central.
“Quero lembrar de você assim: guerreira, obstinada, exemplo de disciplina, força e inteligência. Ainda bem que tive tempo de dizer pra você, olhando nos seus olhos, o quanto eu a admirava. Você sempre foi uma líder, um exemplo para a nossa geração e para todas as outras que vierem. Só quem esteve em 2008 sabe da sua importância para realizar aquele feito. Você vai muito cedo. Se você estava em sofrimento, agora passou e você já está nos braços do Pai. Se for algo diferente, o universo nos mostrará e mesmo assim você estará ao lado de Deus. Obrigada por fazer parte de toda a nossa história”, escreveu.
Repercussão
Outra companheira de Walewska na conquista das Olimpíadas, Thaisa se emocionou ao falar sobre o caso. Em entrevista concedida após a derrota do Brasil para a Turquia, nesta sexta-feira (22), a jogadora do Minas afirmou que a atleta era seu “espelho no esporte”.
“Foi duro. Ela foi um dos ícones de quando eu cheguei. Era uma das veteranas da Seleção Brasileira e foi um espelho para mim. Eu aprendi muito com ela, com a postura, elegância, charme, educação, com a resiliência, com tudo. É muito difícil. É inacreditável uma mulher tão forte, tão incrível, acontecer dessa forma. A gente nunca espera. O vôlei perde um grande ícone. Uma representante de muita força e muito amor pelo esporte”, disse ao Sportv, chorando.
trecho da entrevista da Thaisa ao Sportv2 falando sobre a Wal. pic.twitter.com/abJ6G0fEmH
— sfvupdate (@sfvupdate) September 22, 2023
Gabi, atual capitã da Seleção Brasileira de Vôlei, também se emocionou com a partida precoce de “Wal”, como era carinhosamente chamada. Segundo ela, a central era uma de suas maiores inspirações e foi até Saquarema para desejar força às jogadoras antes do Pré-Olímpico, disputado neste momento no Japão. “Todo mundo em choque. A gente tentou reunir o máximo de forças possível. A gente encontrou com ela antes da nossa vinda para o Pré-Olímpico. Ela nos desejou muita força, coragem. A gente queria ter resiliência, que foi o que ela nos passou”, disse Gabi.
“Ela foi um exemplo de coragem. Uma mulher forte. Foi uma grande líder e uma grande capitã. Foi naquela geração de 2008 que eu acompanhei e decidi que gostaria de ser uma atleta profissional e fazer parte da Seleção Brasileira. Ela sempre fez parte dessa história”, completou.
Sheilla Castro publicou uma foto do lançamento do livro de Walewska em Belo Horizonte, quando elas se viram pela última vez, e desejou força para a família da jogadora. “Essa foto é do lançamento do seu livro aqui em BH, três dias após a morte da minha avó. Lembro que você ficou feliz e surpresa por eu ter ido te prestigiar. Mesmo de luto, jamais deixaria de participar de um momento tão importante da sua vida. Walzinha, você sempre foi um exemplo para mim dentro e fora das quadras. Dor é grande demais. Agora o luto é diferente pela sua partida precoce”, desabafou.
Jaqueline e Fabi Alvim também lamentaram a perda da colega de quadra. “Sua presença nessa nossa trajetória olímpica foi essencial para nosso primeiro ouro olímpico. Você sempre foi um exemplo de garra, força, liderança e disciplina. Vai deixar saudades e o seu legado será eterno”, escreveu Jaque. “Foi uma honra te ter por perto e dividir momentos incríveis”, acrescentou Fabi.
Ex-técnico da Seleção Brasileira de Vôlei Masculina, Bernardinho escreveu uma mensagem para Wal, que se aposentou das quadras recentemente. “Sem palavras para descrever a tristeza com a partida da querida Wal, conheci menina e a vi se tornar uma mulher incrível, uma jovem aspirante que se tornou uma super campeã. Amiga das amigas, líder, uma energia enorme, um sorriso cativante e um abraço acolhedor”, disse.
O Praia Clube, última equipe da qual Walewska fez parte, publicou uma nota sobre a morte da atleta. “O vôlei brasileiro e a comunidade esportiva perderam uma verdadeira lenda, e nossos pensamentos estão com a família e amigos neste momento difícil. Que sua memória e legado continuem a brilhar como uma fonte de inspiração para as gerações futuras. A camisa número 1, usada por Wal, foi eternizada na nossa equipe em 2022 e será para sempre lembrada”, diz o comunicado.
Já a Confederação Brasileira de Vôlei relembrou as conquistas e a carreira premiada da mineira: “Central de excepcional talento, Walewska defendeu por muitos anos a seleção brasileira feminina. Além da medalha de ouro nos Jogos de Pequim 2008, foi bronze em Sydney 2000, conquistou três títulos do Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa das Campeões de 2013”.
“Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora”, afirmou o presidente da CBV, Radamés Lattari.
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