Walewska Oliveira: Mãe da atleta detalha último encontro: ‘Minha filha estava alegre’

Em entrevista à Patrícia Calderón, do UOL, Dona Maria disse que a filha aparentava estar feliz na recente reunião da família, que também contou com a presença do marido de Wal, Ricardo Mendes. “Estávamos em São Paulo no aniversário do meu outro filho. Ela estava com o marido, Ricardo, estávamos todos juntos, em família. Minha filha estava alegre, serena, tranquila. Não entendo o que aconteceu. Vou sentir muita falta. Filha amada, muito querida. A gente vai ter que superar, vai ser muito difícil”.

Questionada se percebeu algo diferente na postura da atleta, Aparecida disse que não. “Não senti nada de diferente. Ela estava feliz, nada que eu pudesse suspeitar de algo errado ou que algo não ia bem”, apontou.

Por fim, ela ainda afirmou que a relação com o genro era normal: “Ele esteve há pouco tempo aqui. Tínhamos uma relação normal”. Conforme depoimento dado à polícia nesta sexta-feira (22), o marido de Wal tinha pedido o divórcio à esposa, em decorrência de problemas na relação há cerca de quatro anos.

O pai de Walewska também deu declarações sobre a filha. “É muito doloroso, é muito triste. O coração da gente fica despencando, um pai enterrando uma filha. Vai ser difícil esquecer. Eu fico olhando aqui as fotos e não consigo acreditar que isso aconteceu. Toda vez que eu olhar pra uma foto dela, tenho certeza que eu vou chorar”, contou Geraldo Vieira de Oliveira. “Tenho que agradecer a Deus pela filha maravilhosa que Ele me deu”, acrescentou.

Ele relatou que o filho, Weslley, se tornou piloto de avião graças ao apoio da jogadora: “Eles se amam de paixão. O meu filho foi estudar no Paraná ciências aeronáuticas e morou com ela. Foi na época que ela jogava no Rexona. A relação dos dois é muito intensa, ele é apaixonado por ela”. O pai teceu elogios sobre a campeã. “Uma filha exemplar, carinhosa com os pais, com o irmão, com os colegas. Uma menina obediente. A gente ensina caráter para os filhos, ela aprendeu além do que a gente ensinou”, definiu.

Sobre a relação com o genro, Geraldo pontuou que não quer se intrometer na vida pessoal do casal: “Não falei com o Ricardo. Estou no meu canto, não quero entrar na vida pessoal do casal. A única vez em que falei com ele foi quando ele nos ligou para dar a notícia da morte da minha filha”.

Além dos pais, o responsável pelas relações públicas da jogadora e amigo de infância da família, Rafael Alves, conversou com a reportagem. Ele estava à frente da organização do velório: “Momento muito dolorido, impossível acreditar que isso foi possível. A minha amiga há mais de 30 anos vai deixar um legado para o esporte nacional de conquistas. No momento em que o Brasil precisava de medalhas olímpicas, ela foi lá e trouxe. Uma grande líder, orgulho para os amantes do vôlei. Uma história vitoriosa e que vai deixar muita saudade”.

Boletim de ocorrência sobre a morte de Walewska é divulgado

Nesta sexta-feira (22), foi divulgado o boletim de ocorrência sobre a morte de Walewska, aos 43 anos. Segundo as informações da Polícia Civil do Estado de São Paulo, fornecidas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, a atleta caiu do 17º andar do prédio em que morava na Bela Vista, região central da capital paulista. De acordo com o documento, as circunstâncias ainda serão investigadas, mas há hipótese de suicídio.

O caso foi registrado como “morte suspeita” no 78º Distrito Policial de São Paulo, nos Jardins. No momento da queda, ela estava no salão de festas do local. Ainda segundo o boletim, às 18h07, Walewska enviou uma mensagem de texto para o marido falando sobre o “relacionamento desgastado de ambos”. Em torno de 18h29, ele recebeu uma mensagem no grupo do prédio, o alertando sobre o falecimento. A ocorrência foi registrada pelas autoridades às 18h09 de quinta-feira (21), com a comunicação oficial às 20h19.

Carreira 

Walewska nasceu em Belo Horizonte e começou a trilhar seu brilhante caminho no esporte pelo Minas, em 1995. Em sua passagem pela Seleção Brasileira, na qual jogou por 10 anos, Waleska conquistou o título de campeã olímpica pelos Jogos de Pequim, em 2008. Foi o primeiro ouro olímpico do vôlei feminino. Ela também foi eleita a melhor bloqueadora do mundo.

Em sua biografia “Outras Redes”, lançada neste ano, Wal contou como foi convocada pela primeira vez para a Seleção pelo técnico Bernardinho, em 1997. Dois anos depois, ela conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá.

IMPORTANTE: Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais ou considerando o suicídio, ligue para o “Centro de Valorização da Vida” pelo número 188. O CVV realiza apoio emocional, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, clique aqui.

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