Testemunha de assassinato de médicos no RJ relata momentos de terror: ‘Muito rápido e muito assustador’; assista

A pessoa que testemunhou o crime detalhou os momentos de terror e afirmou que, devido à rapidez do incidente, ela acredita que o caso foi uma execução. “Não teve conversa, não teve voz de assalto, nem nada, simplesmente chegaram e atiraram. E foi muito, muito rápido. Em questão de 30 segundos já tinha acontecido tudo. Foi simplesmente uma execução. Então, a gente percebeu que não foi um assalto exatamente”, declarou, em entrevista ao Bom Dia RJ, da TV Globo.

A testemunha, que presenciou o momento em que os médicos Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida foram atingidos por mais de 30 disparos, acrescentou: “Foi tudo muito rápido e muito assustador. Uma primeira experiência no Rio de Janeiro foi horrível”. Além do trio, um quarto médico foi baleado e, na sequência, socorrido e encaminhado a um hospital da região.

Testemunha relata momentos de terror durante execução de médicos no RJ pic.twitter.com/rMScXzGfYU

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Médico sobreviveu ao ataque

Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, foi a quarta vítima da ação. Ele foi atingido três vezes durante o tiroteio e foi levado com vida ao Hospital Municipal Lourenço Jorge. Por volta das 11h da manhã desta quinta-feira (5), ele passou por uma cirurgia ortopédica nas pernas.

Segundo boletim da unidade de saúde, Proença apresenta um quadro de saúde estável. A expectativa é que ele seja transferido para uma unidade particular. O profissional é formado pela Faculdade de Medicina de Marília e especialista em cirurgia ortopédica.

Homenagem emocionante

Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida, vítimas fatais da ação, e Daniel Sonnewend Proença, que sobreviveu, estavam na cidade para um congresso de ortopedia. Durante o evento, nesta quinta-feira (5), o grupo foi homenageado pelos presentes.

Além de um minuto de silêncio em respeito e tributo aos profissionais que perderam a vida e também a Proença, ferido no ataque, os congressistas prestaram suas condolências aos familiares dos que se foram.

Um dos organizadores do evento, que não teve sua identidade divulgada, fez um discurso emocionado sobre os colegas. “Eles participaram do congresso e faleceram nesta madrugada. Outro colega deles está internado. Não há palavras que possam expressar a minha tristeza, o que eu sinto. Em meu nome, em nome do Mifas, em nome da Sociedade Brasileira de Cirurgia no Pé (ABTPé). Gostaríamos de transmitir nossas condolências às famílias e aos amigos”, disse o homem, demonstrando abalo.

Médicos são homenageados em congresso que participariam no RJ (🎥: g1) pic.twitter.com/oXV7x3zsxW

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Entenda o caso

O crime aconteceu na madrugada desta quinta-feira (5), e a ação foi registrada por câmeras de seguranças do estabelecimento. Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida, vítimas fatais da ação, e Daniel Sonnewend Proença, que foi socorrido e apresenta quadro estável, estavam na cidade para um congresso de ortopedia.

O grupo se hospedou no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, e no início da madrugada estava em um quiosque em frente ao hotel. Por volta de 00h59, um carro branco parou e homens desceram disparando à queima-roupa, com pistolas de 9mm. No vídeo, um dos atiradores volta ao quiosque para checar o estado dos alvos e ao notar que um médico tentava fugir, atira novamente.

Com os tiros, dois homens que estavam lanchando no local também saem correndo. Logo em seguida, os criminosos, que estavam todos de preto, voltam para o carro e fogem.

Vídeo mostra momento em que os médicos foram mortos pic.twitter.com/q2sa0wiTfL

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Corsato faria 63 anos na próxima semana. Ele era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Perseu, por sua vez, completou 33 anos nesta terça-feira (3). O médico era especialista em Cirurgia do Pé e Tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. A última vítima fatal foi Diego Bomfim, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Ele era irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL).

Assim como a testemunha, a Polícia Civil do Rio de Janeiro acredita que o caso foi uma execução, já que nenhum dos pertences foram levados e os criminosos responsáveis chegaram ao quiosque atirando, sem nem mesmo dirigir a palavra às vítimas ou às testemunhas presentes. O caso também está sendo acompanhado pela Polícia Federal, a pedido do ministro da Justiça, Flávio Dino, devido à conexão de Diego com a deputada do PSOL.

Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à…

— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) October 5, 2023

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, realizou uma perícia no local e instaurou um inquérito para investigar o homicídio triplo. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 31º BPM, do Recreio dos Bandeirantes, chegaram a fazer buscas na área, mas ninguém foi preso até o momento.

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