O marido de Sara Mariano negou ter confessado o assassinato da cantora gospel. Através de uma nota divulgada pelo jornal O Globo, nesta segunda-feira (30), a defesa de Ederlan Mariano disse que a informação veiculada pela polícia era falsa.
Ederlan foi preso pela Polícia Civil da Bahia, depois de reconhecer o corpo carbonizado da mulher. As investigações, no entanto, já apontavam que ele era o autor do crime. Em nota, a Polícia Civil disse: “O marido da vítima teve a prisão decretada e cumprida, após a investigação apontá-lo como autor do delito. Em seguida, ele confessou o crime. O homem passou por exames de lesões corporais e está à disposição do Poder Judiciário”.
Contudo, segundo o advogado Otto Lopes, a confissão nunca ocorreu. “Nos autos não têm informações que comprovem que Ederlan confessou o crime. Sobre a informação de que ele teria assumido a autoria, apenas a polícia pode esclarecer”, declarou ao jornal.
O corpo de Sara foi encontrado dia 27 de outubro, na BA-093, região de Dias D’ávila, a 54 km da capital baiana. O cadáver estava carbonizado em uma região de mata, ao lado da pista. Uma transmissão ao vivo mostrou Ederlan reconhecendo, no local, um chinelo que seria da cantora. De acordo com o marido, a aliança que estava no corpo também seria da vítima. O suspeito, entretanto, foi detido no mesmo dia.
No pedido de prisão, escrito pelo delegado Evaldo da Costa, o agente aponta que Ederlan começou a pensar no crime em setembro, quando o casal teve “problemas conjugais”. “As investigações dão conta de que toda a trama para levar a vítima ao local do crime começou a partir de 24 de setembro”, afirmou ele. “O investigado [Ederlan] deixa claro sua intenção de destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vítima e prejudicar as investigações dos fatos, bem como impedir a aplicação da lei penal”, continuou.
Informações do portal Alô Juca esclareceram que Ederlan teria tentado formatar o celular de Sara. O técnico que realizou o serviço prestou depoimento na delegacia um dia após o desaparecimento da cantora e apresentou os arquivos do chip à polícia. Sobre a intenção do suspeito desejar apagar as provas, o advogado de defesa destacou: “O Ederlan armazenou os conteúdos, mas a polícia realizou um mandato de busca e apreensão e está com posse dos materiais”.
Lopes ainda apontou um suposto envolvimento da vítima em um caso extraconjugal. “Ele (Ederlan) buscava lutar pelo relacionamento. A Sara pedia perdão e dizia que queria continuar com a família, mas ele sempre descobria novas traições. Aqui não estou julgando as relações que ela tinha, apenas relatando que era uma atitude que desvia das condutas de pessoas que vivem um mundo cristão”, concluiu o representante.
Por fim, a irmã da cantora, Soraya Correia divulgou um áudio ao g1, no qual Sara afirma que o marido desejava comprar uma arma. O delegado que investiga o caso destacou que as “evidências apontam que o investigado não só mantinha controle emocional da vítima, bem como dos fatos ora investigados”.
O desaparecimento de Sara Mariano
A influenciadora gospel estava desaparecida desde a última terça-feira (24), após sair de casa para um evento em uma igreja evangélica. Um motorista, ainda não identificado, teria sido enviado pela instituição religiosa para buscar Sara em sua casa. Ela chegou a gravar alguns vídeos registrando o trajeto e, inclusive, passando por um pedágio.
Antes do corpo ser encontrado, Ederlan Mariano afirmou ao veículo que registrou, quinta-feira (26), um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da esposa. O casal estava junto havia 13 anos juntos e tem uma filha de 11. A Delegacia de Proteção à Pessoa de Salvador iniciou as investigações do desaparecimento na sequência da denúncia.
Nas redes, Soraya Correia, irmã da cantora, publicou um vídeo em que a mãe das duas demonstra desespero com o sumiço da filha. Ambas questionam a versão de Ederlan e o fato do mesmo não saber qual igreja a esposa visitaria. A irmã de Sara também disse que entrou em contato com Ederlan, que teria afirmado não saber a qual igreja a pastora iria e nem o endereço, somente a cidade em que ocorreria o evento.
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