Bruno De Luca se pronunciou sobre o acidente de Kayky Brito, nesta sexta-feira (3). Através de suas redes sociais, o ator deu sua versão sobre o caso e relembrou o que aconteceu após o ator ter sido atropelado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Leia a íntegra:
“Amigos, desde o dia 2 de setembro tenho vivido numa angústia muito grande. Minha principal preocupação era o estado de saúde do Kayky. Durante este período, mantive contato constante com a família dele, que sempre me atualizou sobre sua evolução. Desde que ele recebeu alta e teve acesso ao seu celular, estamos nos falando e ele vem me contando sobre seus progressos clínicos e na fisioterapia. Isso tem acalmado meu coração.
Desde então, venho me consultando com psiquiatras, fazendo hipnoterapia, meditação guiada e pensado muito. O acidente que vi me deixou em estado de choque, transtornado. Na minha cabeça eu tinha presenciado uma morte. Todos esses eventos naquela noite afetaram minha capacidade de discernimento e coerência. Fiquei totalmente descontrolado e mentalmente abalado. Segundo a Dr’ Júlia
Fandiño, psiquiatra que venho me consultando, eu tive uma confusão mental durante uma experiência traumática, que evoluiu com uma amnésia dissociativa. De acordo com a ciência, a amnésia dissociativa consiste em um tipo de perda da memória provocada por trauma ou estresse e resulta na incapacidade de recordar informações pessoais importantes.
Eu lembro de poucos flashes dos momentos finais daquela noite: me despedir do Kayky, virar pra pagar a conta, um grande barulho, alguém sendo arremessado. A partir daí, só gritos e confusão. Muita gente correndo. Depois disso, um apagão total. No dia seguinte, acordei atrasado para ir para o aeroporto. Tinha um trabalho em São Paulo. Abalado com o acidente que tinha visto, mandei uma mensagem pro Kayky querendo saber onde ele tava, se ele tinha visto o acontecido e que eu tava assustado. Claro que ele não respondeu.
No caminho do aeroporto, a irmã do Kayky me ligou. Quando eu vi escrito “Sthefany Brito”, tinha certeza que era o Kayky dizendo que tinha perdido o celular. Atendi com um “fala irmão, perdeu o celular, né?” Mas a voz era da Sthefany, que me disse estar preocupada, que ele não tinha chegado em casa. Eu disse que ele deveria estar na casa dos pais, já que eu tinha me despedido dele. Continuei meu caminho, e a irmã do Kayky me ligou de novo. Disse que tinha recebido uma informação de que ele tinha dado entrada no hospital. Eu disse que tinha visto um acidente gravíssimo, mas que ele tinha ido embora antes e eu fui embora depois. Na minha cabeça, jamais seria ele o acidentado. Me ofereci pra ir no hospital ver se ele tava lá, era no meu trajeto. A Sthefany disse pra eu seguir pro aeroporto, que ela já estava a caminho e me dava notícias.
Quando eu já estava entrando no avião, comecei a ver as notícias nos sites que diziam que ele havia sido atropelado. Eu não acreditava no que estava acontecendo. Enquanto lia as notícias, o avião decolava pra São Paulo. Pedi para meu pai e irmão irem ao hospital. Assim que cheguei, recebi ligações do meu pai do hospital me falando sobre o estado do Kayky . Cancelei meu trabalho, voltei no primeiro voo que consegui vaga e fui direto para casa da família dele. Conversamos, nos emocionamos muito. Em nenhum momento, a família do Kayky duvidou do que contei. Durante esses mais de 20 anos de amizade passamos por muitos momentos felizes mas também por momentos muito delicados, em que eu sempre estive ao lado do Kayky. Sua família me conhece muito bem, sabe o tamanho da nossa amizade.
Eu sempre dei muito valor pros meus amigos, uma das minhas maiores qualidades é ser uma pessoa agregadora, reunir tribos diferentes e transitar por todos os meios. Infelizmente, nós não controlamos nossas emoções ou treinamos para saber como nos comportar em momentos extremos como acidentes, assaltos, incêndios. É claro que se pudesse escolher, minha reação teria sido outra, teria sido bem mais pró ativo e acima de tudo, teríamos ido embora antes, e em segurança. O meu arrependimento daquela noite é não ter puxado o Kayky com mais força, ter percebido que já estava tarde e ido embora.
Por mais que nossas vidas tenham mudado completamente naquele dia, eu resolvi agradecer. Agradecer pelo Kayky estar vivo, ter tido uma nova chance. Agradecer pelo Diones ter prestado socorro prontamente.
Por não ter tido nenhuma outra vitima. Por ter uma família maravilhosa que me apoia nos momentos difíceis. Agradecer a minha companheira Sthéfany por todo amor e paciência, por estar sempre ao meu lado, por me ajudar a ter clareza e por cuidar do nosso bem maior. Nesses 41 anos, vivi momentos incríveis e desafios que me moldaram como pessoa. Hoje, estou determinado a cuidar da minha saúde mental e transformar essa experiência em algo positivo e que me transforme.
Crescemos e evoluímos com nossos erros e tropeços. E é isso que eu vou passar para a minha filha ao longo da vida, sempre existirá uma nova chance para se recomeçar. E eu recomeço olhando pra dentro, tentando vencer meus próprios obstáculos, com a certeza que a vida é linda e curta. A felicidade é um bem precioso que deve ser buscado todos os dias. Eu seguirei buscando a minha”.
*Texto em atualização
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