Nesta segunda-feira (4), Alexandre Pires foi alvo de um mandado de busca e apreensão da “Operação Disco de Ouro”, que investiga o financiamento ao garimpo ilegal em território Ianomâmi, em Roraima. O artista se apresentava em um cruzeiro quando a Polícia Federal chegou e, de acordo com os colunistas Mirelle Pinheiro e Carlos Carone, do Metrópoles, teria se trancado em uma das cabines do navio atracado em Santos (SP). Além de Alexandre, o empresário dele, Matheus Possebon, também é alvo das autoridades.
De acordo com o inquérito, o cantor teria recebido pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. O caso passou a ser analisado depois que a PF apreendeu quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente na sede de uma das empresas suspeitas, em janeiro de 2022. Já o empresário é apontado como operador financeiro de garimpeiros ilegais.
Possebon foi detido ao desembarcar do navio. Ele é um dos executivos da Opus Entretenimento, que gerencia a carreira de grandes nomes como Daniel, Seu Jorge, Ana Carolina, Jota Quest, Roupa Nova e a dupla Munhoz e Mariano. A PF também prendeu o empresário Christian Costa dos Santos, que atua com garimpo ilegal em Roraima.
O cantor Alexandre Pires, no entanto, teria ficado trancado na cabine quando soube da chegada dos policiais. De acordo com os colunistas, a suspeita é de que ele temia ser preso. Apesar disso, quando Pires saiu, foi conduzido à sede da polícia federal em Santos, ouvido e liberado. Após a operação, o cantor tirou o nome do empresário de suas redes sociais.
No total, foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em sete cidades: em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). “Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas”, informou a Polícia Federal.
Segundo o portal Metrópoles, o esquema já movimentou mais de R$ 250 milhões e a Justiça Federal autorizou o bloqueio de mais de R$ 130 milhões em bens dos investigados.
De acordo com o inquérito, os suspeitos tinham um esquema de “lavagem” de cassiterita extraído ilegalmente das terras Ianomâmi. O minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA. O material, então, seria supostamente transportado para Roraima para tratamento.
As investigações apontaram que a dinâmica acontecia apenas no papel, já que o minério seria originário do próprio estado de Roraima. Na época, a policia identificou que as fraudes envolviam toda a cadeia produtiva do esquema, desde os pilotos das aeronaves, até as lojas de equipamentos para mineração.
Em nota, a Opus Entretenimento afirmou “desconhecer qualquer atividade ilegal relacionada a funcionários e parceiros da empresa”. A empresa também manifestou solidariedade ao cantor e disse que segue “confiando em sua idoneidade e no completo esclarecimento dos fatos”.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques