Vídeo mostra momento em que Marcelinho Carioca é resgatado de sequestro; jogador chora ao detalhar tortura mental — assista

No dia 16 de dezembro, Marcelinho foi ao show do cantor Thiaguinho, que ocorreu no estádio do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. Na volta para casa, ele parou em Itaquaquecetuba para deixar os ingressos do evento com Tais para o dia seguinte. Ele contou que já era madrugada, e o carro de luxo que ele andava chamou atenção no bairro.

“Passaram quatro pessoas, cinco pessoas. Quando voltei para ver, fui encapuzado, e o cara já veio apontando [a arma]. E eu, desesperado. Eu disse: ‘Não, por favor, eu sou o Marcelinho Carioca’”, lembrou. “A Tais estava no banco de trás e eu no da frente com o rapaz. Me deu uma coronhada”, acrescentou. O ex-jogador destacou que os bandidos ficaram andando com eles dentro do carro durante algum tempo, e estavam nervosos.

A quadrilha começou a pedir os cartões e senhas deles, além do desbloqueio do telefone e do acesso ao pix. Foi, então, que Marcelinho e Tais foram levados para o cativeiro, onde permaneceram por 36 horas, de acordo com a reportagem. Neste interim, o ídolo disse que recebeu ameaças constantes.

“A todo momento, aquele apavoro. ‘A gente quer dinheiro. Impossível não ter dinheiro nessa conta. Jogador tem grana’ [os bandidos falavam]”, contou. Logo ele comentou as outras formas que foi intimidado pelos sequestradores. “‘Já brincou de roleta-russa?’ E girava. Você ouvia girando, não via nada. Aí colocaram uma arma por baixo da toalha (…) Ninguém se falava. Não trocava ideia, com medo”, relatou.

Questionado pelo repórter Maurício Ferraz se achava que iria morrer, Marcelinho respondeu, emocionado: “Maurício, sufoco”. Antes do resgate, os bandidos conseguiram fazer alguns saques da conta bancária de Carioca. “Eles tiraram uma quantia pela manhã, três vezes, e aí bloqueou [a conta]. Aí tinha que ligar pro sócio ou alguém da família”, pontuou.

Resgate

O carro importado de Marcelinho foi essencial para que os policiais soubessem de seu paradeiro. Pouco antes das 9h de segunda-feira (18), após mais de 24 horas em cativeiro, o cabo Charles, da Polícia Militar, encontrou o veículo e mandou uma mensagem para o telefone que constava na documentação. Uma denúncia anônima também facilitou o trabalho dos agentes.

“A gente começou a escutar o helicóptero [da polícia]. Aí alguém já chegou e falou: ‘A casa caiu, morreu pra nós’. Veio um policial sozinho. Ele chegou no portão e falou: ‘Eu vou entrar. Abre’. Eu não sabia o que estava vindo. O que ia vir. Eu falei: ‘Vão atirar na gente, vão matar a gente’. Eu abaixei a cabeça: ‘Senhor, não deixa, não deixa’”, relatou o ex-jogador, às lágrimas.

Marcelinho revelou então o momento em que foi encontrado. “Ele [o cabo Ribeiro, da PM] falou: ‘Vem. Vem que você está livre’ (…) Eu abracei ele como meu pai, meu irmão, meu amigo. Porque ele arriscou a vida dele”, desabafou. Nas imagens obtidas pelo “Fantástico”, é possível ver Carioca vestindo apenas uma bermuda, sem camisa e sapatos, e enrolado em uma toalha. Assista:

Imagens exclusivas obtidas pelo @showdavida mostram o resgate de Marcelinho Carioca e amiga em cativeiro. Confira.

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— GloboNews (@GloboNews) December 25, 2023

Prisões

Segundo a polícia, quatro pessoas foram presas. Thauanatta dos Santos tomava conta das vítimas no cativeiro. Eliane de Amorim, Wadson Fernandes Santos e Jones Ferreira teriam usado contas bancárias para receber o dinheiro da extorsão. Os quatro permanecem detidos, e a polícia ainda busca outros seis integrantes da quadrilha. O grupo é investigado por sequestro, associação criminosa e receptação.

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