A atriz Cacau Protásio será indenizada no valor de R$ 80 mil pelos ataques e ofensas racistas que sofreu enquanto gravava o filme “Juntos e Enrolados”, em um quartel do Corpo de Bombeiros no Centro do Rio de Janeiro, em 2019. De acordo com as informações de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, divulgadas nesta terça-feira (26), a determinação foi feita pela Justiça do Rio em segunda instância.
Segundo o jornalista, a comediante recorreu da primeira decisão, que determinou o pagamento de indenização de R$ 30 mil. A relatora do caso, desembargadora Ana Cristina Nacif Dib Miguel, falou que o valor levou em consideração que o Estado é responsável pelas ações de seus funcionários, além do nível da gravidade das ofensas e a ampla repercussão do ocorrido.
Relembre o caso
Depois da filmagem no local, Cacau foi surpreendida com áudios e vídeos que circularam na internet com comentários racistas, homofóbicos e gordofóbicos em relação a ela e quatro bailarinos do elenco. A artista chegou a se pronunciar em suas redes sociais sobre a situação.
“Sou negra, sou gorda, sou brasileira, sou atriz, conto histórias, conto ficção. Não mereço ser agredida, assim como nenhuma pessoa. Eu respeito a opinião de alguns bombeiros que dizem que ‘ah, eu não acho certo’, mas vai ver realmente a história antes de agredir. Tem uma menina no Facebook também falando mal. Postou uma foto minha de farda e os coleguinhas dela me detonando. Tudo isso eu printei, porque é crime. Racismo é crime”, disse ela.
“Você pode não gostar, mas tem que respeitar. E por que esse ódio? Juro que não entendo. A cena é uma alucinação de um personagem, um sonho, quando ele volta eu estou ali, trabalhando. O bombeiro é uma corporação que eu respeito, que amo. Queria ser quando criança. Sempre falei isso”, adicionou. Assista ao vídeo abaixo:
Segundo o g1, o Corpo de Bombeiros declarou na época que não compactuava com qualquer ato discriminatório contra a atriz ou qualquer pessoa. No processo, o órgão afirmou que identificou os dois agentes responsáveis pelas vídeos divulgados e que eles foram punidos. O agente que gravou e compartilhou as imagens foi detido por três dias. Já o que liberou um dos áudios com ofensas foi detido por dez dias.
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