Quem nunca desejou ser uma das Helenas de Manoel Carlos? As personagens marcaram a teledramaturgia brasileira, se tornaram uma “assinatura” do autor e despertaram a curiosidade do público, especialmente pela repetição do nome nas obras de “Maneco”. Em celebração aos 91 anos do autor, a razão por trás do mito de Helena finalmente foi revelada no programa “Tributo a Manoel Carlos”, que estreou no Globoplay na última quinta-feira (14).
A atração, que traz depoimentos de atores e diretores – entre eles Christiane Torloni, Susana Vieira, Tony Ramos, Antonio Fagundes, Lilia Cabral, Deborah Secco, Alinne Moraes e Mel Lisboa – serve como homenagem à vida e carreira do veterano. Ela também desvenda, finalmente, o mistério por trás das Helenas.
Ao todo, sete atrizes de renome se consagraram como as Helenas, sendo elas Lilian Lemmertz em “Baila Comigo”, Maitê Proença em “Felicidade”, Vera Fischer em “Laços de Família”, Christiane Torloni em “Mulheres Apaixonadas”, Taís Araújo em “Viver a Vida”, Julia Lemmertz em “Em Família” e, por fim, Regina Duarte, que viveu Helenas em “História de Amor”, “Por Amor” e “Páginas da Vida”.
Segundo o próprio autor, a escolha do nome nada tem a ver com sua história de vida. “As pessoas realmente têm muita curiosidade de saber. Dizem ‘foi sua mãe, uma irmã, uma namorada, uma primeira mulher’. Nada disso. Helena é apenas um nome que eu acho mais apropriado a um personagem do que a uma pessoa real”, declarou Manoel Carlos.
Ele pontuou, ainda, que o atrativo vem de uma das Helenas mais famosas da história. “Talvez porque eu sempre gostei de mitologia. A Helena mitológica é fantástica. E aquela história toda da Helena de Tróia ter sido uma mulher raptada, casada com o raptor, divorciada e voltou a viver com o marido depois de separar-se dele… Tudo isso me deu uma coisa, uma magia muito interessante, que me cativou muito”, refletiu.
Ainda durante o programa, o escritor detalhou que diferente da Helena da mitologia, seu desejo era trazer um aspecto obscuro para suas protagonistas, que eram mulheres marcadas por segredos. “[As Helenas das novelas são] mulheres infelizes no amor e também mulheres que gostam ou não sabem viver de outra maneira, de trapacear. Escondem sempre alguma coisa que elas não conseguem revelar aos filhos, ao marido”, detalhou.
Por esse e outros motivos, Maneco sempre preferiu escrever personagens femininas, e se aprofundar em suas nuances e desafios. “Sempre achei e continuo achando que a mulher move o mundo. Na mulher está tudo. É mais fácil pra mim escrever sobre mulheres porque as mulheres falam as coisas”, observou. “O homem não confessa que é traído. Uma mulher reúne as amigas dela, diz que o marido tem uma amante, e choram todas juntas. Então acho que as mulheres têm mais assunto”, acrescentou ele.
O documentário “Tributo a Manoel Carlos” observa a carreira do autor, mas não contém gravações inéditas com Maneco. Além de estar disponível no Globoplay, a produção será exibida na tela da Globo no dia 3 de maio.
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