Uma idosa de 80 anos foi flagrada por câmeras de segurança arrastando uma mala contendo o corpo em alto grau de decomposição de sua amiga. O caso aconteceu em Santiago, no Chile, e foi divulgado pelo jornal El País nesta quarta-feira (10). O cadáver foi abandonado em uma rua residencial da cidade e encontrado por um catador de lixo.
No vídeo, a senhora aparece vestida como uma freira, passando com a mala em frente a uma residência por volta das 7h da manhã. O cadáver foi identificado como sendo de Erica Fernández, uma mulher de 59 anos que morreu de causas naturais após uma doença há cerca de um ano. Veja:
En Chile, una #monja fue vista transportando un cadáver adentro de una valija: las autoridades confirmaron que el cuerpo estuvo escondido durante más de un año. (@elcancillercom) pic.twitter.com/gRn8BlqUQ1
— Jorge Kurrle (@jorgekurrle) April 11, 2024
A princípio, a polícia suspeitou que a desova estava relacionada à guerra de gangues da região. Contudo, eles se surpreenderam ao descobrir que tudo se passava de um pacto feito pelas duas amigas. A investigação identificou a idosa que carregava a mala como Lorenza Ramírez. Ela foi chamada para prestar depoimento e, em seu relato, contou que as duas fizeram o combinado de cuidarem uma da outra após a morte: caso uma delas falecesse, a outra não poderia informar a ninguém.
O subprefeito da região, Juan Fonseca, disse que o corpo foi mantido em uma caixa como um ato de “carinho e lealdade”. A situação só mudou quando a filha de Lorenza foi visitá-la e a senhora ficou com medo de que a jovem encontrasse o cadáver. Uma necrópsia não mostrou sinais de assassinato. “Não há sinais de violência ou fratura no corpo. Ela não foi esquartejada ou desmembrada. Não há envolvimento de terceiros. Seria preliminarmente uma morte natural”, afirmaram as autoridades. Erica teria morrido em abril de 2023.
De acordo com a publicação, Lorenza não foi presa, mas pode ser acusada de violações do código de saúde. “Entendemos que ela deve estar com algum tipo de transtorno e em algum momento de consciência ela relembra que a amiga está na mala e quer enterrá-la”, explicou Fonseca. Mais tarde, descobriu-se que ambas as mulheres não pertenciam a uma ordem religiosa formal, mas eram “leigas consagradas” que viviam uma vida enclausurada com hábitos e vestes. Uma investigação policial está em andamento.
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