Flávia Maria de Lima desabafou sobre o imbróglio na Justiça contra o genitor de sua filha que, segundo ela, a acusa de abandonar a menina. Em entrevista ao UOL, nesta quinta-feira (1º), a atleta que compete nas Olimpíadas de Paris 2024 rebateu as acusações e relatou como o ex interfere na sua carreira. Além disso, a medalhista comentou como sua saúde mental foi afetada em meio ao caso.
Nesta sexta (2), às s 14h54, Flávia irá correr os 800m rasos na bateria eliminatória dos jogos. Contudo, ela ressaltou o problema que sua participação nas Olimpíadas acabou se tornando. “Por causa disso, eu posso perder a guarda da minha filha de 6 anos. Mas nem precisava ir tão longe, literalmente”, pontuou.
Conforme a atleta, toda sua jornada para buscar a vaga olímpica, mesmo quando ainda estava no Brasil, foi reportada à Justiça pelo ex. “Nenhum homem nunca foi acusado de abandonar os filhos por trabalhar como atleta para o sustento deles. Eu sou, e só porque sou mãe, logo, mulher. Por anos minha carreira esportiva foi prejudicada pelo machismo. Hoje ele segue presente, tentando me boicotar. Mas agora eu digo: ”Nunca mais’”, ressaltou.
Lima também confessou como tem sido difícil o processo, em meio aos treinos para o esporte e a criação de sua filha. “Era: ‘Ou eu corro, faço resultado e garanto bolsas, ou perco a guarda da minha filha’”, afirmou. “Eu quero dar o melhor para minha filha, quero dar o mundo que eu não tive. As melhores condições, as melhores oportunidades, todo o carinho. Preciso estar em evidência para poder proporcionar isso”, acrescentou a brasileira.
A campeã do Pan Toronto de 2015 ainda informou que o homem “faz de tudo” para atrapalhar sua carreira e seus resultados. “Temos a guarda compartilhada, ele pode visitá-la na casa da minha mãe em Campo Tenente (PR), onde agora moramos, mas nunca veio. Só a viu em março, porque a levei a Campo Mourão”, contou.
Em seguida, Flávia mencionou algumas das competições nas quais o ex tentou convencer a Justiça do suposto abandono. “Foi assim no Campeonato Sul-Americano Indoor, na Bolívia, e no Mundial Indoor, para o qual fui convocada no dia da viagem, e que aconteceu na Inglaterra”, listou ela.
A atleta também informou como o “terrorismo judicial” afetou sua saúde mental. “Passei a entrar em pânico de competir. Estava com passagem comprada e hotel reservado pelo clube para competir a Copa Brasil de Meio-Fundo, mas entrei em pânico e não consegui sair de casa. Depois, isso se repetiu em uma competição estadual”, recordou.
“Quando discuti isso na terapia, ergui a bandeira e falei: ‘Não vou deixar ele ganhar, não vou deixar ele me desestabilizar’. Foi ali que eu disse que ele não tem mais poder sobre mim, e que eu iria aos Jogos Olímpicos”, cravou Flávia, por fim.
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