A menina Yara Karolaine Martins Neves, de 10 anos, foi encontrada morta no sábado (8), enrolada em um lençol e já em estado de decomposição, em São Pedro do Suaçuí, Minas Gerais. Ela estava desaparecida desde o dia 4 de março, quando foi vista pela última vez na cidade onde morava, Água Boa, no mesmo estado. Um motorista da prefeitura confessou o crime nesta segunda-feira (10).
Yara sumiu por volta das 21h45, quando uma amiga a viu entrando em um carro branco. A partir de então, uma intensa busca foi mobilizada, envolvendo moradores das cidades da região.
O suspeito, um homem de 56 anos, disse à polícia que raptou a menina com a intenção de abusar sexualmente dela, mas, temendo ser denunciado, decidiu matá-la por estrangulamento. “Temos a confissão formal dele, dando esclarecimentos de como foi a morte e a ocultação de cadáver“, afirmou o delegado Marceleandro Clementino da Silva.
Ele foi preso na noite de domingo (9), após a polícia analisar imagens de câmeras de segurança que registraram toda a movimentação do carro no qual Yara entrou antes de desaparecer. Com as imagens, os investigadores confirmaram que o veículo pertencia à Secretaria de Saúde de Água Boa.

Logo após o desaparecimento da menina, o motorista levou o automóvel para uma oficina. Durante a perícia no veículo, foram encontrados vestígios de matéria orgânica no banco do passageiro e no assoalho, o que aumentou as suspeitas contra ele. “Estamos empenhados em colaborar com as autoridades competentes para que este crime bárbaro seja elucidado o mais rapidamente possível e os responsáveis punidos com todo o peso da lei“, afirmou a prefeitura em nota.
Ao ser interrogado pelas polícias Militar e Civil, o suspeito apresentou contradições sobre o trajeto que fez no dia do sequestro. As investigações apontam que o carro usado para raptar a menina foi visto entrando na casa do motorista às 0h45 de quarta-feira (5). Pouco mais de uma hora depois, ele saiu, pegou algo no veículo e retornou. No entanto, no dia seguinte, deixou a residência dirigindo outro carro.
Confissão
Durante o depoimento, o motorista deu detalhes sobre o crime. Ele afirmou que já conhecia Yara, pois havia tido um relacionamento com a mãe dela, e que convidou a menina para comer uma pizza em sua casa.
“Ele a convidou para comer uma pizza na casa e que tentaria, talvez, manter uma relação com ela. Só que ainda não tem nenhuma linha de investigação nesse sentido porque o corpo foi encontrado em avançado estado de putrefação. E por mais que tenhamos feito a coleta de DNA, de SWAB para crimes sexuais, talvez a gente não tenha certeza se isso vem a dar a resposta“, disse o delegado.
O homem negou ter estuprado Yara, mas afirmou que ficou com medo de que ela contasse à mãe sobre sua tentativa de abuso e, por isso, a estrangulou até a morte. Apesar da confissão, a polícia ainda não conseguiu determinar com precisão a causa da morte, devido ao estado avançado de decomposição do corpo. As perícias nos veículos e no celular do suspeito continuam em andamento.
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