Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, confessou ter assassinado Emelly Azevedo Sena, de 16 anos, para ficar com o bebê que a adolescente esperava. Em depoimento à Polícia Civil do Mato Grosso nesta quinta-feira (13), Nataly afirmou ter agido totalmente sozinha. Seu marido e outros dois suspeitos, que chegaram a ser detidos, foram liberados. Já Nataly permanece presa e deve responder por homicídio triplamente qualificado.
Em um trecho do depoimento divulgado pelo g1, a mulher revelou que aplicou um mata-leão em Emelly até que ela desmaiasse e, em seguida, amarrou suas mãos com fios de internet. A jovem chegou a recobrar a consciência, momento em que Nataly pediu desculpas e afirmou que “iria cuidar bem da bebê”.
“Eu peguei e aproveitei, dei um mata-leão, ela desmaiou e caiu da cadeira. No que ela caiu, eu fui e a amarrei“, relatou Nataly. Veja o depoimento:
Mulher confessa à polícia ter assassinado adolescente grávida de 9 meses para roubar bebê em MT
Nataly Helen Martins Pereira disse que cometeu o crime porque queria ficar com o bebê depois de ter sofrido dois abortos seguidos. Ela atraiu grávida para sua casa dizendo que iria… pic.twitter.com/M1G89lrHyq
— 98 FM Natal (@98FMNatal) March 14, 2025
O delegado responsável pelo caso, Caio Albuquerque, explicou nesta sexta-feira (14) que a acusada justificou o crime dizendo ter sofrido dois abortos e, por isso, desejava o bebê de Emelly. Ela confessou que planejou o crime e que cavou a cova onde a menina foi encontrada um dia antes.
Segundo o perito Jacques Trevizan, a vítima apresentava lesões em formato de “T” na barriga e ainda estava viva quando o bebê foi retirado. A acusada utilizou sacolas plásticas para abafar os gritos da adolescente, cuja causa da morte foi hemorragia.
A Diretora Metropolitana de Medicina Legal, Alessandra Carvalho Mariano, destacou que os cortes foram feitos por alguém com conhecimento técnico, pois “foram muito precisos”. Conforme apuração do g1, Nataly se identifica nas redes sociais como bombeira civil e socorrista. “O corte foi muito preciso e ela não hesitou, inclusive preservando camadas. Foi certeira no útero“, explicou Alessandra.

Segundo o UOL, Cristian Albino Cebalho, marido de Nataly, chegou a publicar uma foto da recém-nascida em suas redes sociais celebrando o nascimento. “Seja bem-vinda, minha filha”, escreveu ele. O advogado da família, Ícaro Vione de Paulo, afirmou ao mesmo portal de notícias que Cristian estava trabalhando no momento do crime e só viu a esposa no hospital.
Uma atitude de Nataly antes do crime também chamou a atenção. Segundo o advogado, ela escondeu da família que não estava grávida e chegou a realizar um chá revelação. Exames mais detalhados confirmaram que ela, de fato, não estava esperando um bebê.
“Com base nos elementos probatórios colhidos até o presente momento, é possível afirmar que Nataly teria praticado o crime de forma premeditada, além de tê-lo orquestrado e executado sozinha, sem a participação de terceiros“, declarou o advogado.
A acusada é mãe de três filhos, que passarão por exames de DNA para confirmar se são seus filhos biológicos. A recém-nascida está internada no hospital, mas seu estado de saúde é estável.
Relembre o caso
O corpo de Emelly Azevedo Sena, de 16 anos, foi encontrado na quinta-feira (13) no quintal de uma casa em Cuiabá. Grávida de 9 meses, a adolescente estava desaparecida desde a manhã de quarta-feira (12). O casal que residia no imóvel tentou registrar a recém-nascida, filha da jovem, em um hospital da capital mato-grossense.
A adolescente foi vista pela última vez às 11h de quarta-feira, quando saiu de casa para buscar doações para o bebê na residência de Nataly. Ana Paula Meridiane, mãe de Emelly, contou que tentou ligar para a filha diversas vezes, mas as chamadas eram recusadas.
“Ela não atendia, só recusava as ligações. Apenas me mandava mensagens dizendo que não podia falar porque estava em uma corrida de aplicativo. Não sei quem é essa mulher, pois toda a conversa aconteceu pelo celular da Emelly, que agora está desligado. O esposo dela também não sabe quem ela é“, relatou Ana Paula ao g1.

Menos de um dia após o desaparecimento, Nataly e o marido foram a um hospital de Cuiabá para registrar uma recém-nascida, alegando que a criança havia nascido em casa. No entanto, a equipe médica suspeitou do comportamento da mulher, que não apresentava sinais de um parto recente, e acionou a polícia. Foi quando ela, o marido e dois suspeitos foram detidos e encaminhados para delegacia.
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