Alec Baldwin: Depoimentos e chamadas de emergência dão detalhes de caos no set de filmagem e sequência de eventos; confira

Alec Baldwin: Depoimentos e chamadas de emergência dão detalhes de caos no set de filmagem e sequência de eventos; confira


Na última semana, o ator Alec Baldwin viveu um verdadeiro pesadelo, após matar acidentalmente a diretora de fotografia Halyna Hutchins ao disparar uma arma cenográfica no set de filmagem do longa “Rust”. Nesta terça-feira (26), a CNN norte-americana se baseou nas primeiras informações dos depoimentos e as chamadas de emergência feitas na ocasião do incidente para tentar explicar o que aconteceu naquela trágica quinta-feira, 21 de outubro.

O diretor da produção, Joel Souza, que também ficou ferido no disparo acidental, prestou depoimento para a Comarca de Santa Fé, e afirmou que, apesar de alguns empecilhos nos bastidores, tudo parecia correr bem. O profissional confirmou que uma equipe de filmagem de seis pessoas recentemente tinha saído do trabalho, por não concordar com pagamentos e questões de hospedagem no Novo México, onde o filme estava sendo gravado. Porém, outras pessoas foram contratadas para ficarem no lugar.

Segundo Souza, a programação habitual estava atrasada, mas mesmo assim não tinha nada sendo feito fora do esperado. Baldwin e os membros da equipe começaram a ensaiar uma cena numa pequena igreja de madeira, dentro do rancho Bonanza Creek, mas pararam para almoçar e depois voltaram ao set. O ator estava reunido com Souza, a cineasta Halyna Hutchins e alguns outros colegas no local. Uma câmera foi montada, mas como eles estavam apenas ensaiando, nada estava sendo filmado ou gravado.

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O relato explicou que o diretor assistente, Dave Halls, pegou uma arma de hélice em um carrinho do lado de fora da igreja e gritou “arma fria!”, indicando que estava descarregada. Alec Baldwin pegou a arma, sentou-se em um dos bancos em frente à câmera e ensaiou os movimentos que seriam necessários para filmar a sequência. O trecho da filmagem terminaria com ele apontando a arma para a câmera. Joel disse que por volta das 13h50 ele estava acompanhando a cena pela câmera e os monitores mais próximos, de repente ouviu “o que parecia um chicote e depois um estalo alto”.

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Ontem, pela manhã, o ator chegou a publicar uma foto no Instagram, em que aparecia caracterizado no set e com sangue em suas vestes. A publicação, entretanto, foi apagada após a tragédia. (Foto: Reprodução/Instagram)

Halyna Hutchins teria tropeçado para trás e caído no chão, segurando a barriga e dizendo que não conseguia sentir as pernas. Souza, que estava ao lado dela, notou sangue em seu ombro. O diretor relembrou que logo na sequência o caos se instalou no local. O depoimento acrescentou que um médico tentou estancar o sangramento da diretora de fotografia, enquanto os profissionais pediam socorro.

A CNN também divulgou as chamadas para a emergência, já que muitas ligações foram feitas pelos profissionais que estavam desesperados. Em uma delas, uma mulher que se descreveu como supervisora ​​do roteiro do filme contou ao atendente o que aconteceu. “Duas pessoas foram acidentalmente baleadas em um filme ambientado por uma arma de apoio. Precisamos de ajuda imediatamente”, disse a profissional. O operador da central perguntou se a hélice estava carregada com uma bala de verdade. “Não sei te responder isso”, disse a mulher.

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Em outra chamada, uma pessoa não identificada demonstrou estar extremamente chocado com tudo. “Temos dois feridos de um filme, tiro… Eu estava sentado, estávamos ensaiando e disparou, e eu saí correndo. Todos nós corremos. Eles estavam caídos… o câmera e a diretora”, começou. O interlocutor então começou a xingar uma pessoa não identificada sobre a segurança de armas no set. Segundo o canal, nesta chamada também foi possível ouvir a histeria ao fundo. O atendente afirmou que a ambulância estava a caminho e tentou auxiliar nos primeiros socorros, mas foi alertado que um médico já estava acompanhando os dois feridos.

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Halyna Hutchins e Joel Souza. (Foto: Getty/Reprodução/IMDB)

As roupas de Baldwin, a arma que foi disparada e as outras que estavam de reserva foram entregues para as autoridades. Ainda não está claro o que estava na arma que o artista utilizou, ela passa por uma minuciosa perícia. A polícia apurou que a armeira, Hannah Gutierrez, havia colocado três armas de apoio no carrinho antes que Halls, o diretor assistente, pegasse uma e entregasse para Alec. Joel Souza disse aos investigadores que acreditava que a arma estava descarregada e segura.

Detetive dá detalhes sobre depoimentos

O Deadline divulgou ontem (25) a declaração de Joel Cano, detetive do Departamento do Xerife de Santa Fé,  sobre os depoimentos coletados. Reid Russell, cinegrafista presente dentro da igreja na hora do disparo, elogiou a forma cuidadosa que Baldwin tinha para manusear as armas. “Ele disse que Alec tinha sido muito cuidadoso e mencionou um caso em que uma cena estava sendo filmada anteriormente. Reid disse que Alec se certificou de que era seguro e que nenhuma criança estava perto dele quando eles estavam disparando uma arma de fogo durante a cena”, explicou. O cinegrafista acrescentou que após o disparo, lembra-se de ter visto sangue no diretor Joel Souza, e Halyna dizia que não conseguia sentir as pernas.

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A declaração do detetive também observou que o diretor assistente do filme, Dave Halls, “não sabia que balas estavam na arma auxiliar quando ele deu para o ator Alec Baldwin”. Cano usou a palavra “cartuchos” no plural, mas não está claro na declaração se havia balas não disparadas restantes na arma. “Durante as filmagens do longa, o diretor assistente agarrou uma das três ‘armas de apoio’ que foram montadas pela armeira, que estava em um carrinho. O carrinho é uma mesa giratória cinza com duas camadas e foi deixada fora da estrutura devido às restrições da Covid-19″, detalhou Joel Cano, afirmando que apesar de não saber, Halls disse que a “arma era fria”, ou seja, não estava carregada.

Actor Alec Baldwin Fatally Shoots Movie Crew Member With Prop Firearm
Rancho em que filme era filmado foi fechado. Foto: Getty

Em seu depoimento, o detetive escreveu que Joel Souza disse que a equipe parou para o almoço por volta das 12h30, e era preciso ser transportada para uma área longe do set para tomar café da manhã, almoço e jantar. O diretor avisou que voltaram ao set após o almoço, mas não soube dar certeza se a arma foi checada novamente. Joel afirmou que o ator estava sentado em um banco da igreja, praticando uma manobra para as filmagens. O profissional disse que estava olhando por cima do ombro de Halyna Hutchins, quando ouviu o que parecia ser um chicote e um estalo alto.

O diretor também falou sobre os profissionais que faziam parte da equipe, mas deixaram a produção por conta das insatisfações. “Durante a madrugada, o dia começou tarde devido a saída de uma equipe de filmagem e eles tiveram que encontrar outra equipe de filmagem para ajudar. Joel disse que uma vez que eles contrataram outra equipe de filmagem para ajudar, o dia estava demorando mais do que o normal, porque eles tinham apenas uma câmera para fazer as filmagens. Joel foi questionado sobre o comportamento dos funcionários, e ele disse que todos estavam se dando bem, não houve alterações que ele soubesse”, descreveu o detetive.

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A declaração também sugeriu que apenas uma bala foi disparada, e que passou por Hutchins antes de atingir Souza, que estava atrás dela. Joel Cano escreveu que depois que a armeira do filme “recebeu a arma após ser disparada pelo ator Alec Baldwin, ela então tirou o invólucro gasto da hélice”. Aqui, o detetive usou o singular, dando a entender que foi apenas um tiro.

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