Juliette e Gil do Vigor se revoltam com ataques xenofóbicos após eleições: “Nordeste precisa de respeito!”; assista

Juliette e Gil do Vigor se revoltam com ataques xenofóbicos após eleições: “Nordeste precisa de respeito!”; assista


Desde a noite de domingo (2), os resultados das eleições presidenciais provocaram uma onda de ataques xenofóbicos à população nordestina. Nesse cenário de falas preconceituosas, Juliette e Gil do Vigor desabafaram sobre o assunto. Os dois ícones do “BBB 21” – que são nordestinos – reforçaram a necessidade de denunciar os crimes de ódio, bem como rebateram argumentos que questionavam a inteligência dos nascidos na região.

O estopim para os ataques foi a vitória de Luis Inácio Lula da Silva (PT) na região Nordeste, com uma vantagem de 12,9 milhões de votos a mais que o presidente Jair Bolsonaro (PL). No total, Lula encerrou o primeiro turno das eleições com 48,4% dos votos, contra 43,2% de Bolsonaro. Os dois presidenciáveis se enfrentam novamente no segundo turno, que acontece no dia 30 de outubro.

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Contudo, essa diferença de votos no Nordeste fez com que pessoas de outras partes do Brasil criticassem – e ofendessem – nordestinos apenas por suas preferências políticas. A situação revoltou Juliette, que é natural de Campina Grande, na Paraíba. Ela comentou sobre o assunto no Twitter. “E os ataques xenofóbicos só continuam. Excelente oportunidade para refletir o quanto isso ainda é forte na nossa sociedade”, escreveu ela.

Já no Instagram, a campeã do “Big Brother Brasil” incentivou e orientou sua legião de seguidores a denunciar casos de xenofobia. “Pois é, hoje foi o dia inteiro de comentários xenofóbicos, preconceituosos e esse post que eu fiz agora mostra o quanto é simples a denúncia. Você tira print, vai no site da Polícia Federal ou do Ministério Público Federal, preenche o formulário e faz sua notícia crime, já que não há respeito, resta pelo menos, justiça, não é? E no mais, é lamentável”, mencionou a cantora.

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Gil, que nasceu em Jaboatão dos Guararapes, no Pernambuco, também lamentou a situação. “Em termos de política, nós precisamos colocar a cabeça no lugar, se conscientizar, respeitar o outro. Isso é democracia. Posso ter o meu pensamento e eu quero ser respeitado por ele, então preciso também respeitar o outro. Mas uma coisa que não se pode tolerar é a xenofobia, o preconceito. Tô vendo uma galera falando, sendo xenofóbico com o meu Nordeste, e que defendo sim”, disse o economista.

O pernambucano, que atualmente está fazendo seu pHd de Economia na Universidade da Califórnia, em Davis, nos Estados Unidos, destacou como o Nordeste é berço de pessoas preparadas, aguerridas e muito inteligentes. “O nosso Nordeste precisa de respeito, entendeu? Pra quem tá falando, eu conheço o caso de diversos nordestinos inteligentes, que dão um pau em muita gente, que sabem falar, que sabem se posicionar, que são altamente preparados para debater vários assuntos. Geografia, história, matemática, política, economia… que dão um show. Não só o Nordeste, o Brasil é assim! Mas por que o Nordeste não pode ter?!”, continuou.

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O ex-BBB ressaltou como não existe nenhuma “superioridade” de nenhuma parte do país. “Eu conheço e não é um, nem dois, não, viu? Conheço um monte. Conheço nordestinos que estão fazendo phD na British Columbia, no Texas, em outros lugares. Tem eu aqui, tem vários! Então o nordestino é capaz, é potente e tem conhecimento, sim. Ele tem que ser respeitado. E, claro, que em todo lugar vai ter os mais humildes, com menos acesso à informação, mas isso não transforma nem o Nordeste, nem o Sudeste, nem o Sul, menos ou mais por causa disso”, afirmou.

Ataques xenofóbicos

Foram várias as falas preconceituosas que surgiram após os resultados das eleições – algo que já vinha acontecendo em outros anos eleitorais. Houve pessoas que chegaram a dizer que o Nordeste e os nordestinos deveriam passar fome, morrer, apenas por conta dos seus votos. As redes ficaram abarrotadas de ataques de ódio e ofensas. “Cara… eu infelizmente fui obrigada a ler gente falando que o Bolsonaro deveria ter deixado o nordeste passar fome… eu só desejo que tudo que vocês espalham por aí volte em dobro na vida de cada um”, pontuou um perfil no Twitter.

“Eu estou recebendo MUITAS denúncias de Xenofobia contra o Nordeste. Pessoas desejando morte, fome, seca, mandando cancelarem o turismo, chamando nordestinos de burros e vagabundos. […] Tô triste vendo tudo isso”, escreveu o professor e criador de conteúdo Levi Kaique Ferreira.

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Em contrapartida, muitos fizeram questão de lembrar como o Nordeste é um dos destaques na educação nacional. “Ceará tem 10 escolas públicas entre as 20 melhores do Brasil e é considerado uma referência em educação no Brasil”, pontuou a médica Roberta Lessa. “O povo atacando o Nordeste… de 10 notas máximas em redação no ENEM, 07 são de lá, sem contar que eles sempre são destaque nacional em educação”, ressaltou o fotógrafo João Paulo Facin.

“‘Ai, porque nordestino vota em esquerda e depois vem pro Sul procurar emprego’. Nordeste: 3ª região mais rica do Brasil. ‘Nordestino é tudo burro’. Nordeste: melhores desempenhos no ENEM. ‘Ai, porque a gente carrega o Nordeste nas costas’. Nordeste: recorde de exportações do agronegócio”, observou outra conta na rede social.

Os internautas ainda expuseram uma nítida diferença de tratamento entre as regiões do país… Em São Paulo, a maior cidade do Brasil, Lula também foi campeão de votos, com uma vantagem de cerca de 10% contra Bolsonaro. Os paulistanos, entretanto, não teriam sido alvos de ataques dos bolsonaristas. “Lula ganhou e por muito na cidade de São Paulo, maior PIB do Brasil. E você não viu e nem vai ver os bolsominions destilando ódio à cidade, pedindo a separação dela do resto do país. Só fazem isso contra o Nordeste pela vontade de ser preconceituoso mesmo”, argumentou o advogado Bruno Ribelato.



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